Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Cardiologia

A IMPORTÂNCIA DO ELETROCARDIOGRAMA NO DIAGNÓSTICO DE CARDITE REUMÁTICA.

 

JULIANA MARTINS BRUM (HCPM); PAULO MARTINS SOARES (HCPM); LUCIANA NASCIMENTO PINTO CANELA (HCPM); BRUNO ESPIRITO SANTO DE ARAUJO (HCPM); TAISA MIKSUCAS PIMENTA (HCPM); CAROLINA GAMA RODRIGUES DOS SANTOS (HCPM)

 

P-023

INTRODUÇÃO: Febre Reumática (FR) é uma doença inflamatória que pode comprometer articulações, coração, cérebro e pele de crianças de 5 a 15 anos. Especificamente, no surto agudo quando ocorre cardite (C), as alterações eletrocardiográficas são importantes para o diagnóstico e tratamento adequados.
DESCRIÇÃO: Paciente de 11 anos, sexo masculino, atendido na emergência com queixa de dor torácica, taquicardia e dispnéia. Tratamento de amigdalite com Penicilina Benzatina 14 dias antes do início do quadro. Ao exame em bom estado geral, eupnéico, afebril, ritmo cardíaco regular, em dois tempos, sem sopros. Pulsos palpáveis e simétricos nos quatros membros. Frequência cardíaca de 120 batimentos por minuto. O hemograma normal, com PCR e VHS pouco elevados. Eletrocardiograma demonstrava Bloqueio Átrio Ventricular de 1° grau (BAV 1°G), com intervalo PR de 38 milisegundos. Ecocardiograma sem alterações. Realizado diagnóstico de miocardite viral e iniciado tratamento com anti-inflamatório não hormonal. Após duas semanas, houve melhora da clínica e da alteração eletrocardiográfica. O ecocardiograma demonstrou valva aórtica discretamente espessada, com insuficiência mínima. Mucoproteína e alfa 2 glicoproteína elevadas, sendo confirmado o diagnóstico de FR com cardite.
DISCUSSÃO: O BAV 1°G é a alteração eletrocardiográfica mais evidente nas cardites. Neste caso, na avaliação inicial, da história, do exame clínico e por ter sido a alteração isolada dos exames complementares, realizou - se o diagnóstico de cardite viral, havendo um retardo no início do tratamento específico para cardite reumática (CR). Na evolução, com o surgimento da alteração da valva aórtica e o resultado das provas de atividade inflamatória, optou-se pela troca do anti-inflamatório para o tratamento da CR.
CONCLUSÃO: O BAV 1°G é ferramenta importante para a suspeição de CR em nosso meio, por ser ainda a FR de alta incidência em nosso meio, devendo esse diagnóstico sempre ser cogitado, mesmo na ausência de exame inicial sugestivo.