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Júlio César Garcia de Alencar; Carlos Augusto Alencar Junior; Aline de Moura Brasil Matos
Revista de Pediatria SOPERJ - V.12, Nº1, p16-21, Agosto 2011
ResumoOBJETIVO: Esse estudo tem como objetivo realizar uma revisão sistemática sobre as principais consequenciais neonatais e em crianças do uso do crack durante gestação.
FONTES DOS DADOS: Foi realizada uma revisão sistemática utilizando banco de dados eletrônicos (MEDLINE). Critérios de inclusão foram estudos com análise dos efeitos neonatais e em crianças do uso do crack e de outros derivados da cocaína durante a gestação.
SÍNTESE DOS DADOS: Nascem anualmente cerca de 375.000 recém-nascidos de mães viciadas em cocaína nos Estados Unidos. No Brasil, um estudo sobre o perfil dos usuários de crack, em 2008, mostrou um aumento do número de crianças intoxicadas pela droga durante a gravidez. Os problemas neonatais relacionados ao crack são: asfixia, prematuridade, baixo peso e alterações do comportamento. O vínculo mãe-filho costuma ser afetado.A síndrome de abstinência à droga pode ocorrer. Os recém-nascidos podem apresentar manifestações em vários sistemas do organismo, como choro estridente característico e convulsões. Dificuldade de sucção, diarréia, vômitos, febre, tremores, sudorese excessiva e palidez são frequentemente encontrados.
CONCLUSÕES: Suspeição e detecção dos sintomas relacionados a drogas no período neonatal podem ser difíceis, mas, com aumento da incidência de usuárias de crack durante a gestação, observação rigorosa é importante para o diagnóstico de alterações neonatais, bem como dos sintomas de abstinência à droga. Os problemas não devem ser desprezados pela possibilidade de acarretar prejuízos irreparáveis na qualidade de vida da criança, como dificuldade de aprendizagem por problemas na linguagem, no raciocínio, na compreensão verbal e na memória.
Palavras-chave: Cocaína Crack, Gestaçao, Neonatos, Crianças
Carlos Enrique Crismatt; Arnaldo Bueno; Maria Dolores Salgado Quintães; Consuelo Lozoya
Revista de Pediatria SOPERJ - V.20, Nº2, p67-71, Junho 2020
ResumoINTRODUÇÃO: Citomegalovirose congênita é a principal causa infecciosa de perda auditiva neurossensorial e anormalidades no desenvolvimento neurológico em recém-nascidos de países desenvolvidos. Em muitas outras partes do mundo, permanece como a segunda causa de malformações graves, perdendo apenas para a paralisia cerebral. Quando sintomáticos, apresentam microcefalia, hepatoesplenomegalia, letargia, petéquias, trombocitopenia, deficiências neurológicas, retinopatia e crescimento intrauterino restrito.
OBJETIVO: Relatar caso de recém-nascido com suspeita de infecção congênita por citomegalovírus e documentar os achados placentários.
DESCRIÇÃO DO CASO: Recém-nascido com crescimento intrauterino restrito, mãe hipertensa e com oligodrâmnia severa, nascido de parto cesariana, prematuro e pequeno para a idade gestacional. Durante o pré-natal, identificou anti-HIV, HBsAg e VDRL não reatores, mas IgG e IgM positivos para citomegalovírus. No recém-nascido, a ultrassonografia transfontanela revelou hemorragia intracraniana grau II; tomografia computadorizada de crânio e emissão otoacústica sem alterações e sorologia IgG e IgM para citomegalovírus negativas. Não houve detecção de DNA do citomegalovírus através da reação em cadeia de polimerase no líquor e na urina do recém-nascido. A histopatologia e imuno-histoquímica da placenta demostraram compatibilidade com infecção viral por citomegalovírus.
DISCUSSÃO: O diagnóstico intrauterino da citomegalovirose pode ser obtido através da reação em cadeia de polimerase no líquido amniótico. O diagnóstico pós-natal inclui a reação em cadeia de polimerase em saliva, urina ou ambas. Vilosite linfoplasmocitária crônica, vilosidades avasculares fibróticas, inclusões intranucleares e intracitoplasmáticas são achados comuns e característicos da infecção placentária pelo citomegalovírus. O estudo anátomo-patológico placentário é um instrumento valioso na presunção dos casos de infecção congênita pelo citomegalovírus.
