Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Gastroenterologia

ESTEATOSE HEPÁTICA NA INFÂNCIA: RELATO DE 2 CASOS

 

TAYNA GONTIJO DE CARVALHO (UFF); ELIZABETH COTTA MAIA (UFF); KARINE BETZEL REETZ (UFF); ALINE FALCI LOURES (UFF); EMANUELLY GIOVANELI CONSTANCIO (UFF); JULIA AMIM ROSA (UFF); JOSÉ MARIA SILVEIRA NETO (UFF); DENIS DE MELO PINTO RANGEL (UFF); PEDRO EUGENIO DE ARAUJO CUNHA (UFF); BRUNA ITAMI OHARA PIMENTA (UFF)

 

P-074

INTRODUÇÃO: A obesidade infantil vem crescendo vertiginosamente nas últimas décadas. Entre as diversas repercussões que a obesidade provoca na saúde da criança, destaca-se a esteatose hepática, que é o estágio inicial da doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA).
DESCRIÇÃO DO CASO 1: V.H.M.A, 10 anos, masculino, veio encaminhado para o serviço com resultado de exames laboratoriais: TGP 146, TGO 52, GGT 76, FA 355, LDL 119, colesterol total 173 e HDL 34. USG: fígado com ecogenicidade difusamente aumentada sugestiva de infiltração gordurosa moderada. Ao exame: acantose nigricans em região cervical posterior, circunferência abdominal de 82 cm, peso 50,1kg, estatura 1,46m e IMC 23,5 Kg/m2.
DESCRIÇÃO DO CASO 2: A.B.B.N, 9 anos, mãe refere que a filha sofre bullyng na escola e apresenta dificuldade de aprendizagem. Resultado de exames laboratoriais: colesterol total 159, HDL 34, LDL 89, triglicerídeos 180, TGO 158, TGP 454, FA 331, GGT 84. USG: fígado com ecogenicidade discretamente aumentada à custa de esteatose leve. Ao exame, apresenta: peso 56,1kg, estatura 1,37m, IMC de 29,8kg/m2, circunferência abdominal 91cm, acantose nigricans em região axilar e cervical e grau moderado de retardo mental.
DISCUSSÃO: A DHGNA é uma patologia emergente entre a população pediátrica e se caracteriza como uma síndrome de etiologia multifatorial. Nos dois casos, temos crianças com alimentação inadequada e sedentarismo cujos exames complementares apresentavam-se alterados, fato que ilustra a prevalência cada vez maior da DHGNA em crianças e adolescentes obesos que segundo a literatura, varia entre 22,5 e 77%, quando diagnosticada por ultrassonografia.
CONCLUSÃO: Na população pediátrica, a esteatose hepática tem uma prevalência global de 2,6%, podendo alcançar índices alarmantes em crianças obesas, que variam de 23% a 53%. Os casos supracitados ilustram o aumento dessa patologia e chama a atenção para a necessidade de empregar ultrassonografia hepática na rotina de investigação de crianças e adolescentes obesos.