Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Infectologia

SÍFILIS CONGÊNITA COMO FATOR DE AGRAVAMENTO PARA ÓBITO NEONATAL PRECOCE E NATIMORTALIDADE EM PARTO GEMELAR NA MATERNIDADE PÚBLICA MUNICIPAL DE SÃO GONÇALO-RJ: RELATO DE CASO

 

MARIA ELIZABETH HERDY BOECHAT (HOSPITAL DA MULHER GONÇALENSE-RJ); LUIZA HERDY BOECHAT LUZ TIAGO (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS-RS ); JULIANA MARIA BESTETTI (UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - RS); ISABELA PAULA DA SILVA DEL RIO DE ALMEIDA (HOSPITAL DA MULHER GONÇALENSE-RJ); CRISTINA MADALENA GOMES DA COSTA (HOSPITAL DA MULHER GONÇALENSE-RJ); CASSEMIRO SERGIO MARTINS (HOSPITAL ESTADUAL AZEVEDO LIMA-NITEROI-RJ)

 

P-086

INTRODUÇÃO: A Sífilis é uma infecção bacteriana causada pelo Treponema pallidum, com ocorrência em todo mundo. Acometendo ambos os sexos e as mais diversas faixas etárias. Na gestação pode propiciar abortamentos, partos prematuros e óbitos neonatais precoces e tardios. Sendo este estudo um exemplo desta infecção ao concepto.
DESCRIÇÃO DO CASO: Inicialmente, forneceremos informações da sua parturiente: S.S.C.; 19 anos; moradora de Santa Catarina-São Gonçalo-RJ; ensino médio incompleto; negra; do lar; sem pré-natal; com cerca de 25 semanas de gestação; primípara; gravidez gemelar. Em 25/07/16 é internada neste serviço em pródromos de parto prematuro, com HIV não reagente (teste rápido) e VDRL reagente (teste rápido). Neste dia evoluiu para o parto gemelar: G1, sexo feminino com 610g; estatura de 31 cm; perímetro cefálico de 22cm; perímetro torácico de 18,5cm e perímetro abdominal de 19,5cm apresentando prematuridade extrema, sepse neonatal e sífilis congênita (VDRL 1/64 em 25/07/16), com fontanela anterior normal, reativa ao manuseio, hipocorada, crepitações difusas em ambos os pulmões e necessitando tubo orotraqueal com ventilação mecânica assistida, petéquias no tórax e abdome. Dentre as prescrições: Ceftriaxone; Gentamicina; Surfactante e Aminas vasoativas. Desenvolvendo bradicardia e desfecho para o óbito em 26/07/16. Ainda, G2 natimorto, apresentando 400g e do mesmo sexo.
DISCUSSÃO: Observamos acima, que esta gestante não frequentou a assistência pré-natal, e este fato colaborou de modo determinante para que a mesma e seu parceiro sexual permanecessem sem tratamento para esta infecção, e por consequência, os conceptos ficaram vulneráveis as repercussões clínicas da transmissão vertical desta doença.
CONCLUSÃO: Mediante o exposto, é fundamental a assistência do pré-natal para que a gestante e seu parceiro sexual possam ter acesso à investigação, terapêutica e monitoramento da Sífilis. Visando assim, vislumbrar a prevenção da sua forma congênita e suas severas manifestações orgânicas.