Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Associação de estenose hipertrófica de piloro e hiperplasia adrenal congênita: relato de caso

Serejo, L.N.; Costa, L.; Santos, B.J.M.; Fraga, P.L.; Costa, P.D.M.; Pimentel, A.M.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p87, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: A Estenose Hipertrófica de Piloro (EHP) consiste na principal causa de obstrução gástrica neonatal, sobretudo em lactentes abaixo dos três meses de idade, decorrendo da hipertrofia progressiva da musculatura pilórica. Já a hiperplasia adrenal congênita (HAC), um dos erros inatos do metabolismo, ocorre devido à mutações em genes que codificam enzimas androgênicas envolvidas na síntese de glicocorticóides. As baixas concentrações de cortisol plasmático elevam a secreção de hormônio adrenocorticotrófico estimulando as suprarrenais, acarretando hiperplasia funcional.
OBJETIVO: Relatar um caso de coexistência de EHP e HAC em um lactente do sexo masculino.
MATERIAL E MÉTODO: T.S.F, a partir da terceira semana de vida evoluiu com dificuldade de ganho ponderal e vômitos após a mamada, evoluindo com comprometimento do estado geral, adinamia e emaciação marasmática. O exame físico revelou paciente eupneico, taquicárdico (160bpm), hipoativo, acianótico, anictérico e hipocorado. Ausculta cardíaca e pulmonar sem apresentar alterações, otoscopia e orofaringe normal. Abdome flácido, indolor e sem viceromegalias. Os exames laboratoriais revelaram anemia normocrômica e normocítica, hipercalemia e hiponatremia. Foi solicitado seriografia esôfago-estômago-duodeno que evidenciou EHP e refluxo gastroesofágico, sendo encaminhado ao serviço de cirurgia pediátrica onde foi submetido à piloroplastia. Ao 15o dia de pós-operatório apresentou diminuição importante do apetite com evolução para desnutrição e desidratação, a persistência de acidose metabólica hiponatremica e hipercalemica, sugeriu o diagnóstico de HAC perdedora de sal que foi confirmada com dosagem de 17 alfa-hidroxiprogesterona e atividade renina plasmática que estavam muito elevadas.
RESULTADOS: Apesar da EHP e HAC formarem diagnóstico diferencial, neste caso são concomitantes, se apresentam principalmente com clínica de vômitos e dificuldade de ganho ponderal, sendo diferenciadas por exames laboratoriais e de imagem.
CONCLUSÃO Os achados clínicos, radiológicos e laboratoriais permitiram o diagnóstico de EHP associada à HAC. A piloroplastia bem como o tratamento medicamentoso com acetato de fludrocortisona e hidrocortisona foram satisfatórios para a restituição do trânsito gastrointestinal e o controle dos níveis dos eletrólitos.

 

Responsável
MARIANA NAKABORI SEREJO


Palavras-chave:

Caderneta de saúde da criança:10 anos depois de sua criação é utilizada como cartão de vacinas

