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Ferreira-Facio C.S.; Botafogo V.D.; Milito C.; Fontana M.C.M.; Oliveira E.; Costa E.S.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.13 (supl 1), Nº2, p55, Dezembro 2012
Palavras-chave:
Madeira, I.R.; Vasconcelos, C.M.; Gomes. M.P.F.; Ribas, S.A.; Oliveira, V.L.H.; Carvalho, C.N.M.; Gazolla, F.M.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p86, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: A obesidade é bastante prevalente na sociedade atual, inclusive na faixa etária infantil. Ela está relacionada à outras doenças como a hipertensão arterial, à dislipidemia e à alteração do metabolismo da glicose, formando a chamada síndrome metabólica, em que exerce papel fisiopatológico central.
OBJETIVO: O estágio tem como objetivo a participação do aluno no processo de abordagem clínica multidisciplinar de observação, intervenção e educação em saúde em um grupo de crianças, como forma de fortalecer a articulação da teoria com a prática, enfatizando a promoção, a prevenção e a reabilitação em saúde com foco na obesidade infantil.
MATERIAL E MÉTODO: Os cenários práticos do projeto são o Ambulatório da Pediatria e o Ambulatório de Pesquisa em Obesidade Infantil no HUPE-UERJ, e o público alvo são crianças e familiares que frequentam estes ambulatórios. O aluno participa de atividades lúdicas com as crianças e de discussões com os acompanhantes sobre estilo de vida saudável e obesidade, com a participação de uma equipe multidisciplinar de profissionais da saúde.
RESULTADOS: O aproveitamento durante as atividades é ótimo, e a avaliação feita pelas crianças e seus responsáveis também mostra como as tarefas são bem aceitas e alcançam seus objetivos. Eles passam a conhecer mais sobre a alimentação saudável e os benefícios da atividade física.
CONCLUSÃO A obesidade infantil é um tema relevante na formação médica que, no entanto, ainda não está contemplado de forma consistente no curso de graduação em medicina. Sendo assim, por meio da realização de atividades técnico-profissionais e pedagógicas e através do treinamento prático supervisionado, o aluno complementa a sua formação de maneira ativa e participante. Além disso, através do contato com o público alvo, o aluno enriquece a sua relação médico-paciente, fundamental para o desenvolvimento de um futuro bom profissional. Não existe conflito de interesses.
Responsável
MARIANA MENDES BASTOS FIGUEIREDO
Palavras-chave:
Burguinhão L.A.; Madeira I.R; Oliveira L.V.; Genésio K.C.S.; Santos C.M.V.; Ribas S.A.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.13 (supl 1), Nº2, p99, Dezembro 2012
Palavras-chave:
Gonçalves, G.E.; Branco, L.G.; Crisóstomo, A.C.; Schmidt, C.M.; Lucchetti, M.R.; Sias, S.M.A.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p83, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: O abscesso retrofaríngeo (ARF) é uma condição potencialmente grave, com alta letalidade se não diagnosticada e tratada precocemente. Mais prevalente em crianças entre dois a quatro anos. Suas causas incluem infecções de cavidade oral, osteomielite vertebral, ingestão de corpo estranho ou intubação orotraqueal.
OBJETIVO: Apresentamos o relato de uma criança com ARF com diagnóstico inicial de torcicolo.
MATERIAL E MÉTODO: Y.M.F.A., 5 anos, sexo feminino, apresentou odinofagia, febre (38,5º C), disfagia e sialorréia. Foi medicada com ibuprofeno e dipirona, sem melhora. No dia seguinte apresentou edema e flexão lateral em região cervical à direita. Procurou o pronto-socorro, onde foi diagnosticado torcicolo. Fez uso regular de analgésicos por três dias com melhora da febre, mas com persistência dos outros sintomas e piora do edema cervical. Percorreu mais dois hospitais onde foi novamente diagnosticada com torcicolo. Após duas semanas do início do quadro, devido à persistência dos sintomas, foi realizada tomografia computadorizada (TC) de região cervical, que evidenciou ARF. Iniciou tratamento com Ceftriaxone e Clindamicina e foi encaminhada ao HUAP-UFF. Ao exame apresentava-se afebril, com abaulamento cervical à direita, sem sinais flogísticos, com restrição à lateralização e hiperextensão do pescoço e poliadenopatia indolor à direita. Orofaringe hiperemiada, com abaulamento inferior, sem exsudato purulento, dentes em mau estado de conservação. O abscesso foi drenado por via oral, com saída de bastante secreção purulenta. A cultura da secreção foi negativa. Após 14 dias de antibioticoterapia venosa recebeu alta com resolução do quadro.
