Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Cardiologia

INSUFICIÊNCIA CARDÍACA E MIOCARDIOPATIA DILATADA: RELATO DE CASO

 

CAMILA HENRIQUE MOSCATO (PUC-SP SOROCABA); TABATA BATISTA NAVARRO (PUC-SP SOROCABA); CAROLINA OBERG RIBEIRO (PUC-SP SOROCABA)

 

P-020

INTRODUÇÃO: A insuficiência cardíaca é uma patologia complexa e pouco incidente na criança que gera preocupação quanto ao diagnóstico precoce e definição etiológica. As causas mais frequentes são os defeitos cardíacos congênitos, seguidos das cardiomiopatias dilatadas idiopáticas. Sua apresentação clínica é variável conforme o defeito e gravidade.
RELATO DE CASO: JESN, 9 anos, queixa-se de dor abdominal, inapetência e perda de peso há 1 mês, com piora progressiva, evolui com dispneia ao repouso, edema de extremidades e face. Nega antecedentes. Ao exame físico apresentava-se em regular estado geral, descorado 2+/4+, desidratado 2+/4+, acianótico, PA: 160x120 mmHg; ausculta cardíaca com bulhas em ritmo de galope, FC:140bpm; Respiratório: murmúrios vesiculares diminuídos em bases, com estertores crepitantes difusos bilaterais, SatO2:96% com cateter O2; palpação abdominal profunda discretamente dolorosa, fígado à 4 cm do RCD; edema de extremidades 2+/4+, TEC<2 segundos. Solicitados exames bioquímicos, sorologias, radiografia de tórax com derrame pleural bilateral e eletrocardiograma com sobrecarga biatrial e ventricular. Ecocardiograma com disfunção miocárdica sistólica (Fração de Ejeção: 35%). Realizado tratamento medicamentoso com captopril, hidrocloratiazida, carvedilol, espironolactona e furosemida, com hipótese de miocardiopatia dilatada por citomegalovírus. Permaneceu internado por 12 dias, encaminhado ao ambulatório de cardiologia infantil.
DISCUSSÃO: As miocardites podem ser classificadas pela sua origem celular e na literatura há destaque para infecções virais, com cepas cardiogênicas. O diagnóstico clínico da miocardite pôde ser feito com base nas manifestações de insuficiência cardíaca e alterações ecocardiográficas com redução da fração de ejeção e dilatação ventricular. O tratamento clínico hospitalar foi suficiente para melhora da função cardíaca, fato importante no prognóstico e tratamento definitivo de cada caso.
CONCLUSÃO: Concluímos que devemos valorizar os sintomas iniciais de disfunção cardíaca instituindo tratamento precoce nos casos de insuficiência com monitorização funcional e suporte para reduzir os danos e sequelas, principalmente na infância onde há grande incidência de infecções virais.