Neonatologia
INFECÇÃO POR ZIKA VÍRUS NA GESTAÇÃO: UM CASO DE MICROCEFALIA GRAVE
JULIANA PESTANA DE ASSIS (RESIDENTE DE PEDIATRIA DO HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO - HFSE); CAROLINE DE ALMEIDA (RESIDENTE DE PEDIATRIA DO HOSPITAL FEDERAL DOS SERVIDORES DO ESTADO - HFSE); TABATHA PIRES CHAGAS BRAGA (INTERNO DE GRADUAÇAO EM MEDICINA, UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO ); MARIA LUISA SAYEG PORTO (ALUNA DE GRADUAÇAO EM MEDICINA, UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA); MURILLO SAYEG PORTO (ALUNO DE GRADUAÇAO EM MEDICINA, UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA); ANA LUCIA MARTINS FIGUEIREDO (PROFESSORA DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA E MÉDICA DA UNIDADE NEONATAL DO HFSE); LILIA MARIA DA SERRA COSTA (PROFESSORA DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA E MÉDICA DA UNIDADE NEONATAL DO HFSE); MARIA AMÉLIA SAYEG PORTO (PROFESSORA DO CURSO DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE ESTACIO DE SA E MÉDICA DA UNIDADE NEONATAL DO HFSE); CARLA PRINCIPE PIRES CHAGAS VIANNA BRAGA
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INTRODUÇÃO: Identificado pela primeira vez no Brasil no final do ano de 2014, o Zika Vírus, transmitido principalmente pelo Aedes aegypti, tem se tornado uma grande preocupação para a saúde pública nacional, pela relação causal entre a febre Zika e uma malformação fetal conhecida como microcefalia. Esta é definida pelo Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia e/ou alterações do sistema nervoso central (SNC)/MS como um medida do perímetro cefálico inferior a 31,9cm no sexo masculino e 31,5cm no feminino em crianças nascidos a termo. Até março de 2016 eram 6.480 casos notificados, 863 com microcefalia e 97 confirmados para Zika.
DESCRIÇÃO DO CASO: Gestante com 31 anos, moradora de Rio Bonito/RJ, GIIPIA0, apresentou exantema e artralgia no primeiro trimestre de gestação e em investigação para Zika, apresentou sorologia positiva. Na ultrassonografia do segundo trimestre apresentou circunferência cefálica fetal abaixo da normalidade. Nasceu com 38 semanas, parto vaginal, pesando 2.360 gramas e com 48 cm de comprimento. O perímetro cefálico foi de 28 cm. Ao exame apresentava alteração na conformação craniana com fontanelas anterior e posterior não palpáveis, reflexos primitivos preservados e sem outras malformações.
DISCUSSÃO: Foram colhidos do recém-nascido, conforme orientação do protocolo do Ministério da Saúde: hemograma Hb 18,9/Leuco10.400 (1/6/0/0/2/36/40/15)/Plaq 313.000, bioquímica normal, PCR sérico, liquórico e urinário para Zika e outras sorologias. Realizados tomografia de crânio (imagens cálcicas e difusamente distribuídas na cortical dos lobos cerebrais bilaterais) e fundoscopia (normal). O caso foi notificado à vigilância epidemiológica. O recém-nascido permaneceu assintomático durante todo o período de internação e recebeu alta para acompanhamento em ambulatório especializado.
CONCLUSÃO: Ainda não há tratamento específico para a gestante. Existem ações de prevenção relacionadas ao combate do mosquito e ações de suporte que podem auxiliar o desenvolvimento do recém-nascido, acompanhando suas complicações clínicas, neurológicas e motoras, como retardo mental, paralisia cerebral, epilepsia entre outras.