Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 13 (supl 1)(2) - Dezembro 2012

Anais do X Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro

Papilomatose laríngea: relato de caso

 

Barros BS; Orlando SO; Almeida MIB; Costa PC; Estanislau NRA; Pinto LAM

Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ.

 

 

RESUMO

A papilomatose é o tumor benigno mais comum do laringe em crianças. Quando o diagnóstico é tardio, há aumento considerável da morbimortalidade. O objetivo deste relato é apresentar um caso desta doença.. Paciente M.S., um ano e 10 meses, sexo masculino iniciou disfonia há oito meses. Na ocasião, foi diagnosticada amigdalite bacteriana, sendo prescrita antibioticoterapia. Com um ano e seis meses, após quadro de infecção de via aérea superior, passou a apresentar estridor e dispnéia, sendo diagnosticada pneumonia. Evoluiu com piora gradativa dos sintomas e no momento encontra-se afônico e com estridor em repouso. Nascido de parto vaginal, primogênito, a termo, sem intercorrências no período neonatal. Mãe adolescente. Ao exame, eutrófico,em bom estado geral, com retração de fúrcula e com boa saturação de oxigênio. O rastreio infeccioso foi negativo e a laringoscopia direta evidenciou lesões papilomatosas ocupando falsas pregas vocais e pregas vocais bilateralmente, sendo submetido à excisão das lesões, A papilomatose, uma causa rara e importante de disfonia e estridor em crianças, habitualmente é diagnosticada entre dois e três anos de idade. Acredita-se que aquisição do papilomavirus humano ocorra durante a passagem pelo canal do parto de uma mãe infectada. M.S. apresentava como fatores de risco ter nascido de parto vaginal, mãe adolescente e ser o primogênito. A laringoscopia é o exame de escolha para o diagnóstico e o tratamento da doença é cirúrgico. A excisão das lesões visa assegurar via aérea adequada, melhorar e manter qualidade aceitável de voz. O acompanhamento é obrigatório, já que as recorrências são frequentes. Assim, o pediatra deve sempre considerar a hipótese de papilomatose laríngea em uma criança com estridor e disfonia e concentrar esforços no diagnóstico, tratamento e controle adequado da doença, minimizando as possíveis consequências mórbidas.

 

Responsável
Bruna de Siqueira Barros