Trabalho Original
Infecção do trato urinário em ambulatório público de nefrologia pediátrica de Volta Redonda (RJ)
Silva, C.M.C; Oliveira, I.V.D.; Lustosa, S.A.S.
Hospital Municipal Dr. Munir Rafful
Resumo
INTRODUÇÃO: A infecção de trato urinário (ITU) mostra-se prevalente em crianças, gerando risco de complicações que, associados à repetição do quadro, podem levar ao desenvolvimento de cicatrizes renais, com evolução para hipertensão arterial e/ou insuficiência renal.
OBJETIVO: Relatar casuística retrospectiva de 211 crianças com ITU durante encaminhamento ou seguimento de ambulatório público de nefrologia pediátrica.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo epidemiológico transversal descritivo de abordagem quantitativa. Foram coletados 211 prontuários de pacientes assistidos em ambulatório público de nefrologia pediátrica atendidas de janeiro de 2005 a dezembro de 2012, com idade entre 0 a 16 anos e diagnóstico de ITU. Foram considerados todos os pacientes encaminhados por ITU e/ou que apresentaram em algum momento do seguimento no ambulatório. As variáveis incluíram sexo, idade, sinais/sintomas, exames diagnósticos e doenças associadas.
RESULTADOS: Pacientes do sexo feminino representaram 80,09% (169) dos casos, contra 19,9% (42) do sexo masculino. Lactentes com idade inferior a 12 meses representaram 18% (38) dos casos. A febre esteve presente em 60,66% (128) dos casos. Entre as queixas principais, 18,48% (39) relataram dor abdominal e 15,63% (33) disúria. As crianças assintomáticas somaram 8,05% (17). A constipação intestinal esteve associada em 26,06% (55) dos casos. O diagnóstico para ITU foi dado por exame de urina tipo I (EAS) em 73,46% (155) contra apenas 26,54% (56) por urocultura. 32,22% (68) receberam alta ambulatorial.
CONCLUSÃO A infecção urinária foi predominante no sexo feminino em acordo com a literatura, porém acima das médias encontradas nos principais estudos. Maior acometimento em lactentes com idade inferior a 12 meses, necessitando de atenção preventiva específica. A constipação intestinal mostrou-se como importante associação. Apesar do diagnóstico definitivo ser firmado por urocultura (padrão ouro), ainda é pouco utilizado se comparado ao EAS.
Responsável
NATHALIA MARINHO FERREIRA