Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 15(supl 1)(2) - Março 2015

Trabalho Original

Componentes de Risco Cardiovascular em Crianças de Baixo Peso ao Nascer

 

Madeira, I.R.; Bordallo, M.A.N.; Collett-Solberg, P.F.; Bordallo, A.P.N.; Gilban, D.L.S.; Gazolla, F.M.; Borges, M.; Garcia, M.H.M.; Carneiro, A.S.

FAPERJ

 

Resumo

INTRODUÇÃO: O baixo peso ao nascer possui impacto no desenvolvimento de complicações futuras como obesidade, hipertensão arterial sistêmica e resistência insulínica, relacionadas à doença cardiovascular aterosclerótica. Alterações no perfil clínico, metabólico e hormonal relacionadas à doença cardiovascular já seriam detectadas em crianças pré-púberes nascidas com baixo peso.
OBJETIVO: Avaliar perfil clínico, metabólico e hormonal relacionado à risco cardiovascular em crianças pré-púberes de baixo peso ao nascer (BPN) e relacionar as variáveis de interesse com grau de baixo peso, prematuridade e retardo do crescimento intrauterino.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo transversal com 58 crianças de BPN (17 prematuros pequenos para idade gestacional (PIG), 32 prematuros adequados para idade gestacional (AIG), 9 PIG a termo), de 2 a 7 anos, oriundas de ambulatório pediátrico de hospital universitário. Avaliou-se a correlação entre o Z escore de índice de massa corporal (ZIMC), circunferência da cintura (CC), pressão arterial sistólica (PAS) e diastólica (PAD), níveis de glicose, insulina, leptina, adiponectina e Homeostasis Model Assessment for Insulin Resistance (HOMA-IR) e as variáveis peso e Z escore de peso e comprimento de nascimento, idade gestacional, variação no Z escore de peso do nascimento ao primeiro ano (∆ZP1) e até o momento do estudo (∆ZP).
RESULTADOS: Houve correlação entre ZIMC (p = 0,0001), CC (p = 0,0008), PAD (p = 0,046), insulina (p = 0,020), HOMA-IR (p = 0,016) e leptina (p= 0,0008) com ∆ZP1. Houve ainda correlação entre ZIMC (p = 0,0001), CC (p = 0,0001), PAS (p = 0,022), PAD (p = 0,003), insulina (p = 0,007), HOMA-IR (p = 0,005) e leptina (p = 0,0001) com ∆ZP. Nenhuma variável se correlacionou com características do nascimento.
CONCLUSÃO O ganho ponderal pós-natal apresentou maior influência sobre os biomarcadores de risco cardiovascular do que a prematuridade ou crescimento intrauterino retardado. Estudos adicionais são necessários para avaliar se os achados configuram risco cardiovascular aumentado. Nenhum dos autores possui conflitos de interesse. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em 22 de agosto de 2012.

 

Responsável
ISABEL REY MADEIRA