Relato de Caso
Ptiríase Liquenóide e Varioliforme Aguda (PLEVA) - relato de caso
Trevisan, P.L.; Kiatkoski, K.C.
Hospital Universitário Pedro Ernesto (UERJ)
Resumo
INTRODUÇÃO: PLEVA é uma dermatose rara de etiologia desconhecida, com predomínio na infância. Caracteriza-se inicialmente por lesões papulares que evoluem rapidamente para pseudovesículas com necrose central e que podem causar ou causam cicatrizes varioliformes.
OBJETIVO: Este trabalho tem como objetivo descrever a ocorrência desse evento num escolar e sua evolução clínica.
MATERIAL E MÉTODO: E.F.L., escolar, 9 anos, previamente hígido, deu entrada no SPA com lesões de pele em todo corpo, do tipo pápulas semelhantes a picada de mosquito, inicialmente tratadas como escabiose sem melhora do quadro. No momento da admissão havia, além de pápulas , bolhas e algumas crostas, com conteúdo purulento. Foi solicitado parecer da dermatologia que não estabeleceu diagnóstico para o quadro, e prescreveu cefalexina e pasta d'água. Com piora do aspecto das lesões o paciente retornou ao ambulatório onde foi levantada hipótese diagnóstica de PLEVA e prescrito medicamento tópico e antialérgico. Dez dias depois, apresentou febre e infecção cutânea secundária, então optou-se pela internação hospitalar para melhor investigação do quadro. A partir daí, foi iniciado tratamento com Amoxicilina com Clavulanato, o que foi substituido por sulfametozaxol com trimetropin cinco dias depois, desencadeando melhora significativa das lesões.
RESULTADOS: Resultado da biópsia compatível com psoríase e ptiríase liquenoide aguda. Demais exames laboratoriais sem alterações.
CONCLUSÃO Esta enfermidade, também denominada de Doença de Mucha-Habbermann, sugere ser uma resposta imune atípica em indivíduos suscetíveis a certos antígenos, como agentes infecciosos e drogas ou desordem linfoproliferativa que podem associá-la com linfomas de células T, doença de Hodgkin e outros linfomas. Os principais diagnósticos diferenciais são papulose linfomatóide, erupção por uso de algumas substancias químicas, reação a artrópodes, vasculite cutânea ou varicela. Não existe protocolo terapêutico, podendo ser usado antimicrobianos orais pelo seu efeito modulador, cortícóides tópicos, fototoerapia e, em casos mais severos, corticóides sistêmicos e metrotexate.
Responsável
KELLY CRISTINE KIATKOSKI