Trabalho Original
Nefrologia pediátrica: estudo epidemiológico de oito anos de ambulatório em Volta Redonda/RJ
Silva, C.M.C; Oliveira, I.V.D.; Lustosa, S.A.S.
Hospital Municipal Dr. Munir Rafful
Resumo
INTRODUÇÃO: As primeiras descrições de doenças renais em pediatria datam do século XIX Todavia, apenas a partir do século XX a nefrologia pediátrica se estabeleceu como especialidade médica reconhecida. O desenvolvimento de novas terapêuticas nefrológicas e acompanhamento específico possibilitaram lidar com a fisiologia e fisiopatologia dos rins e trato urinário em crianças e adolescentes, grupo etário que apresenta características constitucionais próprias.
OBJETIVO: Traçar o perfil epidemiológico do ambulatório público de nefrologia pediátrica da maior cidade da região Sul Fluminense e a terceira maior do interior do estado do Rio de Janeiro.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo epidemiológico transversal descritivo de abordagem quantitativa. Foram coletados 631 prontuários dos pacientes assistidos em ambulatório público de nefrologia pediátrica desde sua fundação (2005), até o ano de 2012, com idade entre 0 e 16 anos. Foram excluídos 14 prontuários por apresentarem dados incompletos. Foram avaliados sexo, idade, diagnóstico de encaminhamento, alta, acompanhamento, transferência, abandono e óbito.
RESULTADOS: Dos 617 prontuários avaliados, 29,17% (180) corresponderam à infecções de trato urinário, representando o diagnóstico de maior encaminhamento para avaliação e acompanhamento. Em segundo lugar, com 11,83% (73) a Enurese Noturna. A idade de maior acometimento foi 7 anos, com 9,72% (60), seguido de 8 anos, com 8,75% (54). A faixa etária de 0 a 2 anos apresentou destaque, somando 25,26% (156) dos casos. Prevalência do sexo feminino. O ambulatório apresentou 24,84% (151) de altas e 61,26% (378) de abandono.
CONCLUSÃO Os principais motivos de encaminhamento foram Infecção Urinária, Enurese Noturna e Hematúria, correspondendo a 49,75% (307) dos atendimentos da unidade, acordados parcialmente com a literatura. A importante demanda pela especialidade nefrológica pediátrica do município reforça a necessidade da manutenção do mesmo. Acreditamos que o alto valor de abandono esteja relacionado principalmente à melhora clínica destas crianças, mesmo com orientações acerca da importância do seguimento.
Responsável
NATHALIA MARINHO FERREIRA