Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 15(supl 1)(2) - Março 2015

Trabalho Original

Hanseníase infantil no estado do Rio de Janeiro: características clínicas na última década

 

Cabral, F.S.; Batista, L.R.; Souza, P.R.; Henney, D.R.; Rico, T.R.F.; Ferreira, J.P.Q.; Lima, G.M.

Escola de Medicina Souza Marques (FTESM)

 

Resumo

INTRODUÇÃO: As crianças são mais suscetíveis à hanseníase e contraem a doença, geralmente, a partir de um familiar infectado, após longo período de intensiva exposição à grande carga bacilar.
OBJETIVO: Ressaltar características clínicas da hanseníase em menores de 15 anos, residentes no Estado do Rio de Janeiro, no período de 2001 a 2012.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo descritivo realizado com base nos dados do Sistema de Informação e Agravos de Notificação (SINAN) para o Estado do Rio de Janeiro, obtidos na página do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) no período de 2001 a 2012.
RESULTADOS: A hanseníase infantil correspondeu a 6,4% dos casos notificados (30.564) no período, variando de 7,3% (3.089) em 2001 a 5,9% (1.727) em 2012. A forma tuberculóide, característica de pessoas com alta resistência ao bacilo, foi observada em a 45,3% dos casos diagnosticados no período (1.952), alcançando mais de 50% dos casos em crianças em 2012 (97). Já a forma indeterminada, que é a mais esperada em crianças, por ser um estágio inicial e transitório cuja resposta imune ainda não foi definida diante do bacilo, ocorreu em apenas 25% dos casos. A forma mais grave, a Virchowiana, que pode cursar com dormência de pés e mãos, nódulos na pele, edema e comprometimento dos órgãos internos, representou 5,9% dos casos de menores de 15 anos diagnosticados no período e 24,5% das notificações apresentou a forma multibacilar, indicando a força de transmissão da doença com contato precoce ao bacilo. Adicionalmente, 2,6% (51) apresentaram incapacidade grau II no diagnóstico.
CONCLUSÃO Ressalta-se por frequência nos dados observados, a forma tuberculóide. Apesar de incomum a ocorrência de incapacidades em crianças, a precocidade do adoecimento pode contribuir para potenciais deformidades.

 

Responsável
ISABELA REIS GIRIANELLI