Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 15(supl 1)(2) - Março 2015

Relato de Caso

Relato de Caso: Tumor de Wilms em Recém-Nascido

 

Paranhos, I.R.; Simões, N.L.; Costa, L.R.

Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA)

 

Resumo

INTRODUÇÃO: O tumor de Wilms (TW), também chamado de nefroblastoma, ocorre por um crescimento desordenado das células renais. O acometimento de recém-nascidos e adultos é muito raro. O prognóstico depende do diagnóstico histopatológico e do estadiamento da doença.
OBJETIVO: Avaliar os dados clínicos e compará-los com a literatura.
MATERIAL E MÉTODO: Neonato nascido de cesareana, a termo (CS = 38 semanas), gestação com pré-natal regular sem intercorrências no parto, APGAR 9 e 10, com peso de 2.530g, medindo 47cm e perímetro cefálico, torácico e abdominal 33, 32 e 34, respectivamente. Ao exame, apresentava-se ativo, reativo, com reflexos presentes e normais, eupneico, eucárdico, acianótico, fontanelas planas e normotensas e com boa perfusão periférica. Durante o primeiro dia de vida, o neonato apresentou icterícia neonatal colestática, zona III, +/4+, aumento de transaminases e redução de bilirrubinas. Ao palpar o abdômem, notou-se uma grande massa, foi solicitado exames de imagem, 24 horas após o nascimento, e constataram na TC presença de massa abdominal em flanco esquerdo e em fossa ilíaca esquerda que se estendia para a fossa ilíaca direita, com presença de obstrução intestinal. Além disso, na USG, observou-se aumento hepático e vesícula biliar contraída com paredes difusamente espessadas caracterizando a colestase neonatal. Paciente evolui para uma sepse com hemocultura positiva para MRSA e urocultura positiva para enterobacter e foi tratado com ampicilina e gentamicina por 7 dias e subsequentemente com vancomicina e amicacina por 10 dias. Foram realizadas nefrectomia total esquerda e biopsia hepática.
RESULTADOS: Na maioria dos relatos o paciente se encontra em bom estado geral. Aproximadamente 93% são de tumoração unilateral. Não há relato sobre a ligação entre a colestase neonatal e o TW. A nefrectomia total em acometimento unilateral é recomendada em todas as literaturas.
CONCLUSÃO Concluimos que o TW é raro em recém-nascidos e que a colestase neonatal complicou o quadro geral do paciente.

 

Responsável
ISABELA RAIMUNDO PARANHOS