Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Comunicação de notícias difíceis em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal: atendemos às expectativas dos pais?

Communicating difficult news in a Neonatal Intensive Care Unit: do we meet parents' expectations?

Higor Kenedy Ramos; Síura Aparecida Borges Silva; Maria Luíza Custódio Soares; Bianca Lisa de Faria ; Letícia Monteiro Silva; Vitor Augusto Ferreira Herculano; Fernanda Vasconcelos Rezende; Francisco José Machado Viana

Revista de Pediatria SOPERJ - V.21, Nº3, p92-97, Dezembro 2021

Resumo

INTRODUÇÃO: A comunicação de uma má notícia em uma Unidade de Terapia Intensiva Neonatal merece atenção especial, pois compreende um cenário clínico complexo, onde as informações e previsões sobre os quadros clínicos variam muito rapidamente, em função da instabilidade do recém-nascido.
OBJETIVOS: Avaliar se as estratégias de comunicação de notícias difíceis atendem às expectativas dos pais e propor melhorias.
MÉTODOS: Pesquisa observacional descritiva do tipo transversal, cuja coleta de dados ocorreu durante cinco meses. Foi elaborado um questionário com questões abertas e fechadas. Foram incluídos pais de recém-nascidos internados durante o período proposto para coleta de dados e cujo tempo de internação foi maior/igual a sete dias.
RESULTADOS: Foram aplicados 62 questionários. A prematuridade foi responsável por 71% das internações. O índice de satisfação geral foi acima de 90% em mais de 55% dos questionários e menor/igual a 70% em 10,8% dos questionários. Nas questões abertas, a resposta sobre a notícia mais difícil esteve relacionada ao diagnóstico da criança. Sobre o que mais incomodou os pais durante as notícias, a resposta de maior frequência foi "nada". A forma como a notícia foi dada foi o principal ponto positivo levantado. A maioria das respostas sobre o que poderia ter sido diferente foi "nada". Sobre sugestões para a melhoria das notícias, as principais respostas foram "nada" e "o local e o tempo disponível para notícias".
CONCLUSÕES: A maioria dos entrevistados relatou "satisfação" em relação à comunicação de notícias difíceis na unidade.


Palavras-chave: Relações médico-paciente. Comunicação em saúde. Terapia intensiva neonatal. Neonatologia.

Enterocolite necrosante e hemotransfusão: qual a relação?

Necrotizing enterocolitis and blood transfusion: how are they related?

Henrique Augusto Lino; Higor Kenedy Ramos; Maria Amália de Miranda Pereira; Síura Aparecida Borges Silva

Revista de Pediatria SOPERJ - V.18, Nº3, p25-29, Setembro 2018

Resumo

INTRODUÇÃO: a enterocolite necrosante é uma emergência pediátrica multifatorial, existindo controvérsias sobre o papel das transfusões sanguíneas em sua etiopatogenia.
OBJETIVO: nosso objetivo foi descrever dois casos nos quais se observou uma relação temporal consistente entre as transfusões e o desenvolvimento da doença, ou seja, em até 48 horas após a transfusão.
DESCRIÇÃO DO CASO: nos dois casos abordados, os neonatos apresentavam níveis baixos de hemoglobina e evoluíram para enterocolite necrosante após a administração do concentrado de hemácias. O neonato 1 apresentou distensão abdominal e sinais de instabilidade hemodinâmica cinco horas após a transfusão. Radiografia abdominal evidenciou distensão de alças, áreas sugestivas de pneumatose intestinal e alça fixa, com indicação de laparotomia exploradora. O neonato 2, decorridas oito horas da transfusão, apresentou distensão abdominal e instabilidade hemodinâmica súbita grave e refratária ao tratamento, o que levou o paciente a óbito. À radiografia, observou-se pneumatose intestinal.
DISCUSSÃO: não está definido na literatura se a anemia pré-estabelecida ou a transfusão são elementos da patogenia ou apenas marcadores de enterocolite necrosante iminente. O acompanhamento dos casos apresentados sugere que pacientes com fatores de risco para a condição sejam observados de forma rigorosa nas primeiras 48 horas após uma transfusão, com o objetivo de detectar precocemente sinais sugestivos da doença e iniciar-se seu tratamento imediatamente.


Palavras-chave: Enterocolite necrosante; Transfusao de sangue; Fatores de risco.