Palavras-chave: Citomegalovírus; Recém-nascido; Placenta; Diagnóstico.
Bruno Leonardo Scofano Dias; Fernanda Marinho de Lima
Revista de Pediatria SOPERJ - V.21, Nº3, p123-138, Dezembro 2021
Resumo
INTRODUÇÃO: Os acidentes vasculares encefálicos em crianças são mais frequentes em neonatos, estando associados a consequências clínicas e ao neurodesenvolvimento, resultando em impacto para toda a família.
OBJETIVO: Apresentar uma síntese atualizada do conhecimento sobre acidentes vasculares encefálicos em pediatria, expandir as informações dos estudos publicados nos últimos cinco anos e fomentar mais pesquisas nesta área do conhecimento no Brasil.
FONTES DE DADOS: Bases de dados Pubmed, LILACS e MEDLINE.
SÍNTESE DOS DADOS: Os acidentes vasculares encefálicos são classificados nos tipos perinatal e infantil. O tipo perinatal ocorre entre 20 semanas de vida fetal e 28 dias de vida pós-natal; divide-se no subtipo perinatal agudo sintomático com apresentação nos primeiros 28 dias de vida pós-natal, sendo este subdividido em neonatal isquêmico arterial, trombose de seio venoso cerebral neonatal e neonatal hemorrágico; e no subtipo perinatal presumido com apresentação após os primeiros 28 dias de vida pós-natal, sendo este subdividido em perinatal isquêmico arterial presumido, infarto venoso periventricular e perinatal hemorrágico presumido. O tipo infantil ocorre e se apresenta após 28 dias de vida pós-natal até 18 anos de idade, sendo subclassificado em isquêmico arterial, trombose de seio venoso cerebral e hemorrágico.
CONCLUSÕES: Nos últimos cinco anos, estudos trouxeram novas informações. Uma nova classificação para o tipo perinatal e modificações na investigação diagnóstica. Ampliação na miríade de etiologias para os subtipos infantis isquêmicos e nas suas investigações diagnósticas, com uma nova classificação internacional para o subtipo arterial. Novas escalas específicas disponíveis para mensuração de desfechos e de qualidade de vida.
Palavras-chave: Recém-Nascido. Lactente. Criança. Adolescente. Acidente Vascular Cerebral.
Israel Figueiredo Junior
Revista de Pediatria SOPERJ - V.16, Nº3, p21-29, Outubro 2016
ResumoOBJETIVO: O atendimento pré-hospitalar é uma modalidade de socorro de urgência em cenários diferentes do hospitalar. Requer por parte do profissional conhecimento padronizado e atitudes corretas para alcançar a excelência no atendimento, ou seja, o atendimento por todos os componentes das equipes deve ser sistematizado e de acordo com protocolos. Procurou-se estabelecer a melhor forma de abordagem das possíveis situações de socorro ao recém-nascido, incluindo os nascimentos não programados em ambiente extra-hospitalar.
MÉTODOS: Buscas no Pubmed e reunião de documentos nacionais, usando palavras-chave recém-nascido, emergência.
RESULTADOS: Apesar da pequena frequência de atendimento a recém-nascidos em ambiente extra-hospitalar, as equipes devem estar atentas aos principais problemas que podem atingir esse frágil ser. Trata-se, portanto de uma revisão que apresenta uma abordagem a partir dos principais problemas para o atendimento pré-hospitalar a um recém-nascido.
CONCLUSÃO: Causas prevalentes e/ou possíveis síndromes orgânicas devem ser identificadas e um rápido tratamento instituído.
Palavras-chave: unidades móveis de urgência, recém-nascido, gestaçao, atendimento de emergência.
