Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 8 (1 supl 1)(1) - Abril 2007

Resumos de Teses e Dissertaçoes

Perfil clínico, eitológico e terapeutico das crianças internadas com bronquiolite no Instituto Fernandes Fiqueira

 

Julianne Cruz Martins

 

RESUMO

OBJETIVOS: Descrever o perfil clínico, etiológico e terapêutico de crianças menores de dois anos com bronquiolite.
METODOLOGIA: Estudo transversal retrospectivo, realizado através da análise de 112 prontuários das crianças menores de dois anos internadas com bronquiolite no Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ, no período de janeiro de 2000 a dezembro de 2004. As variáveis analisadas foram: idade, sexo, peso de nascimento, presença de baixo peso para idade, presença de aleitamento materno, presença de fatores de risco, existência de co-morbidades, internação em UTI, tempo de internação, época do ano da internação, presença de complicações, realização de exames como radiografia de tórax, isolamento viral, uso de oxigenioterapia, drogas administradas e necessidade de ventilação mecânica. Foram analisadas a associação das variáveis dos perfis clínico e etiológico e a necessidade de ventilação mecânica e a associação entre alterações radiográficas e o uso de antibióticos. Utilizaram-se as medidas de frequência simples para as variáveis categóricas e de tendência central (mediana) para as contínuas. O teste do qui-quadrado foi usado para comparar as variáveis, considerando-se o pvalor menor que 0,05.
RESULTADOS: Houve predominância da idade menor que seis meses (78,6%) e sexo masculino (60,7%). A maioria das crianças não apresentava baixo peso de nascimento (45,5%), baixo peso para idade (73,2%), presença de fatores de risco (61,6%) e existência de co-morbidades (92,9%). O aleitamento materno estava presente em 51,8%. A maioria das internações ocorreu no período de abril a julho (63,4%), com pico no mês de maio. A mediana do tempo de internação foi de oito dias. Foram internados na UTI 35,9% das crianças estudadas, sendo que 15,2% necessitaram de ventilação mecânica. As complicações foram descritas em 58,9%.
O VSR foi isolado em 28,7% dos casos. Aproximadamente 70% das crianças analisadas apresentavam alterações nas radiografias de tórax. A oxigenioterapia foi utilizada em 91,1% das crianças e as drogas broncodilatadoras em 96,4%. Não foi observada associação entre idade menor que seis meses, sexo masculino, baixo peso ao nascimento, baixo peso para idade, ausência de aleitamento materno, existência de co-morbidades e a necessidade de ventilação mecânica (p > 0,05). A presença de fatores de risco não se associou com a necessidade de ventilação mecânica (p < 0,05). O isolamento viral foi um risco 2,56 vezes maior de necessitar de ventilação mecânica (p < 0,05). A presença de alterações radiológicas foi um risco 2,38 vezes maior para o uso de antibióticos durante a internação (p <0,05).
CONCLUSÃO: As variáveis do perfil clínico não foram úteis para a detecção de maior gravidade do quadro neste estudo. Apenas o isolamento viral foi considerado como risco para a necessidade de ventilação mecânica. Porém, é possível que se verifique melhores resultados com a análise de amostras maiores.

 

Orientadores:
Maria de Fátima B. Pombo March
Sheila Moura Pone
Curso de Pós-graduação em Saúde da Criança e do Adoslescente.
Universidade Federal Fluminense (UFF) Mestrado