Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 13 (supl 1)(2) - Dezembro 2012

Anais do X Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro

Cardite reumática - conduta atual de acordo com os especialistas - uma avaliação qualitativa!

 

Müller RE; Kuschnir MCC; Aquino CM; Espíndola VBP, Yaakoub MC; Nascimento FF

Instituto Nacional de Cardiologia - MS.

 

 

RESUMO

INTRODUÇÃO: apesar do tratamento da febre reumática estar estabelecido pela literatura médica e por diretrizes, são observadas condutas não uniformes. O objetivo desse trabalho foi identificar as formas de tratamento da cardite reumática no Brasil para subsidiar recomendações para o Ministério da Saúde.
MÉTODO: pesquisa qualitativa, utilizando a narrativa através de entrevistas semi-estruturadas e posterior análise de conteúdo. Foram realizadas entrevistas com 20 especialistas das 5 regiões brasileiras: 2 no norte, 6 no nordeste, 7 no sudeste, 3 no centro-oeste e 2 no sul. Foram elencadas as categorias: diagnóstico, tratamento, adesão, formação de recursos humanos, recursos materiais, profilaxia e equipe multipnofissional. Para o tratamento, utilizou-se como base teórica as Diretrizes Brasileiras para a Febre Reumática da SBP/SBC/SBR.
RESULTADOS: os profissionais conhecem as diretrizes, mas nem sempre as seguem. Para o tratamento da cardite leve, referem o uso do corticoide oral, assim como AINE(AAS). Para a cardite moderada/grave, utilizam corticoide. Poucos prescrevem pulsoterapia, mesmo para pacientes graves. Os critérios de internação para cardite leve/moderada não se mostraram uniformes.A rapidez no atendimento depende do acesso, servindo como modulador da atenção e fator de preocupação para profissionais. A contra-referência e o acesso aos serviços é fator determinante para o sucesso da profilaxia, e mostram-se ainda mais precárias no atendimento aos indígenas, Foi observado que os recursos materiais e o acesso variam entre as instituições e são inversamente proporcionais ao IDH da região. Destacam grande dificuldade na atenção aos adolescentes e todos referem a falta de treinamento das equipes de saúde para o cuidado a esses pacientes.
CONCLUSÃO: Concluímos que há necessidade de melhor organização do sistema de saúde nas várias regiões brasileiras e atenção a grupos ditos especiais como os adolescentes e a população indígena. É recomendado o treinamento das equipes de saúde que prestam cuidados a esses pacientes.

 

Responsável
Regina Elizabeth Müller