Armanda de Oliveira Pache de Faria; Alan Araújo Vieira; Raphaella Costa Moreira Simen; Maria Elisa Vieira da Cunha Ramos Miterhof
Revista de Pediatria SOPERJ - V.18, Nº2, p11-17, Junho 2018
ResumoINTRODUÇÃO: a grande incidência de alterações na orelha média em recém-nascidos gera aumento na frequência de resultados falsamente alterados no teste da orelhinha.
OBJETIVO: analisar a correlação entre as respostas das emissões otoacústicas evocadas transientes com os resultados da timpanometria.
MÉTODOS: estudo prospectivo no qual foram estudados os recém-nascidos que permaneceram internados na unidade neonatal. Estes foram submetidos à timpanometria com tom de 226 Hz e 1.000 Hz e a emissões otoacústicas evocadas transientes. As curvas timpanométricas foram classificadas em normais (A e duplo pico) ou alteradas (Ad, As, B, C). A população foi descrita por meio de frequências absolutas e relativas, e a correlação entre os resultados dos exames realizados foi estabelecida por meio do teste qui-quadrado e por regressão logística, com significância de 95%, utilizando-se o pacote estatístico SPSS 16.0.
RESULTADOS: dos 172 pacientes admitidos, preencheram os critérios de inclusão 137, perfazendo 274 orelhas. Dessas, 22 apresentaram emissões otoacústicas evocadas transientes alteradas, 14 timpanometrias com tom de 226 Hz e 18 timpanometrias com tom de 1.000 Hz. A correlação entre emissões otoacústicas evocadas transientes alteradas e timpanometria com tom de 226 Hz alterada no primeiro exame apresentou OR = 44 (IC 95%: 11,75 - 166,81; p < 0,001); com a timpanometria tom de 1.000 Hz, a correlação apresentou OR = 829 (IC 95%: 100,2 - 6.879,17; p < 0,001).
CONCLUSÕES: houve melhor correlação entre os resultados das emissões otoacústicas evocadas transientes com a timpanometria com tom de 1.000 Hz na população estudada.
Palavras-chave: Triagem neonatal; Testes de impedância acústica; Orelha média; Recém-nascido.
Ludmila Pereira Barbosa dos-Santos; Maria Dolores Salgado Quintães; Luis Guillermo Coca Velarde; Arnaldo Costa Bueno; Selma Maria de Azevedo Sias
Revista de Pediatria SOPERJ - V.20, Nº4, p124-129, Dezembro 2020
ResumoINTRODUÇÃO: A pneumonia neonatal é um importante agravo de saúde global, com consideráveis morbidade e mortalidade, sobretudo nos países em desenvolvimento. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) estabeleceu critérios diagnósticos, visando a prevenção, diagnóstico e tratamento das infecções do período pré-natal, perinatal e neonatal.
OBJETIVO: Identificar o conhecimento médico acerca dos critérios preconizados pela ANVISA no diagnóstico de pneumonia neonatal e reconhecer o tempo de terapia antimicrobiana.
MÉTODOS: Estudo transversal realizado em 2017, nas unidades de terapia intensiva neonatal públicas e privadas, do município de Niterói-RJ, através de questionário validado baseado nos critérios da ANVISA, abordando situações clínicas, sinais e sintomas e tratamento da pneumonia neonatal. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do HUAP/UFF. Utilizou-se amostra de conveniência.
RESULTADOS: Do total de 85 médicos, foram entrevistados 79 (93%). Identificou-se que 44% destes não reconheceram situação clínica referente ao diagnóstico de pneumonia neonatal e 28% a respeito de doença de membrana hialina, importante diagnóstico diferencial; 67% negaram conhecer os critérios da ANVISA e os 33% que afirmaram não souberam relatá-los. O tempo de tratamento antimicrobiano variou entre 4-14 dias, sendo sete dias o mais prevalente.
CONCLUSÕES: O desconhecimento dos médicos acerca dos critérios da ANVISA e a variabilidade no tempo de tratamento antimicrobiano indicam necessidade de melhorias no reconhecimento e na divulgação desses critérios. Esta pesquisa também enfatiza que os protocolos estabelecidos pelo Ministério da Saúde, importantes ferramentas desenvolvidas para melhoria da assistência médica nacional, precisam maior divulgação e diligência.
