Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Infectologia

RECIDIVA DE HIPEREOSINOFILIA EM PACIENTE COM TOXOCARÍASE

 

JOVARCI MOTTA (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE); CAROLINA DE OLIVEIRA CAVALCANTI ASSUMPÇAO (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE); MARIA EMMERICK GOUVEIA (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE); INGRID DAVID MARIN GIULIANI (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE); ADRIANA PINTO DE OLIVEIRA DUTRA LABUTO (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE); AISHA HORTA VASSEM OLIVEIRA (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE); RODOLFO FERNANDES LOPES DA SILVA (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE); BRUNNA ARENAZIO PERES SILVA (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE); BRUNO COUTINHO DE OLIVEIRA (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE); MARCIA ANTUNES FERNANDES (UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE)

 

P-097

INTRODUÇÃO: Os eosinófilos relacionam-se à resposta imune a infecções, infestações parasitarias, atopia e neoplasias. Os valores em indivíduos sadios variam entre 0 e 500/mm3, e hipereosinofilia é definida por eosinófilos acima de 1.500/mm3. Neste trabalho relataremos o caso de um paciente com hipereosinofilia recorrente devido à infestação por Toxocara canis.
RELATO: RMA, masculino, cinco anos, transferido para investigação de leucocitose com hipereosinofilia. Relato de febre baixa diária e mal-estar, sem outras queixas. Contato com cachorro infestado por vermes. Nega uso de medicamentos ou viagens recentes. Ao exame: bom estado geral, febril (39ºC), com microadenopatia cervical bilateral, eupneico, com sibilos esparsos à ausculta pulmonar. Sem outras alterações. Peso, estatura e IMC no p15-50. Exames laboratorias revelaram leucocitose (49.200/mm3), hiperosinofilia (30.996/mm3), sem anemia ou plaquetopenia, PCR 5,52 e VHS 34mm/h. Hipereosinofilia e história de contato com cachorro doente levaram à hipótese de Toxocaríase, que se confirmou com as sorologias IgM e IgG positivas para Toxocara canis. Tratado com albendazol por 21 dias e corticoterapia por sete dias. Evoluiu com remissão da febre e diminuição progressiva da eosinofilia (3.320/mm3). No acompanhamento, observou-se recidiva da hipereosinofilia, apesar de assintomático. Aventou-se reinfestação pois os cachorros não foram tratados e o paciente mantinha contato com os mesmos. Feito novo ciclo de albendazol com sucesso.
DISCUSSÃO E CONCLUSÃO: A toxocaríase é uma importante causa de hiperosinofilia em nosso meio. Entretanto, o diagnóstico torna-se difícil, pois a clínica é inespecífica. A melhora da eosinofilia tem sido considerada indicador de sucesso terapêutico e de controle da doença. O paciente evoluiu com retorno da hipereosinofilia após período de melhora. Iniciamos novo ciclo de albendazol pensando em reinfestação, baseado na comprovação de que os cães do domicílio não haviam sido adequadamente tratados. Este é um exemplo de que, diante de recidiva da hipereosinofilia, não podemos descartar a reinfestação pelo Toxocara canis.