RESULTADOS: Se não tratado adequadamente, o ARF pode evoluir para complicações potencialmente fatais, como pneumonia, empiema, mediastinite, pericardite e invasão de grandes vasos adjacentes por contiguidade. Dessa forma, é importante o diagnóstico precoce dessa doença.
CONCLUSÃO Esse trabalho chama atenção para a importância de pensar em ARF em crianças menores de cinco anos que se apresentam com quadro compatível com torcicolo, mesmo na ausência de infecção prévia em orofaringe.
Responsável
MARIA EMMERICK GOUVEIA
Palavras-chave:
Chuva, V.C.; Lima, D.S.M.F.; Silva, G.M.G,L; Pimentel, A.C.Q.B; Silva, G.P.; Coutinho, C.M.O.; Soares, D.A.; Grossi, E.C.; Cardoso, F.C.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p125, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: O abscesso cerebral é um processo inflamatório intraparenquimatoso focal secundário a infecções de outras partes do organismo, na maioria das vezes de origem bacteriana.
OBJETIVO: Relatar caso de paciente com 1 ano e 10 meses, previamente hígido, com abscesso cerebral idiopático em região parietal esquerda.
MATERIAL E MÉTODO: O paciente apresentou episódios de crises convulsivas, tanto focal como generalizada e, após as crises, apresentou alteração discreta na marcha por paresia em MID visto, principalmente, ao deambular. Com tal quadro sugestivo e resultados dos exames de imagem complementares, foi feito a abordagem cirúrgica em que verificou-se a saída de material purulento. Completou 6 semanas de antibiótico e teve alta para acompanhamento ambulatorial.
RESULTADOS: Antes da alta hospitalar foi realizada nova tomografia computadorizada que demonstrou ausência da lesão, assim como, ausência de alteração estrutural cerebral. Como na maioria dos casos, a causa do abscesso cerebral foi desconhecida independente desse fato, o paciente teve boa recuperação e recebeu alta para acompanhamento ambulatorial com bom prognóstico.
CONCLUSÃO Os abscessos cerebrais possuem baixa incidência, acometem crianças de qualquer idade e a taxa de mortalidade associada tem diminuído significativamente nos últimos anos. As manifestações clínicas estão relacionadas à diversos fatores incluindo localização da lesão, patógeno, status imunológico do hospedeiro e idade. Esse caso de abscesso idiopático teve um desfecho positivo, seguindo a tendência das estatísticas que demonstram uma queda na taxa de mortalidade.
Responsável
VICTOR COSTA CHUVA
Palavras-chave:
KARINA S.VANDRESEN ZECHETTO (SANTA CASA DE PARANAVAI); CAROLINA M. FERNANDES (SANTA CASA DE PARANAVAI); CARLA JOCK (SANTA CASA DE PARANAVAI); CRISTIANE CONSALTER (SANTA CASA DE PARANAVAI); DALILLA S.SANTOS (SANTA CASA DE PARANAVAI); DANIELA FRAZATTO (SANTA CASA DE PARANAVAI); DENISE C.VARGAS (SANTA CASA DE PARANAVAI); SALETE M.PELISSON (SANTA CASA DE PARANAVAI)
Revista de Pediatria SOPERJ - V.16(supl 1), Nº3, p140, 2016
Palavras-chave:
Jesus, L.E.; Fernandes, M.A.; Firme, L.H.C.; Silva Filho, O.C.; Fernandes, R.B.A.; Santos, L.P.B.; Luz, C.A.; Navi, N.P.; Oliveira, V.F.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p11, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: Há muitos diagnósticos diferenciais nas distensões abdominais persistentes, inclusive aerofagia patológica (AP), uma doença incomum cujo diagnóstico depende de alto nível de suspeição.
OBJETIVO: Apresentar um caso de AP, bem como testes diagnósticos e terapêuticos utilizados na conduta.