Palavras-chave: Conhecimentos; atitudes e prática em saúde; Pneumonia; Recém-nascido; Diagnóstico.
Brunnella Alcantara Chagas de Freitas; Luciana Ferreira da Rocha Sant'Ana; Silvia Eloiza Priore; Juliana Farias de Novaes e Barros; Sylvia do Carmo Castro Franceschini
Revista de Pediatria SOPERJ - V.13, Nº1, p46-15, Maio 2012
ResumoINTRODUÇÃO: Os avanços crescentes da neonatologia vêm propiciando a sobrevivência de bebês cada vez mais prematuros. Aumenta-se a preocupação no seguimento do crescimento somático e desenvolvimento neuropsicomotor.
OBJETIVOS: entender como se comporta o crescimento dos prematuros e avaliar as curvas de crescimento utilizadas.
MÉTODOS: Artigo de revisão, que utilizou os descritores "growth" and "premature" nas fontes SciELO, LILACS MEDLINE/PUBMED e referências clássicas.
CRITÉRIOS DE INCLUSÃO: publicações completas a partir de 1990, em inglês e português, em humanos, com delineamento observacional e que se referissem ao crescimento de prematuros como desfecho. Excluíram-se artigos de revisão.
RESULTADOS: Predominaram estudos isolados, utilizando-se de diferentes padrões de referências, para construção de curvas de referência locais, tanto intrauterinas quanto de crescimento pós-natal, o que dificulta inferir os resultados para diferentes unidades neonatais.
CONCLUSÕES: O crescimento fetal é influenciado por fatores genéticos, hormonais, ambientais, placentários e saúde materna, incluindo sua própria condição nutricional e oferta de nutrientes. O aumento da sobrevida dos prematuros de menores idades gestacionais é recente e, desta forma, os dados disponíveis de seguimento referentes ao padrão ideal de crescimento dessa população são limitados, principalmente quanto à vida adulta. Sugerem-se estudos de caráter multicêntrico, com amostras representativas, sobre a cinética do crescimento dos prematuros, desde o período de hospitalização até a idade adulta, que possibilitarão a criação de curvas de referência para prematuros para ampla utilização e, por conseguinte, se estabelecer relações com fatores interferentes de forma mais fidedigna. São necessários mais esclarecimentos sobre a composição corporal e suas consequências metabólicas futuras. prematuro; crescimento e desenvolvimento; recém-nascido
Palavras-chave: prematuro; crescimento e desenvolvimento; recém-nascido
Andrezza Tayonara Lins-Melo; Allison Deyvison de Lima Pereira; Andrezza de Lemos Bezerra
Revista de Pediatria SOPERJ - V.22, Nº2, p97-101, Junho 2022
ResumoINTRODUÇÃO: A infecção pelo novo coronavírus em neonatos pode ser considerada leve, grave ou moderada.
OBJETIVO: Descrever as condições clínicas durante o internamento de RNPTs que testaram positivo para a Covid-19.
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo de caso realizado no hospital com unidade de terapia intensiva neonatal (UTINEO), com dois RNPTs, gemelares, do sexo feminino, sem nenhuma patologia de base além da Covid-19 e prematuridade, que necessitaram da UTINEO. As informações utilizadas foram colhidas através dos prontuários eletrônicos.
DESCRIÇÃO: Os dois RNs apresentaram-se estáveis ao nascimento e realizaram pressão positiva contínua nasal (CPAP) preventiva; apenas um RN necessitou de oxigênio com fração inspiratória de 25% por 24h, nenhum RN necessitou de ventilação mecânica e ambos receberam alta hospitalar 37 dias após o nascimento. Existe uma grande variedade clínica entre os RNs que foram diagnosticados com a Covid-19; a maioria não desenvolveu sintomas graves da doença, embora existam relatos de neonatos que necessitaram de VM e evoluíram a uma condição clínica grave.
COMENTÁRIOS: Os RNs que testaram positivo para a SARS-CoV-2 não apresentaram complicações significativas, mas devido à escassez de informação na literatura, são necessárias novas descrições e abordagens desses pacientes, além de estudos com amostras maiores.
