Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 15(supl 1)(2) - Março 2015

Relato de Caso

Papilomatose laríngea recorrente em pré-escolar - relato de caso

 

Madalena, A.L.R.; Mezzasalma, D.F.C.U

Hospital Copa D'Or

 

Resumo

INTRODUÇÃO: São amplamente discutidas as consequências da infecção pelo Papiloma Vírus Humano (HPV), seu potencial carcinogênico e transmissibilidade pelo contato sexual. Entretanto, é importante salientar que tal infecção, quando não identificada no período pré-natal, pode trazer malefícios ao bebê.
OBJETIVO: Expor o caso de Papilomatose Laríngea Recorrente em pré-escolar.
MATERIAL E MÉTODO: Pré-escolar, sexo feminino, 2 anos e 10 meses, apresentou episódio de infecção de vias aéreas superiores, estando entre a sintomatologia, a presença de rouquidão. Sintoma esse persistindo e evoluindo por 4 meses, apesar do uso de anti-histamínicos e corticoide oral, nesse mesmo período. A paciente precisou ser atendida por otorrinolaringologista após piora dos sintomas (apneias noturnas e desconforto respiratório progressivo) sendo necessário a realização de videolaringoestroboscopia ambulatorialmente, que constatou massa papilomatosa em prega vocal direita a paciente foi encaminhada ao Hospital Copa D'Or para ressecção de urgência da massa e diagnosticada como Papilomatose Laríngea. Diagnóstico esse, corroborado pelo fato de a mãe não saber informar sobre a presença de lesões verrugosas no canal do parto e o mesmo ter sido por via vaginal, além da exclusão de outras causas, com exame físico e anamnese dirigida. Após a ressecção, pré-escolar evoluiu com melhora dos sintomas, permitindo a alta hospitalar. Desde a primeira abordagem, foram necessárias duas novas internações para ressecção de lesões recidivadas, que se manifestaram com o mesmo sintoma de rouquidão.
RESULTADOS: A Papilomatose Laríngea é a neoplasia de trato respiratório mais comum na infância, sendo o diagnóstico típico entre os 2 e 3 anos de idade. O parto vaginal e a presença de lesões verrucosas vaginais no momento do parto, são importantes fatores de risco para essa doença que tem como uma de suas características a recorrência das lesões.
CONCLUSÃO É de suma importância que o pediatra tenha a Papilomatose Laníngea Recorrente como diagnóstico diferencial de rouquidão em crianças com idade entre 2 e 3 anos. Ter ciência da gravidade, incidência e recorrência da doença, permite o diagnóstico precoce e pode evitar desfechos trágicos.

 

Responsável
WALLACE SALES GASPAR