Revista de Pediatria SOPERJ

Anais do X Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro

Avaliação cardiológica de crianças e adolescentes com febre reumática em um hospital federal do Rio de Janeiro

Coutinho, D.V; Spada, M.F.; Leite, M.F.M.P; Roiseman, M.M.; Souza, K.C.T.; Lucas, E.

Hospital Federal de Bonsucesso.

RESUMO

INTRODUÇÃO: A febre reumática (FR) é a causa mais importante de doença cardíaca adquirida em crianças e adolescentes, sendo a válvula mitral (VM) a mais acometida.
OBJETIVOS: analisar a frequência e gravidade da doença reumática cardíaca (DRC) em crianças e adolescentes com FR de um hospital público do Rio de Janeiro.
MÉTODOS: Revisão dos prontuários de pacientes em uma primeira consulta ao setor de Cardiologia Pediátrica entre Jul/2007 e jul/2011. Analizados: sexo, idade, apresentação clínica, os dados ecocardiagráficos, a gravidade da doença valvar cirurgia e recorrências.
RESULTADOS: Dos 74 novos pacientes com FR, 68 foram analisados. A maioria dos pacientes apresentando primeiro episódio de FR aguda. 54% eram masculinos, idade média 12 (± 3,77) anos, 86% com DRC. A VM foi afetada em todos os pacientes com DRC, 40,1% tinham também lesão da v.aórtica; 8,5% tinha lesão aórtica e tricúspide. Nenhuma doença isolada da valva tricúspide ou aórtica foi encontrada. A lesão da VM (maioria regurgitação) era grave em 27,1%, moderada em 18,6%, leve em 32,2% e mínima em 22,1 %. Regurgitação mitral concomitante a estenose foi encontrada em 3 pacientes. Regurgitação aórtica grave em 12,5%, moderada em 25%, e leve em 62,5%. Regurgitação tricúspide foi moderada em 20% e leve em 80%. 6 pacientes (8,8%) pararam a profilaxia durante o acompanhamento com 2 recidivas (taxa de recorrência de 2,9%). 5 pacientes fizeram valvuloplastia mitral, sem ábitos.
CONCLUSÃO: Embora previnável, a DRC ainda é a maior causa de doença cardíaca adquirida em crianças e adolescentes no Brasil. O ecocardiograma é uma ferramenta importante para o diagnóstico nestes pacientes. Valvuloplastia mitral foi bem sucedida em todos os pacientes, indicando ser melhor procedimento que o implante de prótese.

Responsável
Debora Veiga Coutinho