Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 13 (supl 1)(2) - Dezembro 2012

Anais do X Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro

Hanseníase infantil na prática: a importância do exame clínico

 

Chaves, GMC; Varidel, ARM: Gomes, RR; Reis,VSB; Alves JMS, Nunes, JRSN

1 - FIOCRUZ.
2 -UNIRIO.

 

 

RESUMO

INTRODUÇÃO: A hanseníase é uma doença infectocontagiosa de curso crônico, causada pelo Mycobacterium leprae. O Brasil é responsável por 90% dos casos do continente americano e é o segundo país em números absolutos no mundo. Estima-se que 7 a 8% desses casos sejam em menores de 15 anos, demonstrando um contato recente e ativo com doentes bacilíferos. A alta prevalência de hanseníase no Brasil favorece o contágio precoce em crianças.
OBJETIVO: Descrever um caso de hanseníase infantil na forma tuberculoide clássica e ressaltar a importância de um exame clínico minuncioso para que o diagnóstico seja feito precocemente.
RELATO DE CASO: Paciente feminina, 8 anos, procurou o ambulatório ASA, na FIOCRUZ, após passar por outros 4 serviços públicos, queixando-se de lesão crônica em perna direita, em crescimento, com evolução de 5 anos. Ao exame dermatológico, apresentava lesão em placa eritemato-acastanhada em região de panturrilha direita. Trazia consigo exame micológico direto negativo, baciloscopia negativa e biópsia com diagnóstico de processo granulomatoso crônico. Informou que já havia sido realizado o teste cutâneo de sensibilidade diversas vezes, todos com preservação da mesma. Ao realizarmos novamente, percebemos uma pequena área com diminuição da sensibilidade térmica e dolorosa. Foi feito então o diagnóstico de hanseníase tuberculóide e iniciado PQT-PB infantil, calculada por peso.
COMENTÁRIOS: A hanseníase é uma doença de alta prevalência no Brasil, e quando seu diagnóstico é feito de forma tardia, podem ocorrer deformidades e incapacidade no paciente, sequelas ainda com um estigma social muito forte. Para evitarmos tais acontecimentos, o diagnóstico da hanseníase deve ser feito de forma precoce, utilizando como base um exame clínico minuncioso e como ferramenta auxiliar o teste de sensibilidade.
CONCLUSÕES: Apresentamos paciente que foi inicialmente submetida a testes invasivos desnecessários e já poderia ter seu diagnóstico selado se o teste de sensibilidade tivesse sido feito mais atentamente.

 

Responsável
Daniela Pires Ferreira Vivacqua