Palavras-chave: Unidades de Terapia Intensiva Neonatal; Infecções por Coronavirus; Recém-Nascido Prematuro; Neonatologia.
Raphaella de Oliveira Cunha Trindade ; Raquel Siqueira Leonel De Paula ; Carlos Alberto Bhering ; Isaias Soares De Paiva
Revista de Pediatria SOPERJ - V.10, Nº1, p28-34, Maio 2009
ResumoINTRODUÇÃO: A acidemia metilmalônica (AMM) é um erro inato do metabolismo (EIM) dos ácidos orgânicos. Existem duas formas clínicas : uma neonatal e outra tardia, a maioria com apresentação súbita no período neonatal. Os afetados apresentam sintomas graves, que muitas vezes os levam ao óbito, e são freqüentemente confundidos com septicemia, pois ambas as situações apresentam acidose e encefalopatia aguda.
OBJETIVO: Relatar um recém-nascido com quadro sugestivo de AMM que evoluiu para o óbito por dificuldades e demora no diagnóstico e tratamento, visando a divulgação do conhecimento deste EIM.
MATERIAIS E MÉTODOS: Estudo descritivo constando de relato de caso.
RESULTADOS: KSC, 22 dias de vida, foi trazido ao pronto-socorro com história de intolerância alimentar desde o nascimento. O RN estava desnutrido grau III e desidratado e foi internado na UTI neonatal. Considerado sepse e iniciado esquema empírico de antibioticoterapia. Após persistência do quadro, foi iniciado screening para EIM que mostrou aumento moderado de C3. Os ciclos de metronidazol, a suplementação de L-carnitina e megadoses de vitaminas foram feitos, como recomenda o protocolo. Com a dificuldade em se obter a fórmula láctea recomendada (XMTVI analog), foi tentada associação de TCM e leite 80056, sem sucesso. O início da referida fórmula láctea deu-se no 87º dia de internação, dois dias antes do óbito do neonato.
CONSIDERAÇÕES FINAIS: Ressaltamos a necessidade do conhecimento da AMM, pois o prognóstico do paciente está relacionado ao tempo para instituir o tratamento adequado. As dificuldades em seguir o protocolo diagnóstico e terapêutico contribuem para um pior desfecho.
Palavras-chave: Acidemia Metilmalônica, Erro Inato do Metabolismo, Acidemias, Diagnostico, neonato
Luccas Fernandes Queiroz; Letícia Lemos Leao; Laís Araújo Silva Furquim; Marcelo Gomes Judice; Renato Canevari Dutra da Silva
Revista de Pediatria SOPERJ - V.17, Nº1, p8-14, Fevereiro 2017
ResumoOBJETIVO: verificar a relação do peso ao nascimento e da idade gestacional sobre as complicações respiratórias de neonatos em uma maternidade do sudoeste goiano.
MÉTODOS: foi realizada uma pesquisa de estudo descritivo-analítico, retrospectivo, com o método quantitativo, por meio de levantamento, utilizando-se dos prontuários hospitalares, nos serviços de arquivos médicos de uma maternidade do sudoeste goiano. Foram utilizados 1.416 prontuários de recém-nascidos de janeiro a dezembro de 2013, sendo excluídos prontuários rasurados e incompletos. Todo o conjunto de dados coletados foi organizado em uma planilha eletrônica do Excel®. Após a preparação de toda a planilha, os dados foram transferidos para outra do Statistical Package for Social Sciences (versão 16.0) e processadas as análises estatísticas descritivas. Para os testes de correlação entre as variáveis utilizou-se a correlação Pearson com intervalo de confiança de 95%.
RESULTADOS: no que se refere às correlações realizadas entre a existência de complicações respiratórias e peso dos recém-nascidos ao nascer, idade gestacional e IG x peso, pôde ser observada correlação estatisticamente significativa em todas as situações, o que implica que para a determinada amostra: quanto menor o peso ao nascimento e idade gestacional, maior a possibilidade de desenvolver complicações respiratórias (p = 0,000 e p = 0,004, respectivamente). A prevalência de complicações respiratórias foi de 81,70% sendo a mais encontrada a síndrome do desconforto respiratório em 11,80% dos recém-nascidos.
