Trabalho Original
Prejuízos cognitivos e psicológicos na criança exposta a drogas na gestação
Centro Universitário de Volta Redonda (UniFOA)
Resumo
INTRODUÇÃO: O uso de drogas na gestação consiste em um grave fator preditivo negativo na evolução da gravidez e no desenvolvimento orgânico e psicomotor do feto. Sua prevalência está em torno de 15 a 20% das mulheres grávidas, e grande parte deste percentual resulta em condições desfavorecidas e doenças variadas à criança.
OBJETIVO: Considerar os prejuízos prospectivos observados em crianças expostas a drogas no período pré-natal.
MATERIAL E MÉTODO: Foi realizado levantamento bibliográfico de artigos publicados até o ano de 2013 e, posteriormente, revisão de literatura abordando os principais efeitos cognitivos e psicológicos observados em crianças após o abuso das principais drogas consumidas por gestantes.
RESULTADOS: Foram observados modificações na função dos neurotransmissores, alterações neuroquímicas e prejuízos na estrutura e funcionamento do sistema nervoso. Estudos longitudinais realizados por Singer (2002) e Covington (2002) identificaram um risco significativamente maior de ocorrência de retardo mental aos dois anos de idade em relação à população geral, com efeitos neuro-comportamentais e prejuízos no aprendizado, memória e comportamento devidoao comprometimento de funções executivas. Sintomas como agitação, irritabilidade, tremores, sugar excessivo e choro agudo podem ser identificados no recém-nascido. Verificou-se dificuldade na verbalização até o 2° ano de vida e diminuição da vocalização e da iniciativa em pré-escolares. Observa-se que essas crianças possuem déficits motores e cognitivos, dificuldades no raciocínio matemático, na adaptação de mudanças ambientais, fazem menos perguntas, são mais agressivas, deprimidas e possuem menor auto-controle e capacidade de interagir.
CONCLUSÃO Pode-se concluir que as consequências do uso de drogas na gravidez não devem ser avaliadas apenas no recém-nascido. Muitos prejuízos podem ser observados somente ao longo do desenvolvimento físico, motor, intelectual e social da criança, englobando uma ampla faixa etária. Esses danos compõem um problema de saúde pública aos quais profissionais de saúde devem estar atentos a reconhecer, tratar e prevenir quando possível.
Responsável
ISABELA RAIMUNDO PARANHOS