Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(2) - Junho 2016

Editoriais

Vacinação contra influenza

 

Tânia Cristina de Mattos Barros Petraglia

 

O Programa Nacional de Imunizações (PNI), visando a reduzir os impactos em saúde pública decorrentes de internações, complicações e mortes pelo vírus influenza, vem, desde 1999, vacinando idosos e incorporando novos grupos de risco para a prevenção dessa doença, ao longo dos anos.

A gripe é uma doença de alta transmissibilidade, causada pelo Paramyxovirus influenzae, apresentando quadro clínico de febre alta, mialgia, cefaleia, dor de garganta, tosse e coriza. As complicações mais comuns são otite média aguda, pneumonia e a temida síndrome respiratória aguda grave (SRAG).

O vírus influenza é classificado em três tipos, a saber, A, B e C; porém, os dois primeiros são de maior relevância clínica. O tipo A é ainda subdividido de acordo com a hemaglutinina (H 1, 2 e 3) e a neuraminidase (N 1 e 2). Faz-se mister ressaltar que a imunidade a um subtipo praticamente não confere imunidade a outros subtipos, sendo necessária a vacinação.

O vírus influenza H1N1 responsável pela pandemia de 2009 ainda circula em nosso meio e foi responsável pela maior parte dos óbitos no ano de 2016. O Ministério da Saúde promove a Campanha Nacional de Vacinação contra a Influenza, no período de 30 de abril a 20 de maio de 2016, sendo 30 de abril o dia de mobilização nacional. Em alguns estados, a campanha foi antecipada devido à circulação mais precoce do vírus.

O público-alvo para a vacinação, além dos indivíduos com mais de 60 anos, são: crianças na faixa etária de 6 meses a menores de 5 anos de idade (4 anos, 11 meses e 29 dias); gestantes; puérperas (até 45 dias após o parto); trabalhadores de saúde; povos indígenas; portadores de doenças crônicas; adolescentes e jovens de 12 a 21 anos de idade sob medidas socioeducativas; população privada de liberdade; e funcionários do sistema prisional.

As vacinas a serem utilizadas na campanha são dos laboratórios Butantan e Sanofi Pasteur. A vacina contra a influenza é inativada e contém as seguintes cepas de Myxovirus influenzae: (i) A/California/7/2009 (H1N1) pdm09; (ii) A/ Hong Kong/4891/2014 (H3N2); e (iii) B/Brisbane/60/2008 (linhagem Victoria).

Os eventos adversos mais comuns são reações locais, febre, mal-estar e mialgia, com duração de até 48 horas. A vacina é contraindicada para pessoas com antecedentes de reação anafilática à dose anterior da vacina ou a qualquer um dos componentes, além de alergia grave relacionada a ovo de galinha. Os casos envolvendo reações alérgicas graves ou mais complexas devem ser avaliados nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE), segundo orientação do Ministério da Saúde.

 

Tânia Cristina de Mattos Barros Petraglia

Mestre em Medicina, área de concentração Doenças Infecciosas e Parasitárias, pela Universidade Federal Fluminense (UFF)
Presidente do Comitê de Infectologia da SOPERJ
Vice-presidente da Regional RJ do Sbim
Professora de Pediatria da UNESA
CRIE Hospital Municipal Rocha Maia