Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Infectologia

ABSCESSO CEREBRAL E CELULITE ORBITÁRIA COMO COMPLICAÇÃO SIMULTÂNEA DE RINOSSINUSITE AGUDA: RELATO DE CASO

 

JULIANO PABLO DE PINHO TAVARES (HPM - MACAÉ); ANA CAROLINA GAUDARD E SILVA DE PAULA (UFRJ - MACAÉ); ISABELA DE ATAYDE PACHECO CORDEIRO (UFRJ - MACAÉ); THAIS FURTADO MARCOLINO (UFRJ - MACAÉ); LARISSA GRASIELI CHIOCHETTA (UFRJ - MACAÉ)

 

P-094

INTRODUÇÃO: A rinossinusite aguda é a resposta inflamatória da mucosa que reveste a cavidade nasal e seios paranasais. Ocorrem como complicação de 5-10% dos casos de infecção de vias aéreas superiores. Mais frequentemente relacionado a infecção dos seios frontal e etmoidal, a extensão supurativa envolvendo a órbita e o espaço intracraniano de forma concomitante representa a complicação mais rara e severa da rinossinusite aguda.
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente do sexo masculino, 9 anos, foi admitido na emergência com queixa de cefaleia a direita e febre alta que evoluíram com importante edema, hiperemia bipalpebral, proptose, diminuição da acuidade visual e restrição de mobilidade ocular ipsilaterais. Tomografia computadorizada (TC) de seios da face confirmava sinusite etmoidal e maxilar à direita, complicada com celulite orbitária, sendo iniciada antibioticoterapia com amoxicilina/clavulanato. No quinto dia de tratamento, o paciente evoluiu com crise convulsiva tônico-clônica generalizada. Nova TC evidenciou abscesso intracraniano em região frontal à direita e em cavidade orbitária. Acompanhado por equipe multidisciplinar, a antibioticoterapia foi ampliada; realizada drenagem da loja orbitária e seios da face, e adotada conduta conservadora frente ao abscesso intracraniano.
DISCUSSÃO: As complicações intracranianas da rinossinusite são raras e frequentemente oligossintomáticas, com taxa de mortalidade de 10-20% mesmo com tratamento adequado. Apesar da raridade do quadro, de acordo com a literatura, a apresentação concomitante de sinusite, celulite orbitária e abscesso cerebral é relatada em crianças maiores de 7 anos, sexo masculino, como no caso apresentado; diferindo porém o acometimento mais comum do seio frontal, que não ocorreu neste caso. Considerando a natureza polimicrobiana dessas infecções, o tratamento indicado é com antibioticoterapia venosa de amplo espectro e drenagem de abscessos, sendo fundamental o acompanhamento multidisciplinar.
CONCLUSÃO: A rinossinusite aguda é uma patologia comum em pediatria, habitualmente com boa resposta clínica. Complicações supurativas são raras, principalmente quando ocorrem concomitantemente, porém se não diagnosticadas, pioram morbidade e mortalidade.