Orofino DHG; Goldenzon, A.V.; Costa, L.S.; Vieira, F.S.; Barbosa, A.N.; Soares, R.L.; Pinto, G.N.L.; Soeiro, P.G.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p65-66, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: Implantada em 2005 pelo Ministério da Saúde, a Caderneta de Saúde da Criança (CSC) reúne os mais importantes e significativos registros promovendo a vigilância integral à saúde infantil. É nas maternidades e na atenção primária que o adequado manejo deste instrumento constitui-se permanente desafio, por serem locais onde grande parte das informações são geradas. O registro correto e completo das informações e o diálogo com a família sobre as anotações são requisitos para que a CSC cumpra seu papel de instrumento de comunicação, educação, vigilância e promoção da saúde infantil. A utilização adequada possibilita a valorização e a apropriação da CSC pela família, além de revelar a qualidade do funcionamento dos serviços e o desempenho de seus profissionais.
OBJETIVO: Verificar se a CSC está sendo preenchida pelos profissionais que fazem o atendimento das crianças de acordo com o preconizado pelo Ministério da Saúde(MS). Avaliar se a CSC está sendo apresentada aos responsáveis pelas crianças em algum momento do contato entre a família e as equipes de saúde. Avaliar se as crianças estão realizando o numero de consultas preconizadas pelo MS.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo transversal de verificação de anotações nas CSC dos pacientes internados nas enfermarias do Hospital Municipal Jesus (RJ) nos seguintes tópicos: dados do pré-natal, parto e pós natal, anotações nas consultas de dados antropométricos, desenvolvimento neuropsicomotor, época de desmame, orientações alimentares, uso de sulfato ferroso, intercorrências. Verificar se o número de consultas de puericultura realizadas era o preconizado pelo Ministério da Saúde e onde essas consultas foram realizadas (posto de saúde, clínicas de família, hospitais, consultórios), por quais profissionais (pediatras, enfermeiros, médicos de família) e se havia diferença no preenchimento entres esses profissionais.
RESULTADOS: Foram verificadas 79 CSC. 32% dos pacientes haviam nascido em outros municípios, 21,4% dos responsáveis afirmaram ter recebido alguma orientação sobre a CSC: na Maternidade ( 15%), no Posto de Saúde (3,8%), na Clínica de Família (1,3%) e consultório particular (1,3%). Nenhuma CSC estava completa e nenhuma criança havia realizado o número adequado de consultas para sua idade. Em 7,5% das CSC haviam dados completos sobre o pré natal,43% sobre o parto e 40% sobre o pós parto. Dos dados referentes às consultas, havia alguma anotação de peso e estatura em 69% das CSC, desenvolvimento neuropsicomotor em 8,8%, anotação de intercorrências em 7,6%, relato de uso de sulfato ferroso em 3,8% e de orientação alimentar em 3,8%. Em nenhuma CSC havia anotação sobre época do desmame. Das duas crianças atendidas em consultório particular, apenas 1 CSC tinha anotação de peso e estatura e a outra,nenhuma anotação. Não foi possível fazer correlações estatísticas entre pacientes atendidos por pediatras, médicos de família e enfermeiros devido a falta de informações nas CSC.
CONCLUSÃO O estudo sugere que a CSC não esteja sendo utilizada com a função de promover a saúde infantil, como foi preconizado no momento em que foi lançada. Um possível viés desse estudo é o fato dele ter sido realizado com pacientes internados e o adoecimento pode estar relacionado a uma menor vigilância em saúde infantil. Para esclarecer com que frequência o descaso com a utilização das CSC se estende nos serviços de saúde é necessário que se promova um estudo maior de verificação da correta utilização desse instrumento em crianças que não estejam doentes, por exemplo,durante campanhas de vacinação e que haja empenho das Escolas de Medicina e dos Hospitais com programas de Residência Médica em Pediatria, na ênfase ao treinamento dos estudantes e pediatras quanto a importância do correto preenchimento desse instrumento de promoção de saúde infantil.

 

Responsável
LARISSA SOUTELLINHO DA COSTA


Palavras-chave:

Relato de Caso: Tumor de Wilms em Recém-Nascido

Paranhos, I.R.; Simões, N.L.; Costa, L.R.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p53, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: O tumor de Wilms (TW), também chamado de nefroblastoma, ocorre por um crescimento desordenado das células renais. O acometimento de recém-nascidos e adultos é muito raro. O prognóstico depende do diagnóstico histopatológico e do estadiamento da doença.
OBJETIVO: Avaliar os dados clínicos e compará-los com a literatura.
MATERIAL E MÉTODO: Neonato nascido de cesareana, a termo (CS = 38 semanas), gestação com pré-natal regular sem intercorrências no parto, APGAR 9 e 10, com peso de 2.530g, medindo 47cm e perímetro cefálico, torácico e abdominal 33, 32 e 34, respectivamente. Ao exame, apresentava-se ativo, reativo, com reflexos presentes e normais, eupneico, eucárdico, acianótico, fontanelas planas e normotensas e com boa perfusão periférica. Durante o primeiro dia de vida, o neonato apresentou icterícia neonatal colestática, zona III, +/4+, aumento de transaminases e redução de bilirrubinas. Ao palpar o abdômem, notou-se uma grande massa, foi solicitado exames de imagem, 24 horas após o nascimento, e constataram na TC presença de massa abdominal em flanco esquerdo e em fossa ilíaca esquerda que se estendia para a fossa ilíaca direita, com presença de obstrução intestinal. Além disso, na USG, observou-se aumento hepático e vesícula biliar contraída com paredes difusamente espessadas caracterizando a colestase neonatal. Paciente evolui para uma sepse com hemocultura positiva para MRSA e urocultura positiva para enterobacter e foi tratado com ampicilina e gentamicina por 7 dias e subsequentemente com vancomicina e amicacina por 10 dias. Foram realizadas nefrectomia total esquerda e biopsia hepática.
RESULTADOS: Na maioria dos relatos o paciente se encontra em bom estado geral. Aproximadamente 93% são de tumoração unilateral. Não há relato sobre a ligação entre a colestase neonatal e o TW. A nefrectomia total em acometimento unilateral é recomendada em todas as literaturas.
CONCLUSÃO Concluimos que o TW é raro em recém-nascidos e que a colestase neonatal complicou o quadro geral do paciente.

 

Responsável
ISABELA RAIMUNDO PARANHOS


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