Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Neurologia

SÍNDROME DO BEBÊ SACUDIDO: UM TRAUMA CRANIOENCEFÁLICO EVITÁVEL?

 

FLORA ROCHA REBELLO (UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA); CARMEN F. ELIAS (UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA); FABIO CAVES CARDOSOS (UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA); CARLOS EDUARDO AVILA (UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA); LUISA REZENDE CECILIO (UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA); MONICA BRETA MOTTA (UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA); TICIANA RIBEIRO DA SILVA SIMOES (UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA)

 

P-127

INTRODUÇÃO: Traumatismo craniano é uma das causas mais comuns de trauma em lactentes e crianças, com incidência de 30 casos por 100.000/ano no primeiro ano de vida. É responsável por alta incidência de internação hospitalar, sendo lactentes mais frequentemente suscetíveis. Estudos avaliaram e tentaram impactar na incidência de tais acidentes reconhecendo, através do choro ou mudança de comportamento, as crianças que sofreram traumatismo; reconhecem que incentivar a participação dos responsáveis no cuidado alertando-os para consequências da "Síndrome do bebê sacudido" é uma iniciativa coerente .
OBJETIVO: O presente estudo envolve a prevenção e reconhecimento de traumatismo craniano em lactentes e crianças e suas possíveis repercussões.
METODOLOGIA: Foi feita revisão da bibliografia entre 2011 e 2015 acessando a BVS - Biblioteca Virtual em Saúde - utilizando como palavras-chave "traumatismo craniano", "lactentes" e "crianças" sendo selecionados 24 artigos e deles somente 21 contemplaram o objetivo deste estudo pois tratavam de trauma cranioencefálico gerado por agitação violenta.
RESULTADOS: Seis artigos constataram a eficácia da aplicação de medidas intervencionistas aos pais e profissionais de saúde como avaliação do choro, materiais educacionais, alteração do comportamento do lactente e acompanhamento pós-natal, a fim de prevenir e reconhecer o traumatismo craniano. Esses estudos mostraram que o índice de traumatismo craniano em lactentes reduziu após conscientização dos pais a respeito agitação violenta. Somente um autor concluiu que intervenções dessa natureza não obtiveram efeito significativo. Outros estudos, relatam que o baixo índice socioeconômico e gravidade da lesão inicial são fatores associados com o pior prognóstico do traumatismo craniano em lactentes e crianças, tendo como sequelas déficits motores (15-64%), deficiência visual (18-48%), distúrbios da linguagem (37-64%).
CONCLUSÃO: A presente revisão constata que estudos relacionados ao assunto, principalmente no Brasil, são escassos . Autores acreditam que a pesquisa contínua e seguimento podem, futuramente, impactar na morbimortalidade de crianças e lactentes.