Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

Logo Soperj

Número atual: 13 (supl 1)(2) - Dezembro 2012

Anais do X Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro

"Recaída de febre reumática em uso de profilaxia secundária"

 

Orofino, DHG; Faissol, NM.; Goldenzon, A.V; Rodrigues, M.F.

Hospital Municipal Jesus e Escola de Medicina Souza Marques.

 

 

RESUMO

INTRODUÇÃO E OBJETIVO: Pacientes com febre reumática permanecem em profilaxia (penicilina benzatina de 21 em 21 dias) até no mínimo 21 anos, dependendo da presença de cardite no surto agudo e de seqüelas valvares. O nosso objetivo é relatar o caso de recaída de febre reumática em uso de profilaxia secundária.
DESCRIÇÃO DO CASO: Diagnóstico de febre reumática (coréia e cardite) aos 8 anos com insuficiência mitral (IM) e aórtica (IAo) moderadas. Tratada com penicilina benzatina, prednisona, haloperidol e captopril. No acompanhamento I, em profilaxia secundária, evoluiu com melhora das lesões valvares apresentando, após 7 meses, IM leve a moderada e IAo leve. Em algumas consulta, não apresentou o cartão de controle da penicilina benzatina, mas a mãe referia estar aplicando nas datas corretas. Em abril de 2012, apresentou febre e monoartrite, embora o cartão confirmasse uso correto da profilaxia. O ecocardiograma mostrou IM moderada e IAo grave, provas de atividade inflamatórias elevadas, sendo diagnosticada com recaída de febre reumática apesar da profilaxia secundária corretamente feita.
COMENTÁRIOS: Não há relato na literatura de resistência do estreptococcos pyogenes às penicilinas embora haja relato de resistência aos macrolídeos, cefalosporinas e sulfas. O cartão de controle da profilaxia secundária é fornecido pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) e sua inspeção deve ser incentivada em todas as consultas de acompanhamento desses pacientes. A coleta de swab de onofaringe nos pacientes com recaída de febre reumática deve ser realizada para que possa ser detectada algum caso de resistência às penicilinas, o que traria resultados dramáticos na prevenção de novos surtos. Essa foi uma limitação do nosso relato, visto que não foi realizado swab dessa paciente.
CONCLUSÃO: É importante que fiquemos atentos à possibilidade de recaída de febre reumática mesmo naqueles pacientes com cartão de profilaxia completo lembrando que nas recaídas não é necessário que o paciente preencha os critérios de Jones .O ideal é colher material de orofaringe para registrar possível aparecimento de resistência pelos estreptoccocos pyogenes.

 

Responsável
Natalia Monte Faissol