Revista de Pediatria SOPERJ

Anais do X Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro

A contribuição da citometria de fluxo para o diagnóstico e seguimento do câncer pediatrico

Ferreira-Facio C.S.; Botafogo V.D.; Milito C.; Fontana M.C.M.; Oliveira E.; Costa E.S.

Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira - IPPMG/UFRJ.

RESUMO

A citometria de fluxo é ferramenta de rotina no diagnóstico de neoplasias hematológicas, porém permanece como instrumento de pesquisa para os tumores sólidos pediátricos. Entretanto, alguns relatos vêm demonstrando crescente interesse diagnóstico na análise do perfil imunofenotípico dos diferentes tumores sólidos. Nosso objetivo é descrever a expressão de diferentes antígenos celulares por citometria e avaliar um painel de marcadores para o screening diagnóstico do câncer pediátrico e a classificação dos tumores sólidos em categorias específicas. Realizamos um estudo descritivo do imunofenótipo de 52 amostras de tumores sólidos pediátricos de 40 pacientes encaminhados a dois centros de referência em oncologia pediátrica. As amostras foram recebidas a fresco e processadas no mesmo dia através de dissociação mecânica e marcação celular A aquisição dos dados foi realizada no FACSCanto II (BD) do Laboratório de Citometria de Fluxo do IPPMG e a análise dos dados, pelo programa Infinicyt^®. Das 52 amostras analisadas, 9 amostras correspondiam a tecido reacional, 8 foram negativas para malignidade e o restante (35 amostras) apresentava infiltração de células tumorais. A concordância entre a citometria e o método diagnóstico padrao-ouro atual (morfologia/imunohistoquímica) foi de 96% (50/52 amostras). Os 2 casos mal classificados tiveram diagnóstico de Linfoma de Hodgkin e Linfoma Anaplásico. Portanto, foram alcançados 100% de especificidade e 94% de sensibilidade (VPP de 100% e VPN de 90%). Até o momento, foram divulgados poucos estudos que avaliam a utilidade da imunofenotipagem por citometria de fluxo para o diagnóstico e a classificação do câncer pediatrico. A análise do imunofenótipo dos tumores sólidos pode ser útil no diagnóstico precoce de massas de crescimento rápido complementando os métodos de morfologia/imunohistoquímica e possibilitando melhora no tratamento e na sobrevida dos pacientes. Além disso, permite também a avaliação de fatores prognósticos relacionados aos subclones intratumorais e à expressão de determinados antígenos celulares.

Responsável
Vitor Dessanti Botafogo Gonçalves