Isabella Ballalai
Rev Ped SOPERJ. 2019;19(1):1-2.
PDF PTMilton Vilar Ferreira Dantas; Dkaion Vilela de Jesus; Audrey Stella Akemi Nogami; Camila Stein; Danilo Augusto Vidigal de Andrade; Deborah Regina Lacerda Lima; Fabianna Fabíola Néri Teixeira; Pablo André Brito de Souza; Raikar Barreto da Silva Stone; Renan da Silva Bentes; Sued Soares Lima; Viviane Harue Higa; Adelma Alves de Figueirêdo
Rev Ped SOPERJ. 2019;19(1):3-9.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO: As intervenções positivas, nutricionais e psicoafetivas, nos primeiros mil dias de vida, contados desde a concepção até o final do 2º ano, são fundamentais para a saúde, da infância à senescência. São capazes de aumentar a cognição e diminuir as chances de desenvolver doenças crônicas não transmissíveis.
OBJETIVO: Avaliar fatores alimentares e socioeconômicos no 1º ano de vida e correlacioná-los com o estado nutricional de crianças internadas.
MÉTODOS: Estudo retrospectivo e observacional, com um ano de duração, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Roraima sob o Certificado de Apresentação para Apreciação Ética número: 65148616.6.0000.5302. Realizou-se antropometria de 158 crianças com até 1 ano de idade e entrevista à admissão hospitalar. Associações foram avaliadas pelo teste qui-quadrado, valor-p ≤ 0,05, odds ratio (OR) com intervalo de confiança de 95% no software Epi Info versão 7.0.
RESULTADOS: Houve correlação entre as variáveis: descendentes de indígenas, baixa estatura (p = 0,001; OR: 3,5) e baixo peso (p = 0,007; OR: 3,28); cinco ou mais residentes na mesma casa, baixa estatura (p = 0,04; OR: 2,3), baixo peso (p = 0,003; OR: 3,9) e baixo índice de massa corporal (p = 0,04; OR: 3,4); mãe com escolaridade até ensino fundamental completo ou menos, baixa estatura (p = 0,00; OR: 6,96), baixo peso (p = 0,001; OR: 4,24) e baixo índice de massa corporal (p = 0,006; OR: 1,58); aleitamento materno, exclusivo ou não, independentemente do tempo de duração, baixa estatura (p = 0,02; OR: 0,34) e baixo peso (p = 0,002; OR: 0,23); aleitamento materno exclusivo ou associado à fórmula infantil até o 6º mês, baixa estatura (p = 0,016; OR: 0,24) e baixo peso (p = 0,01; OR: 0,22); açúcar antes de 1 ano e baixa estatura (p = 0,009; OR: 2,89).
CONCLUSÕES: As correlações encontradas apontam que, além do consumo de dieta inadequada, os fatores socioeconômicos podem ser determinantes para a composição de um estado nutricional inadequado em lactentes hospitalizados.
Palavras-chave: Comportamento alimentar; Estado nutricional; Desnutriçao; Saúde materno-infantil.
Milena Marinho da Costa Lima Peixoto; Andreia Braga Araújo; Arnaldo da Costa Bueno; Maria Dolores Salgado Quintans
Rev Ped SOPERJ. 2019;19(1):10-15.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO: O cuidado de recém-nascidos extremamente pré-termos, especialmente aqueles considerados no limite da viabilidade, transformou-se nas últimas décadas tendo em vista o aumento da sobrevida desses pacientes.
OBJETIVO: Descrever a sobrevida de recém-nascidos extremamente prematuros reanimados em sala de parto em um hospital universitário.
MÉTODOS: Estudo de coorte retrospectiva baseado na coleta e análise de dados de prontuários de recém-nascidos com peso de nascimento inferior a 750 gramas, nascidos entre 2014 e 2015, no Hospital Universitário Antônio Pedro. Foram calculados o p-valor pelo teste exato de Fisher e risco relativo, utilizando o software R.
RESULTADOS: Os 24 pacientes da amostra apresentaram idades gestacionais entre 23/5 e 31/4 semanas, peso de nascimento médio de 596 gramas e média de Apgar de 4 no primeiro minuto e 7 no quinto minuto. Identificou-se sobrevida de 43,75% entre nascidos entre 23 e 27 (6/7) semanas, de 33,33% nos bebês com peso de nascimento inferior a 500 gramas e de 42,9% nos que nasceram entre 500 gramas e 749 gramas. A análise não apresentou significância estatística.
CONCLUSÕES: Os resultados obtidos apoiam a reanimação em sala de parto de recém-nascidos pré-termo extremos e reforçam a necessidade de mais estudos para respaldar a decisão e conduta do neonatologista.
Palavras-chave: Neonatologia; Recém-nascido prematuro; Indice de Apgar; Viabilidade fetal; Reanimaçao cardiopulmonar.
Michael Laurence Zini Lise; Michelle Larissa Zini Lise; Claudia Ribeiro Zini Lise; Stefan Vilges de Oliveira
Rev Ped SOPERJ. 2019;19(1):16-24.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO: Os envenenamentos por serpentes são agravos à saúde negligenciados em todo o mundo.