CONCLUSõES: pôde-se identificar que quanto menor o peso ao nascimento e idade gestacional, maior a possibilidade de desenvolver complicações respiratórias bem como uma maior relação idade gestacional x peso.
Palavras-chave: Recém-nascido de baixo peso. Doenças respiratórias. Fatores de risco. Recém-nascido.
Cláudio Tortori
Revista de Pediatria SOPERJ - V.17(supl 1), Nº1, p72-84, 2017
ResumoINTRODUÇÃO: o sangramento digestivo ainda representa um problema importante na gastroenterologia geral e pediátrica, apesar dos diversos recursos tecnológicos de imagem e endoscópicos que surgiram nas últimas décadas.
OBJETIVO: rever causas, medidas e procedimentos terapêuticos gerais de importância para conduzir um paciente pediátrico com sangramento digestivo.
FONTE DE DADOS: foram revisadas as principais publicações sobre o tema hemorragia digestiva na faixa etária pediátrica, incluindo dados epidemiológicos nacionais de morbidade dos últimos seis anos de doenças que podem cursar com o quadro referido, considerando principalmente etiologia, manifestações clínicas, exames gerais e específicos além de aspectos relacionados à conduta no paciente tanto do ponto de vista geral de estabilização nos quadros graves, quanto específicas de medicamentos e estratégias visando o diagnóstico e tratamento das crianças acometidas.
SÍNTESE DOS DADOS: de acordo com a idade de acometimento, alterações do exame clínico e provas laboratoriais mais simples, é possível diagnosticar um grande número de episódios e orientar medidas terapêuticas iniciais visando diminuir a hemorragia até que exames mais complexos sejam realizados.
CONCLUSÕES: medidas gerais clínicas e terapêuticas devem ser instituídas, e o monitoramento adequado do paciente após um episódio de hemorragia digestiva na criança é importante no diagnóstico e acompanhamento de todos os casos.
Palavras-chave: Hemorragia gastrointestinal; Hemorragia; Trato gastrointestinal; Criança; Lactente; Recém-nascido.
Paula Lemos Crisóstomo; Marina Caversan Brito; Ivy Machado Pedrini; Danielle Calil de Sousa; Dayanna de Oliveira Quintanilha; Mariana Franco Ferraz Santino; Rafaela Barreto Araujo Fernandes; Rafael del Castillo Villalba; Selma Maria de Azevedo Sias
Revista de Pediatria SOPERJ - V.16, Nº2, p31-35, Junho 2016
ResumoOBJETIVO: Relatar um caso raro e grave de ictiose congênita conhecida como ictiose lamelar, enfatizando a evolução clínica, o tratamento e o desfecho.
DESCRIÇÃO DO CASO: A paciente nasceu com fenótipo de bebê coloide, incluindo leucoma central bilateral. Evoluiu com descamação extensa da superfície corporal, necessitando de terapia intensiva. Apresentou episódios de sepse, desconforto respiratório, anemia, distúrbio nutricional e necrose de um quirodáctilo. Diante do suporte terapêutico, com ênfase aos cuidados clínicos, nutricionais, oftalmológicos e dermatológicos, a evolução foi satisfatória após a gastrostomia devido à dificuldade de sucção pelo eclábio. Recebeu alta hospitalar, mantendo a descamação tegumentar. Durante o acompanhamento ambulatorial, teve boa evolução, sem outras complicações, e atualmente recebe alimentação por via oral com previsão de retirada da gastrostomia.
DISCUSSÃO: A ictiose congênita abrange um grupo heterogêneo de doenças que apresenta descamação da pele como principal manifestação clínica. Pode ser classificada de acordo com peculiaridades histológicas, genéticas e clínicas. Ressalta-se a importância de cuidados intensivos quanto ao aporte hídrico e nutricional, quadro infeccioso e sequelas dermatológicas. Uma relação de confiança entre a equipe médica e os familiares é imprescindível para esclarecer pontos importantes a respeito do cuidado do paciente, além do aconselhamento genético para gestações futuras.
