Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Endocrinologia

HIPOGLICEMIA HIPERINSULINÊMICA PERSISTENTE EM RECÉM-NASCIDO: RELATO DE CASO

 

CAROLINY EVANGELISTA (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SAO PAULO /PUCSP); DOUGLAS ALEXANDRE DO ESPIRITO SANTO (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SAO PAULO /PUCSP); MARINA HELENA MARIANO (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SAO PAULO /PUCSP); GABRIELA TEIXEIRA ARAUJO (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SAO PAULO /PUCSP); CAROLINA DANIELA RICCI (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SAO PAULO /PUCSP); JESSICA MARIA BORDINHON (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SAO PAULO /PUCSP); BIANCA CAROLINE ALVIM TOMAZ (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SAO PAULO /PUCSP); FABIO WAINSTEIN SILBER (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SAO PAULO /PUCSP); ALCINDA ARANHA NIGRI (PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DE SAO PAULO /PUCSP)

 

P-058

INTRODUÇÃO: A manutenção de adequados níveis glicêmicos é de vital importância no período neonatal e na lactância, pois o tecido cerebral, ainda imaturo, é marcado por intensa atividade metabólica sendo ávido por glicose, tornando-se sensível às reduções dos níveis glicêmicos. A hiperinsulinemia é a principal causa de hipoglicemia persistente e recorrente nessa fase da vida. Como consequência, a ocorrência de episódios repetidos de hipoglicemia nesta faixa etária, pode causar danos cerebrais, na maioria das vezes graves e irreversíveis.
RELATO DE CASO: Lactente, 9 meses, masculino, sem queixas no momento, encaminhado para seguimento do tratamento de Hipoglicemia Hiperinsulinêmica (HH). Apresentou aos 4 dias de vida quadro de hipoglicemia refratária ao uso de soro de manutenção, sendo encaminhado para o Hospital Regional de Sorocaba para investigação diagnóstica, chegando-se a hipótese citada acima. Iniciou-se terapia com Octreotide para controle glicêmico e atualmente mantem níveis glicêmicos na faixa da normalidade com o uso contínuo desse medicamento. Foi avaliado pelo neurologista aos 5 meses de vida, sem alterações em desenvolvimento neurológico até o momento.
DISCUSSÃO: Níveis glicêmicos anormalmente baixos, em episódios repetidos, necessitando de infusão endovenosa de glicose, associados à detecção de 5,8 uU/mL de insulina na vigência de hipoglicemia que foram encontrados neste paciente, são características bastante sugestivas de HH. Toda criança com glicemia inferior a 40mg/dL deva ser tratada, pois a hipoglicemia neonatal pode prejudicar o seu desenvolvimento neuropsicomotor. No caso relatado, inicialmente optou-se tratamento com velocidade de infusão de glicose em doses aumentadas, porém a hipoglicemia se manteve persistente e refratária, portanto, iniciou-se o uso de Octreotide ainda na internação para controle dos níveis glicêmicos.
CONCLUSÃO: A identificação precoce e a correta abordagem desta patologia são preditores de um bom prognóstico, afinal reduz-se substancialmente o risco de desenvolvimento de sequelas neurológicas com a terapêutica adequada.