OBJETIVO: Descrever os acidentes botrópicos em menores de 15 anos.
MÉTODOS: Estudou-se os registros de acidentes por serpentes do grupo Bothrops protocolados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação nos anos de 2007 a 2016.
RESULTADOS: Foram registrados 48.089 acidentes por serpentes, dos quais 33.859 foram do grupo Bothrops. A média anual de registros foi de 3.386. A distribuição geográfica identificou 3.735 (67,1%) municípios com ao menos um caso. A região com maior número de registros foi a Norte (16.361; 48,3%), seguida por Sudeste (6.052; 17,9%), Nordeste (5.465; 16,1%), Centro-Oeste (3.320; 9,8%) e Sul (2.661; 7,9%). O sexo masculino foi mais acometido (23.565; 69,6%). Os acidentes ocorreram predominantemente na zona rural (27.572; 81,4%). Do total de acidentes que ocorreram na zona urbana, 2.294 (45,3%) chegaram ao local de atendimento em até uma hora após o acidente. Os locais da picada mais frequentes foram pé (22.703; 67,1%), pernas (5.700; 16,8%) e mãos (3.372; 10,0%). As manifestações predominantes foram dor (30.249; 89,3%), edema (27.160; 80,2%) e equimose (6.269; 18,5%). O tempo de coagulação sanguínea foi normal em 10.120 (29,9%) dos casos, alterado em 6.714 (19,8%), não foi avaliado em 11.755 (34,7%) e em 5.270 (15,6%) das notificações essa informação estava indisponível. Os acidentes foram leves em 16.868 (49,8%).
CONCLUSÕES: As crianças do sexo masculino e residentes na zona rural são mais afetadas onde a precocidade no atendimento influi diretamente na evolução clínica destes acidentes.
Palavras-chave: Animais venenosos; Serpentes; Epidemiologia; Pediatria; Envenenamento; Perfil de saúde.
Patrícia Silva Montes; Mayara Aparecida Mastrange Viana
Rev Ped SOPERJ. 2019;19(1):25-29.
Resumo PDF PTINTRODUCÃO: A tuberculose causada pelo Mycobacterium tuberculosis é uma das 10 principais causas de morte entre crianças em todo o mundo.
OBJETIVO: Relatar caso de lactente com meningotuberculose com boa recuperação, indagar sobre o tratamento de infecção latente em lactentes pós-contato com tuberculose e observar dados que levem ao diagnóstico precoce de meningotuberculose, evitando sequelas da doença.
DESCRIÇÃO DO CASO: Relatamos caso de lactente de 9 meses de idade, com mãe em tratamento concomitante adequado para tuberculose pulmonar há 5 meses, com doses supervisionadas. Paciente havia sido investigado para infecção latente, sendo excluída hipótese; apresentava vacinação em dia. Realizou-se inicialmente tratamento para meningite bacteriana, mas, por piora do estado geral, mudança no líquido cefalorraquidiano e hidrocefalia hipertensiva na tomografia de crânio, associada à história familiar, iniciou-se tratamento para meningite tuberculosa, com boa resposta.
COMENTÁRIOS: A meningoencefalite tuberculosa, apesar de ser uma das maiores causas de mortalidade infantil no mundo, ainda é doença negligenciada. Os métodos diagnósticos para a doença ainda são pouco efetivos, devendo-se levar em consideração, portanto, uma série de critérios clínicos, laboratoriais e de anamnese, para que o tratamento seja iniciado o mais precocemente possível. O Ministério da Saúde recomenda uso de rifampicina, pirazinamida e isoniazida como tratamento para crianças com menos de 10 anos, em associação com corticoidoterapia. Devido à gravidade da doença e sua capacidade subótima de diagnóstico, a prioridade ainda deve ser a prevenção, seja através de vacinação ou de triagem de infecção latente.
Palavras-chave: Meningotuberculose; Lactente; Investigaçao; Tratamento.
Gabriela Alves Loyo; Aline Niero Carvalho; Karyn Chacon Castro; Raphaela Areias Costa; Vanessa Carvalho Macedo
Rev Ped SOPERJ. 2019;19(1):30-33.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO: A síndrome do exantema pápulo-purpúrico em "luvas e meias" (SEPPLM) é uma infecção aguda causada pelo parvovírus B19, caracterizada por exantema pápulo-purpúrico de predomínio distal, com distribuição em mãos e pés, de forma similar a "luvas e meias", acompanhado de febre e lesões orais.
DESCRIÇÃO DO CASO: Trata-se do caso de uma adolescente que procurou serviço com queixa de febre, lesões orais, presença de petéquias em mãos e pés delimitadas aos punhos e cotovelos, associadas a prurido intenso, com boa evolução após 7 dias de internação. Na investigação diagnóstica, foram identificados, além do parvovírus B19 IgM, herpes simples e Epstein-Barr IgM e IgG positivos.
CONCLUSÃO: Habitualmente, a SEPPLM é autolimitada, com resolução entre 7 a 14 dias, e seu reconhecimento é fundamental, de modo a evitar exames e tratamentos desnecessários.
Palavras-chave: Exantema; Parvovírus B19 humano; Pediatria