Camila Bastos Lapa; Adriana Duringer Jacques
Rev Ped SOPERJ. 2016;16(1):6-10.
Resumo PDF PTOBJETIVO: Apesar de o aleitamento materno trazer benefícios à saúde da mãe e do bebê, são necessárias políticas públicas para evitar o desmame precoce. Uma dessas é a Iniciativa Unidade Básica Amiga da Amamentação (IUBAAM), proposta pela Secretaria de Saúde do Estado do Rio de Janeiro (SES-RJ), e cuja intenção é fortalecer as equipes da Atenção Primária à Saúde (APS). Tendo isso em vista, o objetivo deste trabalho é apresentar as modificações ocorridas em uma Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) após a certificação da IUBAAM em maio de 2011.
MÉTODOS: Foram entrevistados quatro profissionais de saúde da UBSF Vila Saúde (UBSF VS), sendo 2 membros da equipe técnica e 2 agentes comunitárias de saúde. As perguntas relacionaram-se às modificações ocorridas com a implantação da IUBAAM para a equipe envolvida e para a população assistida. Além disso, analisou-se o número de consultas de assistência maternoinfantil (prénatal, puerpério e puericultura) e o índice de aleitamento materno nos últimos 6 anos, sendo 2008, 2009 e 2010 anteriores e 2011, 2012 e 2013 posteriores à implantação.
RESULTADOS: Os resultados obtidos apontam o aumento dos indicadores maternoinfantis, como, por exemplo, o número de consultas a gestantes, crianças em aleitamento materno e acompanhadas na UBSF. Notouse, ainda, mediante a análise das entrevistas, o fortalecimento do vínculo entre a equipe da UBSF Vila Saúde e a população assistida, e do crescimento motivacional da equipe, realizada com a conquista do título.
CONCLUSÕES: Além de apresentar resultados positivos, a pesquisa ressaltou a importância do trabalho continuado e da formação de um grupo de mães promotoras do aleitamento materno, juntamente com a equipe.
Palavras-chave: Aleitamento materno, políticas públicas, atenção primária à saúde.
Stephanie Cathren Fenizola dos Santos; Larissa Vieira da Conceição; Anna Tereza Miranda Soares de Moura; Ricardo Mattos de Russo Rafael
Rev Ped SOPERJ. 2016;16(1):11-16.
Resumo PDF PTOBJETIVO: Estimar a prevalência de violência familiar em crianças portadoras de doenças crônicas atendidas em ambulatório de especialidades pediátricas.
MÉTODOS: Estudo seccional realizado em ambulatório de especialidades de um hospital universitário, utilizado o instrumento Conflict Tactic Scales: Parent Child Version (CTSPC). A coleta de dados ocorreu por meio de amostragem por oportunidade com os responsáveis das crianças. Foram estimadas as prevalências dos diferentes tipos de violência, calculando os respectivos intervalos de confiança a 95%.
RESULTADOS: A amostra compreendeu 152 questionários aplicados, com predomínio de crianças do sexo masculino, idade até 4 anos e frequência na rede de ensino. Quase todos os participantes relatou mais de 3 consultas médicas por ano (89,5%: IC 95%: 84,5/94,4). Em relação aos tipos de violência, observou se positividade na escala de maus-tratos físicos graves em 8% da amostra (IC95%: 21,3/38,3) e em 87,5% para agressão psicológica (IC95%: 75,3/87,8).
CONCLUSÕES: Famílias com pacientes portadores de doenças crônicas tendem a ter uma forma de resolução violenta de conflitos, pois o cuidado desse paciente é um fator frequente de estresse na dinâmica cotidiana da família. Os dados mostram uma realidade alarmante, com um número expressivo de vítimas de violência grave em idade pré-escolar, período crucial do desenvolvimento infantil. Vale ressaltar que a complexidade dessas situações acaba dificultando a detecção da violência, pois as demandas assistenciais envolvem múltiplas tarefas e olhares multiprofissionais.
Palavras-chave: Violência, violência doméstica, maus-tratos infantis, doença crônica.