MATERIAL E MÉTODO: Paciente feminina, 11 anos, portadora de retardo mental e distúrbio de comportamento, amaurose bilateral e hipocondroplasia. Atendida por constipação crônica, dor e distensão abdominais, piores nos últimos 8 meses. História pregressa de fundoplicatura. Apresentava desnutrição e distensão abdominal graves, abdome indolor e sem massas, exame anorretal com fezes no reto e esfíncter anal hipotônico. Exames de imagem mostravam distensão gasosa em toda a extensão dos intestinos delgado e grosso. Biópsia retal excluiu megacólon agangliônico. O uso de clister evacuativo diário por 15 dias resolveu a constipação, com persistência da distensão abdominal, mínima ao acordar e máxima no fim da tarde. Criança exibia movimentos estereotipados repetitivos, inclusive deglutição a seco, audível. Com diagnóstico presumido de AP e distúrbio obsessivo compulsivo, um teste diagnóstico e terapêutico de descompressão gástrica foi realizado, com resolução da distensão após 24 horas com cateter nasogástrico aberto. A distensão recorreu poucas horas após a retirada do cateter. O tratamento neuropsiquiátrico farmacológico não obteve sucesso, e optamos por uma gastrostomia endoscópica descompressiva continuamente aberta 40 cm acima do nível do estômago da paciente, com melhora significativa da distensão sem prejuízo da nutrição oral.
RESULTADOS: A AP é causada pela deglutição de ar por movimentos estereotipados de deglutição, induzidos por distúrbio neuropsiquiátrico, causando distensão abdominal, o que pode se complicar com volvo ou ruptura de vísceras ocas. O diagnóstico diferencial envolve, principalmente, megacólon agangliônico, constipação funcional grave e distúrbios digestivos funcionais, inclusive doença celíaca.
CONCLUSÃO AP é uma causa de distensão abdominal crônica a ser considerada em pacientes portadores de distúrbios neuropsiquiátricos. A impossibilidade de eructação possivelmente agrava o quadro naqueles com fundoplicatura prévia.
Responsável
ANA BEATRIZ CAMINADA SABRA STRAUB CESTARI
Palavras-chave:
Coelho, C.S.; Jacques, A.D.; Olichon, B.; Lima, M.D.J.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p81, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: É incontestável que o Brasil experimenta, nos últimos anos, uma rápida transição nutricional. O aumento da prevalência de obesidade consolida-se como agravo nutricional associado a uma alta incidência de doenças crônicas na vida adulta, como diabetes e doenças cardiovasculares (Souza, 2010). Em Petrópolis, de acordo com os relatórios 2012 do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN), encontramos os seguintes resultados em crianças de 5 a 10 anos no indicador IMC x Idade: sobrepeso 14,94%; obesidade 6,38%; obesidade grave 5,35% (Brasil, 2013). Diante destes indicadores, o Programa de Saúde da Criança de Petrópolis (PAISC) e a Área Técnica de Alimentação e Nutrição (ATAN) criaram uma cartilha sobre alimentação saudável para crianças.
OBJETIVO: Relatar a elaboração e a utilização da cartilha de alimentação infantil.
MATERIAL E MÉTODO: A cartilha foi elaborada durante o ano 2013, por pediatras e nutricionistas da atenção básica, abrangendo a faixa etária de 6 meses a 10 anos de idade. Seu conteúdo aborda orientações aos pais sobre alimentação saudável, explicando as dúvidas mais comuns, além de receitas acessíveis, nutritivas e com aproveitamento integral dos alimentos. As ilustrações foram exclusivas e as receitas retiradas de banco gratuito da internet. O lançamento ocorreu em abril de 2014, com a confecção de 12.500 cartilhas, distribuídas nas escolas municipais do primeiro segmento e nas unidades de saúde.
RESULTADOS: Foram realizadas capacitações de 4 horas cada, para 130 profissionais da educação e 160 profissionais da saúde com aprofundamento sobre o conteúdo da cartilha e estratégias de sua utilização pelos pais. O tema alimentação saudável está contemplado no Programa Saúde na Escola (PSE/MS), que foi fortalecido com esta ação.
CONCLUSÃO A alimentação saudável rompeu as barreiras da saúde sendo também trabalhada na educação, auxiliando profissionais e responsáveis a promoverem mudança de hábitos, despertando o interesse nas crianças em experimentar novos alimentos através de ilustrações e receitas inovadoras.
Responsável
MARCIA DE SÁ FORTES GULLINO DE FARIA
Palavras-chave:
Oliveira, J.D.D.; Kirzner, S.; Castro, F.F.; Mesquista, C.F.; Santos, A.S.; Ambo, A.; Conceiçao, A.C.P.; Tristao, S.K.P.C.; Medeiros, D.C.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p121, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: O Programa Saúde na Escola objetiva contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem seu pleno desenvolvimento. A I Semana do Autocuidado nas Escolas no município do Rio de Janeiro-RJ foi instituída com propósito de estimular ações de promoção da saúde.
