Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Cuidados Hospitalares - Emergência

BENEFÍCIO DO TRATAMENTO COM PAMIDRONATO EM CRIANÇA COM PARALISIA CEREBRAL: RELATO DE CASO.

 

JULIANA SANTIAGO DIAS (IFF); ALICE PAES ROZADO COSTA (IFF); CAROLINA GUIMARAES CRESPO (IFF); CAMILA VAZQUEZ PENEDO (IFF); ANA CAROLINA DE ALMEIDA MACEDO (IFF); ANA LUIZA MOURA CEIA (IFF); PAULA MOTA VIEITAS (IFF); GABRIEL DEVEZA GOMES (IFF); GABRIELLA ALVES HUBER MENDES (IFF); JANAINA GABRIELLA PEREIRA ALVES (IFF)

 

P-029

INTRODUÇÃO: A Paralisia cerebral (PC) é um distúrbio do desenvolvimento que afeta o movimento, tônus musculares e a postura, levando a limitação da atividade. Comumente é observada osteopenia em crianças com PC, cuja causa é multifatorial: imobilização, nutrição ineficaz, falta de exposição solar e uso de anticonvulsivantes, que predispõem a maior absorção óssea e elevando o risco de fraturas.
DESCRIÇÃO DO CASO: Paciente, 9 anos, sexo feminino, com história de interação prolongada e portadora de encefalopatia crônica não progressiva evoluiu com fraturas ósseas recorrentes não traumáticas e osteopenia evidenciada na densitometria óssea. Foi iniciado tratamento da osteopenia com infusão cíclica regular de pamidronato, na dose 1 mg/kg/dia, realizada durante três dias e repetida a cada 4 meses. Após um ano paciente apresentou boa resposta ao tratamento, evoluindo com melhora da osteopenia e recorrência de fraturas.
DISCUSSÃO: A maioria das crianças com paralisia cerebral possui menor densidade óssea, mesmo após a correção de fatores nutricionais. As biópsias assim como a densitometria óssea evidenciam osteopenia com acelerada reabsorção óssea, provavelmente por desuso. Os bifosfonatos atuam reduzindo a atividade osteoclástica e a reabsorção óssea. Estudos demonstram benefícios na infusão de pamidronato nessas crianças, quando realizada na dose de 1mg/kg, a cada 3 a 4 meses ao longo de um ano, evidenciando aumento da densidade mineral óssea, redução importante na ocorrência de fraturas e melhora no Z-score em relação ao anterior. Embasado nesses resultados a paciente do presente estudo realizou a infusão de pamidronato e apresentou benefícios semelhantes.
CONCLUSÃO: Dada a alta frequência de osteopenia em crianças com paralisia cerebral e consequente predisposição a fraturas, é de suma importância avaliar a necessidade de infusão de pamidronato nesses pacientes, de forma a reduzir o número de fraturas, a morbidade e melhora da qualidade de vida.