Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

Logo Soperj

Número atual: 15(supl 1)(2) - Março 2015

Relato de Caso

Edema Hemorrágico Agudo da Infância: Um Relato de Caso

 

Fraga, S.D.B.; Barbosa, M.N.; Miranda, P.C.B.; Leite, M.A.R.

Hospital Municipal Miguel Couto

 

Resumo

INTRODUÇÃO: O edema hemorrágico agudo da infância (EHAI) é uma vasculite leucocitoclástica rara que acomete crianças entre 4 e 24 meses, relatada também em recém-nascidos. A doença tem curso benigno, com resolução espontânea de 1 a 3 semanas. Muitos autores defendem tratar-se de uma variante da púrpura de Henoch-Schönlein. A etiologia é desconhecida mas em 75% dos casos, há relato de infecção prévia, uso de medicamentos ou imunização recente. O quadro clínico compreende irritabilidade, febre baixa, lesões purpúricas em face, extremidades, tronco e orelhas, de aparecimento súbito e progressivo, associado a edema em mãos e pés. As lesões atingem até 5 centímetros, têm forma arredondada com bordos bem definidos, semelhantes a um medalhão. O hemograma pode apresentar leucocitose com eosinofilia. Não há tratamento específico.
OBJETIVO: Relatar um caso de EHAI, chamando atenção para essa entidade que muitos acreditam ser subdiagnosticada.
MATERIAL E MÉTODO: J.P.O., sexo masculino, branco, 1 ano e 7 meses, internado com quadro de lesões purpúricas, de aparecimento agudo (12 horas de evolução) e edema inflamatório nos pés. Ao exame, paciente afebril, regular estado geral, com lesões edematosas, violáceas, de configuração anelar, distribuídas em membros inferiores e pavilhão auricular, associada a edema em pés. O hemograma mostrou leucocitose e eosinofilia. O paciente foi tratado com sintomáticos e as lesões regrediram espontaneamente em uma semana.
RESULTADOS: Relacionando a literatura com o quadro clínico apresentado pelo paciente, observamos semelhança em relação à idade de apresentação e ao quadro clínico, com início súbito, púrpura e edema de conformação semelhante às descritas, laboratório compatível e resolução espontânea do quadro, o que nos permitiu fechar o diagnóstico de EHAI.
CONCLUSÃO Os poucos relatos na literatura sobre EHAI podem contribuir para a dificuldade de reconhecimento dessa patologia. O pediatra deve estar atento à possibilidade desse diagnóstico perante a criança com manifestações semelhantes, evitando exames e tratamentos desnecessários.

 

Responsável
BÁRBARA CARVALHO SANTOS DOS REIS