Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 22(2) - Junho 2022

Editorial

Revivendo o risco da poliomielite

Polio coming around again

 

Alexandra Prufer Queiroz Campos Araújo1; Clarisse Pereira Dias Drumond Fortes2

 

DOI:10.31365/issn.2595-1769.v22i2p57

1. UFRJ, Departamento de Pediatria - Rio de Janeiro - RJ - Brasil
2. SOPERJ, Corpo Editorial - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

 

Endereço para correspondência:

clarisse.dias@gmail.com

Recebido em: 09/08/2022

Aprovado em: 22/08/2022


Instituição: Sociedade de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro, SOPERJ - Rio de Janeiro - RJ - Brasil

 

 

Mantendo a tradição de nosso periódico, o segundo número de 2022 da Revista de Pediatria SOPERJ traz trabalhos discutindo desde temas relacionadas à puericultura até a descrição de situações menos frequentes no dia a dia do pediatra. Traz também, neste editorial, o alerta para todo profissional de saúde sobre a necessidade de apoiar as campanhas de vacinação, principalmente na infância e adolescência.

Neste mês de julho de 2022, foi notificado um caso de poliomielite no estado de Nova York, nos Estados Unidos, em um indivíduo não vacinado, confirmado pelo Centers for Disease Control and Prevention (polioerradication.org).

O último registro de poliomielite no Brasil ocorreu no Estado da Paraíba em 1989. As Américas receberam o certificado de erradicação da transmissão autóctone do Poliovírus Selvagem (PVS) em 1994. A introdução da vacina contra PVS no século passado, com o fundamental Plano Nacional de Controle da Poliomielite em 1971, usando a vacina viva atenuada trivalente, e, para atingir maior cobertura em um dado momento, as campanhas nacionais de vacinação em massa anuais, surtiram o efeito desejado: a interrupção dos surtos da poliomielite que ocorriam (Schatzmayr et al., 2002).

A manutenção da erradicação depende de uma cobertura vacinal de 95%, pois o PVS continua existindo no mundo. Relembrando, trata-se de uma doença viral que pode cursar com quadro assintomático, com manifestações brandas, mas em parte dos acometidos evolui com sinais e sintomas motores e sequelas motoras para a vida. A alta contagiosidade do PVS é o principal fator para que a doença volte a se espalhar pelos locais do mundo com baixa adesão e/ou cobertura vacinal (PAHO).

A vigilância e notificação de casos suspeitos e a retomada da adesão à vacina e melhor cobertura vacinal são fundamentais para evitarmos novos surtos dessa doença passível de prevenção. É imperativo que todo profissional de saúde apoie e oriente a vacinação.

 

REFERÊNCIAS

1. ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DA SAÚDE. https://www.paho.org/pt/topicos/poliomielite Acesso em: 22 jul. 2022.

2. SCHATZMAYR, H. G.; FILIPPIS, A. M. B. de; FRIEDRICH, F.; LEAL, M. da L. F. Erradicação da poliomielite no Brasil: a contribuição da Fundação Oswaldo Cruz. História, Ciências, Saúde: Manguinhos, Rio de Janeiro, 9(1): 11-24, jan.-abr. 2002. https://doi.org/10.1590/S0104-59702002000100002

3. THE GLOBAL POLIO ERADICATION INITIATIVE. https://polioeradication.org/news-post/report-of-polio-detection-in-united-states/ Acesso em: 22 jul. 2022.