Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Pneumologia

ENFISEMA LOBAR CONGÊNITO - RELATO DE CASO

 

CAROLINA DE MEDEIROS PEDROSA (INSTITUTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA MARTAGAO GESTEIRA); KARLA MAGRI DE CARVALHO (INSTITUTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA MARTAGAO GESTEIRA); TALITA VASCONCELOS MOURA ARAUJO (INSTITUTO DE PUERICULTURA E PEDIATRIA MARTAGAO GESTEIRA)

 

P-154

INTRODUÇÃO: Muitas são as causas de pneumopatia na infância. O diagnóstico precoce é de suma importância para reduzir a morbimortalidade que algumas dessas patologias podem causar. O Enfisema Lobar Congênito é uma entidade rara, geralmente descoberta entre as primeiras quatro semanas e o sexto mês de vida, variando de formas sintomáticas (podendo chegar a Insuficiência Respiratória Aguda) a formas assintomáticas. Acomete,em sua maioria, meninos brancos, sendo o lobo superior esquerdo o mais afetado. Sua etiologia não é totalmente esclarecida e pode haver íntima relação com cardiopatias. O tratamento de predileção para os casos com repercussão cínica é a lobectomia, havendo ótima resposta em relação à redução da sintomatologia e complicações.
DESCRIÇÃO DO CASO: Lactente, 1 mês e 19 dias de vida,sexo masculino,branco,com história de 'cansaço' desde alta da maternidade. Não havia relato de cianose, apnéia, sibilo, tosse,emagrecimento e dificuldade em sugar seio materno. Apresentava,apenas,taquipnéia com esforço respiratório leve. Realizada radiografia de tórax (PA e perfil) evidenciando hiperinsuflação de dois terços superiores de pulmão direito,com desvio do mediastino contralateral,sem evidência de consolidações ou pneumotórax.
DISCUSSÃO: Trata-se de um caso singular de apresentação da doença,uma vez que o diagnóstico foi realizado precocemente,sem que houvesse exacerbação do quadro respiratório basal do paciente em detrimento de infecções secundárias. A topografia pulmonar acometida também chama atenção(dois terços superiores do pulmão direito), uma vez que está entre a minoria dos casos descritos na literatura.
CONCLUSÃO: Diante de quadros respiratórios mantidos, na ausência de infecção viral ou bacteriana instalada ou na presença de infecções respiratórias recorrentes,em crianças, deve-se suspeitar de causas congênitas e prosseguir investigação. Uma vez detectada a patologia de base e sendo instituída a terapêutica adequada, pode-se evitar complicações maiores, incluindo as que ameaçam a vida.