Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Cuidados Hospitalares - Emergência

MAUS TRATOS NA INFÂNCIA - UM ALERTA NA EMERGÊNCIA

 

NATALIA DAMASCENO DE FIGUEIREDO (HOSPITAL MUNICIPAL MIGUEL COUTO); BRENA AUGUSTA LEMOS DE OLIVEIRA (HOSPITAL MUNICIPAL MIGUEL COUTO); CYNTHIA MORAES NOLASCO (HOSPITAL MUNICIPAL MIGUEL COUTO); CAROLINA CASTRO FLEISCHMAN (HOSPITAL MUNICIPAL MIGUEL COUTO); MACIANA COLODETTI (HOSPITAL MUNICIPAL MIGUEL COUTO); JULIANA BORTOLUZZI DOS SANTOS (HOSPITAL MUNICIPAL MIGUEL COUTO); MAYARA DA MATA ANDRADE (HOSPITAL MUNICIPAL MIGUEL COUTO); KATIA FARIAS (HOSPITAL MUNICIPAL MIGUEL COUTO); PATRICIA CARVALHO BATISTA MIRANDA (HOSPITAL MUNICIPAL MIGUEL COUTO); IVANETE COELHO (HOSPITAL MUNICIPAL MIGUEL COUTO)

 

P-036

INTRODUÇÃO: Reconhecido como um problema de saúde pública, a violência contra a criança permanece como um flagelo. O ambiente doméstico, que deveria representar segurança para a criança, pode ser palco de várias formas de maus-tratos (físico, psicológico, sexual e negligência), muitas vezes com graves sequelas e até risco de morte.
RELATO DE CASO: ABA, 4 anos, feminina, deu entrada na UIPE do serviço de pediatria do HMMC, proveniente do HMRF devido a crise convulsiva tônica-clônica, generalizada e febre. Na anamnese, a mãe relatou que a crise ocorreu após ingestão de sal em grande quantidade oferecida pelo padrasto. Ao exame: pré-escolar apática, desidratada, apresentando lesão de queimadura em dorso e planta das mãos e região inguinal esquerda, além de escoriações e cicatrizações antigas por toda extensão do corpo. Durante a internação foram realizados radiografia de ossos longos, tomografia de crânio, tórax e abdome, hemograma e bioquímica normais. Realizado acompanhamento multidisciplinar com psicólogo e assistente social, tendo como resultado abertura de canal com a paciente, que relatou os episódios de maus tratos por parte do padrasto como queimadura com caneta de solda nas mãos, queimadura com água quente em pescoço e genitália, espancamento e agressões verbais. Em acompanhamento pelo Conselho tutelar, a criança recebeu alta hospitalar após 45 dias, tendo sido abrigada pela família materna.
DISCUSSÃO: Neste caso houve omissão da mãe que não denunciou o padrasto, o que ocorre frequentemente. Teve que haver a suspeição da equipe médica pela história não condizente com os sintomas e exame físico. A violência contra crianças e adolescentes é um importante problema de saúde. Assim, profissionais que atuam na área devem estar preparados para identificar e atuar adequadamente sobre casos onde há suspeita de maus-tratos.
CONCLUSÃO: A identificação e ação efetiva destes profissionais é um dos fatores que pode contribuir de forma significativa para a resolução.