Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

Logo Soperj

Número atual: 13 (supl 1)(2) - Dezembro 2012

Anais do X Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro

Como estamos tratando a cardite reumática no Brasil? Resultado de inquérito diagnóstico!

 

Müller RE; Kuschnir MCC; Migowski A; Nascimento FF; Silva MJLM; Xavier RMA

Instituto Nacional de Cardiologia - MS.

 

 

RESUMO

INTRODUÇÃO: A Febre reumática persiste como a principal causa de cardiopatia adquirida em crianças e adultos jovens em todo o mundo, responsável por 233.000 óbitos/ano (OMS 2005). Em relação a sua terapêutica, não existe consenso sobre o uso de antiinflamatórios no acometimento cardíaco na fase aguda da doença - cardite reumática. O objetivo do trabalho é identificar as formas de tratamento da cardite reumática no Brasil para subsidiar a elaboração de recomendações para o Ministério da Saúde.
MÉTODOS:
realizado estudo de corte transversal através da aplicação de um questionário auto-administrado de múltipla escolha e questões categóricas (sim/não), a médicos em congressos de Pediatra e Cardiologia em 2009.
RESULTADOS: 509 médicos participaram do inquérito, sendo 117 no IX CONSOPERJ, 62 no 26º Congresso SOCERJ, 322 no 64º Congresso SBC. Desses 53% eram do sexo femimino, idade mediana-44anos; 65% moravam no sudeste; 80% referiram ter pós-graduação.
TRATAMENTO: 7% não indicaram repouso, 31% indicaram por 2 semanas; 49% indicaram internação e repouso por 4 semanas para cardite moderada/grave. Observou-se utilização tanto de antiinflamatórios não esteroides (AlNE) como de corticosteroides. Quanto ao uso do corticoide: 25% utilizavam em todos os casos; 63% somente em cardite rnoderada/grave; 7% não utilizavam por falta de evidência científica; 4% não utilizavam pelo temor dos efeitos colaterais. Quanto ao acesso à cirurgia, 49,5% referiram ter falta de vaga nos centros de referência.
CONCLUSÕES: As condutas para repouso e internação não se mostraram uniformes. Observou-se a prescrição do corticosteroide na cardite pela maioria dos respondentes, o que está de acordo com as Diretrizes Brasileiras de Febre Reumática das Sociedades Brasileiras de Pediatria / Cardiologia e Reumatologia. O acesso à cirurgia cardíaca valvar necessita ser ampliado no Brasil.

 

Responsável
Regina Elizabeth Müller