Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Volume 13 | Número 2 | Dezembro/2012

Editoriais

Sem Seçao

A criança vítima de violência

Ana Lúcia Ferreira

Rev Ped SOPERJ. 2012;13(2):4-9.

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O setor de emergência é uma importante porta de entrada para o cuidado da criança vítima de violência e representa uma oportunidade única de proteção para aquelas que não frequentam outros serviços de saúde. A rotina agitada e a falta de tempo e de privacidade, bem como o pouco treinamento dos profissionais, podem levar à subdetecção dos casos nesses cenários. Este artigo apresenta aspectos do atendimento necessários para a identificação da criança vítima de violência, ressaltando-se a valorização da anamnese e do comportamento das crianças e dos cuidadores, uma vez que nem sempre há indícios físicos da ocorrência de maus-tratos. Destaca-se a necessidade de um adequado acolhimento da criança e da família como etapa fundamental do cuidado. Também são consideradas as possibilidades de ações para a proteção das vítimas nesse nível de atenção, tais como a notificação e a internação.


Palavras-chave: maus-tratos infantis, medicina de emergência, cuidado da criança.

Reanimação Neonatal

José Dias Rego

Rev Ped SOPERJ. 2012;13(2):10-13.

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Palavras-chave: maus-tratos infantis, medicina de emergência, cuidado da criança.

Falência cardiopulmonar em paciente pediátrico

Regina Coeli Azeredo Cardoso

Rev Ped SOPERJ. 2012;13(2):14-20.

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OBJETIVOS: Discutir o reconhecimento da falência cardiopulmonar no paciente pediátrico, ressaltando a importância da ressuscitação cardiopulmonar de alta qualidade para a melhoria do prognóstico das crianças gravemente enfermas.
FONTES DOS DADOS: revisão dos últimos consensos sobre ressuscitação da Aliança Internacional de Comitês de Ressuscitação, publicados em 2005 e 2010, que foram as mais importantes revisões sobre ressuscitação publicadas até a presente data.
SÍNTESE DOS DADOS: A falência cardiopulmonar na criança raramente é súbita. Decorre de quadros de falência respiratória ou de choque. Quando acontece, as chances de sobrevida diminuem drasticamente.Na falência cardiopulmonar, os mecanismos fisiológicos de compensação já se esgotaram, coexistindo a insuficiência respiratória e o choque descompensado. A hipoxemia progressiva leva à hipóxia e à acidose tecidual, seguindo-se, então, a assistolia, que é o ritmo mais frequente nas paradas cardíacas em crianças. A assistolia acontece pelo comprometimento da perfusão coronária, ficando o miocárdio em sofrimento por hipóxia e acidose. O colapso circulatório súbito,por fibrilação ventricular,é a principal causa de parada cardíaca em adultos. Em crianças, ocorre em, aproximadamente, 5 a 15% dos casos.
CONCLUSÃO: Como a sobrevida a uma parada cardíaca é baixa, a prevenção torna-se a melhor estratégia de abordagem. A ressuscitação cardiopulmonar de alta qualidade é o alicerce principal de todo o suporte básico e avançado de vida em qualquer faixa etária. O pediatra também precisa familiarizar-se com os principais distúrbios do ritmo que ocorrem durante uma parada e que requerem terapia elétrica imediata até a chegada do especialista.


Palavras-chave: Falência cardiopulmonar, ressuscitação, assistolia, suporte de vida.

Anafilaxia

Suzana Tschoepke Aires

Rev Ped SOPERJ. 2012;13(2):21-28.

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A prevalência da anafilaxia vem aumentando mundialmente; por isso, a identificação de agentes desencadeantes, a presença de fatores de risco inerentes ao paciente e a gravidade da reação são de extrema relevância para a condução clínica desse caso. O diagnóstico da anafilaxia é clínico, embora os exames laboratoriais possuam limitações, pois, mesmo durante o episódio, podem estar dentro dos limites de normalidade. O teste cutâneo positivo para hipersensibilidade imediata e a elevação da dosagem da IgE específica no sangue para possíveis alérgenos indicam sensibilização a esses. Entretanto, não confirmam a anafilaxia, uma vez que a sensibilização assintomática é comum na população em geral. Nesse caso, as terminologias "anafilactoide" e "pseudoanafilaxia" não mais são recomendadas, e a imediata administraç ão de adrenalina continua sendo a primeira linha de tratamento do episódio agudo.


Palavras-chave: anafilaxia, diagnóstico, adrenalina.

Abordagem das crises epilépticas na emergência pediátrica

Heber de Souza Maia Filho

Rev Ped SOPERJ. 2012;13(2):29-34.

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INTRODUÇÃO: As crises epilépticas, sejam agudas ou relacionadas à epilepsia, são uma emergência neuropediátrica importante, não somente pela frequência, mas também pela associação a situações de alta morbimortalidade e, não menos importante, de impacto psicossocial e familiar.
OBJETIVO: O presente artigo de revisão buscar trazer, de uma forma sintética, os principais conhecimentos necessários para que o pediatra possa diagnosticar, tratar e investigar a crise epiléptica em um contexto de emergência.
FONTES DOS DADOS: O material bibliográfico compõe-se de livros clássicos da área e de revisão bibliográfica de artigos dos últimos cinco anos no PUBMED,priorizando-se os artigos de revisão.
SÍNTESE DOS DADOS: Objetivando uma abordagem prática, discutiremos cinco situações principais - crise febril; crise epiléptica após traumatismo craniano; crise em uma criança com diagnóstico prévio de epilepsia; primeira crise afebril; e estado de mal epiléptico.As prioridades no manejo da crise epiléptica na emergência pediátrica são a interrupção dessa crise (evitar o estado de mal epiléptico), a prevenção de complicações e sequelas, a investigação da etiologia e o tratamento das causas agudas. Por fim, realiza-se o adequado encaminhamento para investigação e tratamento ambulatorial.