Luciana Rossi; Fabiana Guerreiro dos Santos
Rev Ped SOPERJ. 2016;16(1):17-21.
Resumo PDF PTOBJETIVO: Avaliar o impacto de diferentes equações preditivas de taxa metabólica basal em crianças federadas praticantes de futsal.
MÉTODOS: Foram avaliados 41 jogadores do sexo masculino (n = 41) da categoria sub 7 à sub 9. Obtiveram-se a massa corporal, a estatura e as dobras cutâneas para o cálculo do índice de massa corporal e percentual de gordura. Calculou-se a taxa metabólica basal partir de 2 equações preditivas para crianças de 3 a 10 anos. Foram empregados testes não paramétricos (p < 0,05) para conduzir as análises inferenciais.
RESULTADOS: Quanto ao estado nutricional, as crianças federadas foram classificadas com sobrepeso; porém, com percentual de gordura adequado à faixa etária. Os valores de taxa metabólica basal diferiram significativamente em 3%, ocorrendo uma superestimação a partir da equação de Henry e Ress (1991).
CONCLUSÕES: Aconselha-se cautela para a obtenção da taxa metabólica basal de crianças federadas futsal quando da utilização de equações preditivas, não devendo empregá-las como equivalentes, principalmente para computar o gasto energético total.
Palavras-chave: Taxa metabólica basal, crianças, exercício, gasto energético.
Ayla Cristina Bernardes da Silva; Christine Tamar Vieira Barreiro*; Carolina Carvalho Lucas; Roberta Leal Oliveira; Sarah Jenner Nogueira Kruger
Rev Ped SOPERJ. 2016;16(1):22-25.
Resumo PDF PTOBJETIVO: Apresentaro caso de uma adolescente de 13 anos com polisserosite tuberculosa.
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente, sexo feminino, 13 anos, iniciou quadro de febre não aferida, astenia e aumento progressivo do volume abdominal. Referia dispneia em decúbito dorsal. Aos exames complementares observou-se ascite volumosa, derrame pericárdico, atelectasia em base de hemitórax direito e derrame pleural bilateral. Hemograma foi inespecífico, VHS aumentado, demais provas de atividades inflamatórias inalteradas, PPD não-reator e sorologias negativas. Foram descartadas doenças reumatológicas. Realizada punção diagnóstica do líquido ascitico, o ADA foi positivo, o que justificou tratamento empírico com RIPE: rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol. A melhoraclínicafoiobservadarapidamente.
DISCUSSÃO: A polisserosite tuberculosaé uma forma de tuberculose extrapulmonar, condição incomum que pode acontecer em todas as idade. Os derrames tuberculosos inflamatórios também podem ocorrer em qualquer uma das cavidades serosas: pleural, pericárdica ou peritoneal. Quando há o acometimento de mais de uma serosa, denominase "polisserosite". A apresentação clínica da polisserosite consiste na soma dos sintomas dos acometimentos de cada serosa. O tratamento é o esquema RIPE (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol) e pode ser iniciado apenas com o diagnóstico presuntivo, auxiliando à conclusão do diagnóstico definitivo.
Palavras-chave: Tuberculose, polisserosite, relatodecaso.
Gabrielle Macedo Pedrosa; Eduardo Machado Gaiane; Rafaella Maia Paredes; Laura Gonçalves Machado; Cléo Bragança Cardoso; Danielle Plubins Bulkool
Rev Ped SOPERJ. 2016;16(1):26-30.
Resumo PDF PTObjetivo: Alertar sobre a importância do controle glicêmico adequado na regressão do quadro clínico da Síndrome de Mauriac (SM).