Palavras-chave: Ictiose lamelar, arlequim, recém-nascido, tratamento.
Norma Elizabete Rattes; Mauricio Afonso Vericimo; Glaucia Macedo de Lima; Adauto Dutra Barbosa; Israel Figueiredo Jr.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.18, Nº3, p8-12, Setembro 2018
ResumoINTRODUÇÃO: o peixe foi e sempre será uma importante fonte de proteína na alimentação.
OBJETIVO: verificar se a quantidade de peixe ingerida durante uma gravidez normal pode influenciar na idade gestacional e peso ao nascimento.
MÉTODOS: estudo-piloto retrospectivo com análise de dados gerados e armazenados em banco de dados após aplicação de questionário estruturado e avaliação de prontuários de puérperas e seus recém-nascidos. Foram recolhidos elementos relacionados à gestação, ao recém-nascido e informações referentes à ingestão de peixes e frutos do mar. Após a aplicação dos critérios de exclusão, foi testada a relação entre variáveis categóricas com o teste de qui-quadrado e Kruskal-Wallis para as variáveis contínuas, todos com significância de 0,05.
RESULTADOS: entre 309 binômios mãe-filho 40 foram selecionados, sendo que a maioria morava em Niterói (38/40). A média de idade foi de 24,8 anos e o número médio de consultas de pré-natal foi de 5,7. Nenhum recém-nascido precisou de reanimação e a média da idade gestacional e do peso ao nascimento foram, respectivamente, 39,2 semanas e 3.224,2 gramas. A maioria ingeriu pescados esporadicamente (n = 11; 32,5%). Sete (17,5%) declararam ingerir peixe duas vezes ou mais por semana. A idade gestacional de nascimento foi significativamente diferente (p = 0,012) quando comparadas às mães que referiram baixa e alta ingestão de peixe.
CONCLUSÕES: a maioria das mulheres analisadas não ingeriu a quantidade recomendada de peixe durante a gravidez. O consumo de peixe não influenciou significativamente no peso neonatal, entretanto a idade gestacional de nascimento foi menor no grupo que referiu maior ingesta de pescados.
Palavras-chave: Peso ao nascer; Ingestao de alimentos; Gravidez; Recém-nascido; Recém-nascido prematuro; Peixes.
Charbell Haddad Kury; Cinthia Guimaraes Leandro; Barbara Soares de Oliveira Souza; Franci Mara Guarabu Scarpini; Michele Silva Thomaz; Vivian Beghini Correa; Aline Reis Bereta
Revista de Pediatria SOPERJ - V.22, Nº3, p149-153, Setembro 2022
ResumoINTRODUÇÃO:A malformação arteriovenosa da veia de Galeno (MAVG) representa cerca de 1% das malformações vasculares intracranianas, apresentando duas classificações de acordo com a localização da fístula: coroide e mural. O subtipo coroide é visto na maioria dos neonatos e comumente evolui com insuficiência cardíaca (IC) grave, associando-se a altas taxas de mortalidade neonatal.
OBJETIVO: Apresentar o caso de um recém-nascido (RN) que deu entrada em unidade de terapia intensiva com quadro de IC de difícil manejo secundária a MAVG.
DESCRIÇÃO DO CASO: RN com diagnóstico antenatal de MAVG por ecografia obstétrica, nascido as 40 semanas e 4 dias por parto cesáreo, Apgar 6 e 8, realizada reanimação neonatal com boa resposta. Após 48 horas de vida, evoluiu para IC de alto débito. Por agravamento clínico, foi necessário recorrer a ventilação mecânica e terapêutica com diuréticos e inotrópicos. RN evoluiu com taquicardia supraventricular no 7º dia de vida não responsiva a adenosina, necessitando de cardioversão elétrica. Faleceu ao 23º dia de vida.