Palavras-chave: crise epiléptica, epilepsia, emergência, criança.

Urgência em cirurgia pediátrica

Paulo Barroso tavares

Rev Ped SOPERJ. 2012;13(2):35-42.

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Urgências em cirurgia pediátrica são situações muito comuns. Escolhemos, entre vários, sete assuntos que consideramos extremamente comuns na nossa prática diária. Todos merecem discussão e ação imediata. A conduta tem de ser acertada para evitar um final trágico.
O acesso venoso mais indicado de acordo com a situação. Como diagnosticar e tratar o pneumotórax. A melhor abordagem do empiema pleural. Como conduzir um trauma abdominal fechado. A melhor forma de tratar uma apendicite aguda. Como diagnosticar e conduzir uma invaginação intestinal. Diagnóstico rápido, preciso, com tratamento imediato da torção testicular.


Palavras-chave: crise epiléptica, epilepsia, emergência, criança.

Asma aguda na infância

Terezinha Miceli Martire

Rev Ped SOPERJ. 2012;13(2):43-53.

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Palavras-chave: crise epiléptica, epilepsia, emergência, criança.

Obstrução respiratória alta em pediatria

Rosanna Vilardo Mannarino

Rev Ped SOPERJ. 2012;13(2):54-60.

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Palavras-chave: crise epiléptica, epilepsia, emergência, criança.

Febre no lactente

Luciano Abreu de Miranda Pinto

Rev Ped SOPERJ. 2012;13(2):61-67.

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A presença de febre é um dos principais motivos de consulta pediátrica e a quase totalidade dos lactentes febris têm uma doença infecciosa.A maioria dos lactentes com febre apresentará sinais ou sintomas que permitirão o diagnóstico da condição mórbida subjacente, entretanto, em 20% dos casos, a febre é um achado isolado, o que significa que, mesmo após anamnese e exame físico cuidadosos, nenhum foco é identificado e a condição recebe a denominação de "febre sem foco". Entre os pacientes com febre sem foco, a imensa maioria é portadora de uma infecção viral benigna, entretanto um pequeno grupo desses pacientes pode ser portador de uma entidade mórbida que, na ausência de um nome específico, é conhecida como bacteremia oculta. Considerando os pacientes com bacteremia oculta, alguns resolverão espontaneamente essa condição tornando-se afebris, outros persistirão febris e com bacteremia e um terceiro grupo evoluirá para uma infecção bacteriana focal quando reavaliado 24-48 horas após a consulta inicial.A abordagem do paciente potencialmente portador de bacteremia oculta pode variar desde o acompanhamento clínico até a utilização de protocolos de risco, entretanto o prognóstico do paciente com febre sem foco não parece ser modificado pela abordagem escolhida.


Palavras-chave: crise epiléptica, epilepsia, emergência, criança.

Doença falciforme na emergência

Paulo Ivo Cortez de Araujo

Rev Ped SOPERJ. 2012;13(2):68-71.

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Palavras-chave: crise epiléptica, epilepsia, emergência, criança.

Meningite bacteriana aguda

Denise Cardoso das Neves Sztajnbok

Rev Ped SOPERJ. 2012;13(2):72-76.

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Palavras-chave: crise epiléptica, epilepsia, emergência, criança.

Atualidades na sepse e choque séptico pediátrico

Michelle L. C. Gonin

Rev Ped SOPERJ. 2012;13(2):77-89.

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OBJETIVOS: atualização dos principais aspectos da sepse relacionados ao diagnóstico e tratamento por meio da implementação de medidas terapêuticas baseadas em evidências científicas de qualidade com finalidade de reduzir mortalidade.
FONTES DE DADOS: revisão não sistemática de literatura médica,artigos selecionados na base de dados MedLine, PubMed. Foram analisadas as diretrizes da Campanha de Sobrevivência à Sepse de 2004, 2008 e parcial 2012 e as da Associação Médica Brasileira de 2011.
SÍNTESE DE DADOS: a sepse pediátrica é de difícil reconhecimento precoce, com perfil hemodinâmico diferente do adulto.O conhecimento dessas peculiaridades e a implementação de diretrizes que visam à otimização hemodinâmica (SvcO2) e melhora da perfusão tecidual (lactato) têm impacto na melhor sobrevivência. A restauração da macro e microcirculação é fundamental para evitar o desenvolvimento das disfunções orgânicas. A abordagem precoce, o suporte hemodinâmico rápido, a antibioticoterapia precoce e a adesão ao pacote de ressuscitação de 6 horas são importantes pilares na abordagem dessa síndrome letal.As medidas terapêuticas baseiam-se na reposição volêmica, na antibioticoterapia, nas drogas vasoativas, nos corticoides, nas medidas de manutenção de viabilidade biológica aos sistemas e no suporte nutricional.
CONCLUSÃO: os avanços significativos da Terapia Precoce Guiada por Metas,as intervenções das diretrizes de tratamento da Campanha Sobrevivendo à Sepse,que geram indicadores de qualidade assistencial norteando tratamento, e o necessário cuidado pleno a cada sistema orgânico possibilitaram uma significativa melhora de parâmetros clínicos, hemodinâmicos e perfusionais. Na atualidade, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado baseado em protocolos estabelecidos permanecem a melhor garantia de boa evolução.


Palavras-chave: sepse/diagnóstico; sepse/terapia; disfunção orgânica; hemodinâmica.