Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 15(supl 1)(2) - Março 2015

Relato de Caso

Infecção do trato urinário associada à duplicidade pieloureteral no lactente

 

Varella, C.P.; Freires, M.G.; Cruz, G.N.; Soffe, B.A.C.

Serviço de Pediatria e Medicina de Adolescentes do Hospital Municipal da Piedade

 

Resumo

INTRODUÇÃO: A infecção do trato urinário é importante causa de febre no lactente e pode estar relacionada a malformações renais. É fundamental a investigação por imagem logo no primeiro episódio.
OBJETIVO: Relatar um caso de anomalia do trato urinário, ressaltando a importância do USG como primeiro método investigativo.
MATERIAL E MÉTODO: D.C.A.C., quatro meses, atendida com quadro de febre, coriza e tosse há sete dias e medicada com Amoxicilina no segundo dia de evolução. Persistiu com febre, retornando à UPA três dias depois. Foi trocado o antibiótico para Amoxicilina com Clavulanato e solicitada internação. Ao exame físico apresentava-se febril, eupneica, estertores na base direita. EAS: piócitos incontáveis, 10 a 15 hemácias por campo. Urinocultura: negativa (sexto dia de antibiótico). Hemograma: leucocitose sem desvio à esquerda. Bioquímica: normal. Hemocultura: negativa. PCR 499 mg/l e VHS 77 mm. O USG de vias urinárias evidenciou imagem cística em polo superior de rim direito, medindo 49 x 37 mm com dilatação pielocaliciana moderada. Fez Ampicilina e Gentamicina por 14 dias. Recebeu alta com cefalexina profilática e encaminhamento para avaliação da nefrologia pediátrica. Realizou-se novo USG de vias urinárias evidenciando duplicidade pieloureteral com ectasia à direita e cintilografia renal que mostrou rim direito com contorno irregular e distribuição heterogênea à custa de área de hiporradioatividade. Uretrocistografia miccional sem alterações. Paciente em pré-operatório no momento.
RESULTADOS: A duplicidade do sistema coletor representa cerca de 5% das anormalidades do trato urinário. A descoberta normalmente é pós-natal. O início de qualquer investigação é pelo USG de vias urinárias, logo após o primeiro episódio de ITU. Hidronefrose, refluxo vesicoureteral, anomalias congênitas devem ter seguimento com cintilografia renal e uretrocistografia.
CONCLUSÃO Após o primeiro episódio de ITU é fundamental o diagnóstico precoce de anomalias do trato urinário pelo USG e tratamento adequado, com o objetivo de minimizar danos renais, evolução para hipertensão arterial e comprometimento progressivo da função renal.

 

Responsável
PATRICIA ALMEIDA WATSON VARANDAS