DISCUSSÃO: A apresentação clínica da MAVG depende da idade em que a doença se manifesta. O paciente em questão apresentava uma MAVG do tipo coroide, causando disfunção cardíaca no RN precocemente. O manejo da IC nesse paciente é um desafio e perpassa a utilização de inotrópicos, vasodilatadores e diuréticos. A combinação desfavorável de MAVG com IC grave, associada a apresentação precoce dos sintomas, explica o motivo da deterioração rápida do quadro clínico desse paciente.de exames regulares para avaliar a progressão de lesões intrínsecas à esclerose tuberosa.
Palavras-chave: Malformações da Veia de Galeno. Insuficiência Cardíaca. Doenças do Recém-Nascido.
Lara Patente Pinto; Estéfany Oliveira Castro; Carmen Luisa Laube Soares; Yasmin Freire de Coelho Oliveira; Bárbara dos Santos Simões
Revista de Pediatria SOPERJ - V.23, Nº2, p1-4, Junho 2023
ResumoOBJETIVO: Analisar os impactos da retirada precoce do vérnix caseoso e as consequências que isso pode trazer para o recém-nascido (RN).
METODOLOGIA: Estudo consiste em uma revisão bibliográfica, com coleta de textos pelas bases de dados do sítio da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). A avaliação dos textos se deu por meio da leitura criteriosa de artigos.
RESULTADOS: O vérnix caseoso serve como um auxílio para que a transição da vida intrauterina para condições aeróbicas (extrauterina) ocorra de modo saudável. O primeiro banho do RN envolve crenças e saberes por parte de familiares e equipe técnica de enfermagem. A retirada do vérnix precocemente pode afetar os RN nos primeiros dias de vida, sendo relacionada com a presença de alterações na epiderme e, em pequena parte, no metabolismo.
CONCLUSÃO: A retirada precoce do vérnix caseoso se baseia em ideais culturais locais relacionados à impureza, contudo essa ação permite que a adaptação ao meio após o nascimento se torne mais difícil, podendo haver consequências negativas.
Palavras-chave: Verniz Caseoso. Recém-Nascido. Neonatologia.
Felipe Borges Coutinho; Síura Aparecida Borges Silva; Rachel Pimentel Romano Silveira; Bruno Vítor Peixoto Militão; Luciana De Almeida D'Elboux Grizze
Revista de Pediatria SOPERJ - V.23, Nº2, p1-7, Junho 2023
ResumoINTRODUÇÃO: A doença da membrana hialina (DMH), também conhecida como síndrome do desconforto respiratório (SDR) e, contemporaneamente, referida apenas como deficiência de surfactante, é a causa mais comum de desconforto respiratório em bebês prematuros, correlacionando-se com a imaturidade pulmonar estrutural e funcional.
OBJETIVOS: Descrever a experiência da técnica minimamente invasiva de surfactante (MIST) em recém-nascidos (RN) com doença da membrana hialina e avaliar os resultados do protocolo do serviço, definindo possíveis pontos a serem melhorados.
MÉTODOS: Estudo transversal realizado com dados da unidade entre junho de 2018 e fevereiro de 2020. Foram incluídos os RN submetidos a técnica MIST (Prematuros menores de 32 semanas com SDR: FiO2 > 30% para manter saturação entre 90-95% em CPAP). Foram excluídos RN que evoluíram para óbito e transferências.
RESULTADOS: O surfactante foi administrado em doses de 100 a 200 mg/kg, sendo que 47,4% dos RN receberam dentro das primeiras 6 horas de vida e 11,8% nas primeiras 2 horas. A analgesia utilizada foi a não farmacológica com glicose a 25%. Não foram observados efeitos adversos significativos, sendo o refluxo de surfactante o principal deles. Todos os RN submetidos à MIST com menos de 28 semanas evoluíram com displasia broncopulmonar (DBP), sendo 54,5% leve e 45,5% moderada a grave. Nos RN > 28 semanas, 53,5% evoluíram DBP, no entanto, 84,6% de forma leve e apenas 15,4% de forma moderada a grave.
CONCLUSÃO: A MIST foi considerada uma prática segura na assistência de RN prematuros, havendo indicadores do sucesso do protocolo implantado.
Palavras-chave: Doença da Membrana Hialina. Proteína A Associada a Surfactante Pulmonar. Doenças do Prematuro.