Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 15(supl 1)(2) - Março 2015

Trabalho Original

Prevalência de Fissuras no Centro de Fissuras Labiopalatais do Hospital M. Nossa Senhora do Loreto

 

Rechia, G.C.; Cruz, A.C.; Zanini, L.S.

Hospital Municipal Nossa Senhora do Loreto

 

Resumo

INTRODUÇÃO: O Centro de Tratamento de Fissuras Labiopalatais (CEFIL) é um serviço do Hospital Municipal Nossa Senhora do Loreto, oficializado em 1985 e credenciado pelo Ministério da Saúde em dezembro de 2000. É composto por uma equipe multidisciplinar com pediatria, genética médica, otorrinolaringologia, cirurgia pediátrica e plástica, nutrição, terapia ocupacional, fisioterapia e psicologia especializada no tratamento das fissuras labiopalatais (FLPs) e suas implicações estéticas, funcionais e psicológicas.
OBJETIVO: As FLPs representam a anomalia congênita facial mais frequente. Estudos epidemiológicos mostram a prevalência de FLPs variando muito entre os países, estimado no Brasil entre 0,47 a 1,54/1.000 dos nascidos vivos.
MATERIAL E MÉTODO: Foi realizado estudo retrospectivo para identificar pacientes com fissura labial, palatal ou labiopalatal atendidos no CEFIL no período de julho de 2008 a janeiro de 2012. Foram selecionadas 526 crianças, cujas malformações foram categorizadas com base na classificação de Spina, tendo como ponto de referência o forame incisivo.
RESULTADOS: A fissura palatal (pós-forame) foi a mais frequente (40,3%), prevalecendo em meninas (56%) e relacionada a outras patologias. A fissura labiopalatal aparece em segundo lugar (35,9%), sendo mais prevalente em meninos (62%). A fissura labial (pré-forame) presente em 23,8% dos casos apresentou discreto predomínio masculino (54%). Esse achado corrobora as fissuras labiopalatais e labiais como entidades distintas das fissuras palatais. Antecedentes familiares de fissuras estiveram presentes em 27% dos casos, sendo mais frequente na fissura labiopalatal (32%). Os eventos mais significativos ocorridos no primeiro trimestre da gestação foram vômitos (41%), anemia (38%), perda de peso (31%), uso de álcool (23%) e fumo (15,7%).
CONCLUSÃO Os resultados encontrados assemelham-se aos da literatura mundial. Vale ressaltar que, no recém-nascido com FLP, o aleitamento materno deve ser estimulado previamente à sondagem. Se a sucção nutritiva não puder ser estabelecida, então deverá ser introduzida a sonda para alimentação e estimulada a sucção não nutritiva. A partir de então, deverá ser encaminhado ao CEFIL para acompanhamento adequado.

 

Responsável
ANA CAROLINA ESPOSITO