Revista de Pediatria SOPERJ

Anais do X Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro

Tuberculose perinatal: diagnóstico tardio em lactente

Universidade Federal Fluminense.

RESUMO

INTRODUÇÃO: Tuberculose (TB) congênita/perinatal é uma doença rara, com aproximadamente 350 casos descritos na literatura. O quadro clínico é inespecífico e pode simular sepse neonatal. Os principais sintomas são: febre; irntabilidade; hepatoesplenomegalia; baixo ganho ponderal e dificuldade para se alimentar. O diagnóstico precoce é essencial para o prognóstico do recém-nascido, pois a mortalidade em crianças não tratadas é próxima de 50%, enquanto com o tratamento a taxa reduz para 22%.
DESCRIÇÃO: Lactente feminina de sete meses foi hospitalizada em setembro de 2010 para investigação de quadro de tosse seca e adenomegalia em cadeias cervical direita e inguinal bilateral, há um mês, sem melhora após uso de antibioticoterapia para pneumonia. Mãe teve diagnóstico presuntivo de TB dois meses antes da gestação e não realizou tratamento de forma regular. Parto foi via vaginal e aleitamento materno exclusivo foi interrompido após um mês, quando mãe faleceu por sepse de foco pulmonar. Ultrassonografia (US) abdominal da criança demonstrou calcificações puntiformes hepáticas e esplênicas e em tomografia computadorizada (TC) foram visibilizadas consolidação e opacidade em vidro fosco e centrolobulares peribrônquicas em lobos pulmonares inferiores. Foi realizada biópsia de gânglio inguinal que evidenciou processo inflamatóno crônico, granulomatoso, com necrose liquefativa, com cultura positiva para Mycobacterium tuberculosis. Foi iniciada, então, terapia com tuberculostáticos. Paciente evoluiu com melhora clínica durante o acompanahmento ambulatonal.
COMENTÁRIOS: TB é prevalente no Brasil e deve ser considerada durante a gestação e a infância; assim, pode ser diagnosticada e tratada adequadamente.
CONCLUSÃO: TB congênita/perinatal é uma doença de difícil diagnóstico. Gestantes com TB não tratadas aumentam o risco da forma perinatal da doença, e consequentemente pioram o prognóstico da criança.

Responsável
Ana Flavia Malheiros Torbey