Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 13 (supl 1)(2) - Dezembro 2012

Anais do X Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro

Dermatite infecciosa e HTLV 1/2 - relato de caso

 

Barros BS; Mello AB; Andrade PFM; Sztajnbok DCN; Correa LS

Hospital Universitário Pedro Ernesto - UERJ.

 

 

RESUMO

A infecção pelo vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV 1/2) está associado a leucemia/linfoma de células T do adulto, mielite, tuberulose, dermatite infecciosa e outras doenças. A maioria dos infectados é assintomática, mas manifestações clínicas podem ocorrerem qualquer idade. O relato deste caso tem como objetivo ressaltar a importância da associação do HTLV com a dermatite infecciosa e a transmissão vertical do vírus pela amamentação. Menina de dois anos e cinco meses apresentou descamação lamelar em couro cabeludo, lesões papulares em face e rinorreia hialina. Evoluíram em duas semanas para placas descamativas confluentes e áreas infectadas em pavilhões auriculares. Antecedente de sífilis congênita tratada. Investigação para outras doenças sexualmente transmissíveis associadas com risco de transmissão vertical foi negativa aos dois meses, incluindo HTLV. História de aleitamento materno até o momento do diagnóstico. A dermatite respondeu satisfatoriamente ao tratamento e após duas semanas da interrupção houve recorrência das lesões. Realizada novamente sorologia para HTLV 1/2, que foi positiva. A dermatite infecciosa é uma forma de eczema infectado e recidivante da infância.Tem associação com HTLV que pode ser transmitido por via sexual, sanguínea e vertical e a transmissão mãe-criança ocorre principalmente através da amamentação. Na presença de doenças associadas, como a sífilis, a suspeita da infecção pelo HTLV foi lembrada. O Brasil é um dos países com maior número absoluto de infectados por HTLV. Entretanto, a realização do teste de triagem durante a gestação não é preconizado de rotina, apesar da importância do reconhecimento precoce para que medidas preventivas sejam tomadas reduzindo taxas de transmissão vertical. Diagnóstico e acompanhamento são fundamentais para avaliar desenvolvimento de possíveis manifestações clínicas.

 

Responsável
Bruna de Siqueira Barros