Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 15(supl 1)(2) - Março 2015

Relato de Caso

Abscessos Esplênicos Múltiplos por Tuberculose em Adolescente com Hepatite Autoimune: Relato de Caso

 

Lombardi P.I.M.L.; Oliveira V.F.; Firme L.H.C.; Navi, N.P.; Cestari, A.B.C.S.; Souza L.C.M.R.; Arbex, M.B.B.; Melo, M.F.; Conceição J.S.

Universidade Federal Fluminense (UFF)

 

Resumo

INTRODUÇÃO: Os abscessos esplênicos múltiplos são raros na população, sendo mais relevante em pacientes imunossuprimidos. Caso apresentem febre de localização indefinida, esse diagnóstico deve ser aventado.
OBJETIVO: Descrever o caso de uma adolescente imunossuprimida, com febre vespertina há 15 dias.
MATERIAL E MÉTODO: Adolescente, 13 anos, sexo feminino, com hepatite autoimune tipo 1, diagnosticada há 2 anos, com PPD = 13 mm e radiografia de tórax normal na época. Não realizou profilaxia primária. À internação, encontrava-se febril e apresentava 4 abscessos esplênicos associados à esplenomegalia. Realizada a drenagem percutânea, houve saída de 12 ml de líquido citrino com BAAR negativo, cultura para bactérias e fungos negativas. Hemoculturas negativas. Iniciou-se tratamento com piperacilina e tazobactam. Houve desaparecimento da febre. Na 3ª semana de antibioticoterapia, a ultrasonografia de controle mostrou aumento de todos os abscessos, sendo associado esquema para tuberculose. A antibioticoterapia foi suspensa no 28º dia de uso, e manteve-se o RIPE. No 34º dia de esquema do RIPE, o controle de imagem mostrava resolução de abcesso e redução significativa dos outros.
RESULTADOS: O tratamento preconizado para os abscessos esplênicos múltiplos é a esplenectomia, sendo o tratamento clínico reservado a pacientes com tuberculose ou fungos. Entretanto, nessa paciente, a esplenectomia implicaria mau prognóstico devido à imunossupressão e à hipertensão portal. Há relatos na literatura de abscessos esplênicos múltiplos assépticos que são caracterizados por melhora clínica com antibióticos; porém, persiste-se do aumento das imagens. Essa patologia não tem sua fisiopatologia definida, mas melhoram com imunossupressão.
CONCLUSÃO Embora o BAAR e a cultura tenham sido negativo no líquido do abscesso, os dados sugerem tuberculose, pois houve melhora na dimensão dos abscessos com 16 dias de RIPE, ausência de quimioprofilaxia e diminuição do VHS de 120 mm/h para 21 mm/h.

 

Responsável
CHARLES ALMEIDA DA LUZ