DESCRIÇÃO DO CASO: CJOS, 9 anos e 7 meses, sexo feminino. Ao longo de 8 anos, teve múltiplas internações por cetoacidose diabética e hiperglicemia, uma das quais ocorreu em novembro de 2014 no Hospital Universitário Antônio Pedro (HUAP). Apresentava atraso do desenvolvimento pôndero-estatural, estando abaixo do percentil 15; porém, com índice de massa corporal (IMC) próximo do percentil 50. Também detinha glicohemoglobina (HbA1c) de 13,3%, hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia, aumento das transaminases e inversão do padrão albuminaglobulina. Após alta com terapia adequada, foi internada novamente em fevereiro de 2015 por falta de adesão ao tratamento e de manutenção do descontrole glicêmico. Foi realizada ultrassonografia abdominal, que mostrou hepatomegalia difusa com contornos regulares. Os exames laboratoriais mostraram alterações similares aos da internação em 2014. A paciente foi tratada com insulinização venosa e recebeu alta com plano terapêutico ambulatorial.
DISCUSSÃO: A Síndrome de Mauriac é uma forma rara de diabetes mellitus do tipo 1 (DM1), uma das doenças mais importantes em pacientes pediátricos. Caracteriza-se pela tríade: hepatomegalia, retardo do crescimento e diabete mal controlado, por um período de longa duração. O quadro clínico é explicado pelo descontrole glicêmico e pelas alterações endócrinometabólicas, causadas pela hiperglicemia e pela insulinoterapia. O diagnóstico é clínico, e a base do tratamento é o rígido controle glicêmico, podendo levar à regressão dos sintomas que caracterizam a síndrome.
Palavras-chave: Diabetes mellitus tipo 1, glicogênio hepático, hepatomegalia, Síndrome de Mauriac.
Cláudia Aguiar de Barros; Fábio Aguiar-Alves; Márcia Antunes Fernandes; Ana Flávia Malheiros Torbey; Maria de Fátima Nogueira de Freitas; Thatyana Ribeiro Medeiros; Ana Paula dos Santos Oliveira; Claudete Aparecida Araújo Cardoso
Rev Ped SOPERJ. 2016;16(1):31-36.
Resumo PDF PTOBJETIVO: O surgimento de infecções por Staphylococcus aureus resistente à meticilina associado à comunidade (CAMRSA) em crianças tem sido um grande desafio, devido à rápida propagação mundial e às significativas taxas de morbidade e mortalidade especialmente nos últimos anos, com grande impacto nessa população. Este estudo descreve o caso de uma criança previamente saudável e sem fatores de risco para a infecção por CAMRSA.
DESCRIÇÃO DO CASO: Tratase de recém-nascido do sexo masculino, 28 dias, admitido no hospital para tratamento de uma celulite no tórax, em uso de oxacilina e ceftriaxona. Ao exame clínico na admissão, apresentava lesão de impetigo em membros superiores e tórax, com hiperemia difusa, além de áreas de cianose e de edema intenso até região inguinal. Paciente evoluiu rapidamente com extensa fasciite necrosante em região torácica. Houve drenagem espontânea de 925 mL de pus em região intermamilar e dorso. Paciente apresentava taquipneia, enchimento capilar lentificado, vasodilatação palmoplantar e acidose metabólica. Devido à gravidade do caso, o esquema antimicrobiano foi modificado para vancomicina e cefepime, sendo esse último suspenso após resultado da secreção torácica positivo para CAMRSA. Paciente evoluiu clinicamente bem após o tratamento.
DISCUSSÃO: O presente relato enfatiza a importância de uma intervenção antimicrobiana diferenciada para os casos de infecção estafilocócica com evolução clínica rápida, sem melhora com o uso de βlactâmicos. Sugere-se a modificação na conduta em relação ao tratamento das infecções estafilocócicas, com a cobertura empírica inicial com sulfametoxazol trimetoprim, clindamicina ou vancomicina, dependendo da gravidade do quadro, para pacientes com suspeita clínica de infecção por CAMRSA.
Palavras-chave: Staphylococcus aureus resistente à meticilina associado à comunidade, infecção, criança.
Isabel Rey Madeira
Rev Ped SOPERJ. 2016;16(1):37-38.
Resumo PDF PTResumo de tese.
Palavras-chave: Adiponectina, Criança, Doenças cardiovasculares, Leptina, Obesidade, Resistência à Insulina