OBJETIVO: Analisar e refletir sobre as atividades que foram desenvolvidas para a população infantojuvenil nesta semana.
MATERIAL E MÉTODO: A Semana ocorreu de 29 de julho a 2 de agosto de 2014 com a participação de 481 escolas e as 151 unidades de atenção primária à saúde de referência do território. As temáticas e estratégias de intervenção foram definidas pelas próprias unidades locais. O monitoramento destas ações foi realizado pela Coordenação de Saúde do Escolar da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro.
RESULTADOS: As formas de desenvolver e escolher a abordagem e temáticas das ações foram múltiplas, conforme se estabeleceram as parcerias locais. As metodologias variaram de palestra expositiva à construção coletiva do conhecimento que usaram metodologias mais participativas, permitindo um maior protagonismo às crianças e adolescentes. A escolha dos temas e planejamento das ações ocorreu de forma unilateral ou em parceria com o envolvimento de todos os atores. Algumas ações contemplaram todas as dimensões relacionadas ao processo saúde-doença, outras reproduziram abordagens restritas somente aos seus aspectos biológicos.
CONCLUSÃO Enfatiza-se a importância de uma maior articulação entre os profissionais da saúde e da educação, devendo-se travar um diálogo mais harmônico para a produção efetiva de um trabalho de promoção da saúde de qualidade que possa suprir as reais demandas e necessidades da população infantojuvenil visando a sua qualidade de vida.
Responsável
SUELY KIRZNER GHEINER
Palavras-chave:
Navi, N.P.; Santos, L.P.B.; Lombardi, P.I.M.L.; Arbex, M.B.B.; Simoes, P.F.; Fernandes, R.B.A.; Soares, M.V.; Guerra, I.P.; Luz, C.A.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p107, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: O uso da imunoglobulina intravenosa (IgIV) é indicada em diversas situações, tanto para reposição nas deficiências de imunoglobulinas quanto em terapêuticas imunomoluduladoras. Efeitos adversos podem ocorrer em até 20% dos casos, sendo a maioria leve e transitório, tais como mialgias, febre, náuseas, vômitos, hipotensão, taquicardia e cefaléia. Estes se iniciam durante ou logo após a infusão, e normalmente são controlados diminuindo a velocidade de infusão ou interrompendo o uso. Entretanto, efeitos mais graves podem ocorrer como anafilaxia, tromboembolias, complicações renais, hemólise e neutropenia.
OBJETIVO: Alertar sobre um dos efeitos graves da imunoglobulina.
MATERIAL E MÉTODO: W.S.C., sexo masculino, 12 anos, com miastenia gravis há dois anos e internado para realização de timectomia. No pré-operatório, realizou dois dias de IgIV 1g/kg/dia (total 150g). O paciente apresentou-se ictérico após 36h do término da infusão, sendo solicitados exames laboratoriais. Nos resultados observou-se anemia, aumento dos reticulócitos, hiperbilirrubinemia indireta, elevação de LDH, Coombs direto positivo, caracterizando anemia hemolítica. Foi prescrito prednisona 1mg/Kg/dia por quatro semanas. Evoluiu com diminuição progressiva da hemoglobina até sete dias após a infusão da imunoglobulina (queda total de 4,9mg/dL) e interrupção da hemólise após seis dias de uso do corticoide.
RESULTADOS: A hemólise intravascular após infusão de IgIV, com Coombs direto positivo é pouco frequente. Seu mecanismo ocorre pela ação dos anticorpos contra o sistema ABO e Rh que podem estar contidos na IgIV. Os fatores de risco já identificados que parecem estar relacionados à hemólise são: altas doses de IgIV (>100 gramas em 2 a 4 dias), grupos sanguíneos A ou B, marcador inflamatório positivo e sexo feminino. A queda total da hemoglobina, em média, é de 3,2mg/dL, podendo ser observada até 10 dias após a primeira infusão de IgIV.
CONCLUSÃO A IgIV contém anticorpos que podem causar diversos efeitos colaterais, incluindo anemia hemolítica. Cabe ao clínico saber identificá-los e conduzi-los de forma adequada.
Responsável
PEDRO IVO DE MOURA LEITE LOMBARDI
Palavras-chave:
Madeira, I.R.; Bordallo, M.A.N.; Carvalho, C.N.M; Gazolla, F.M.; Rodrigues, N.C.P.; Borges, Ma.A.; Collett-Solberg, P.F.; Medeiros, C.B.; Bordallo, A.P.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p10, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: Acantose nigricans é condição dermatológica associada à hiperinsulinemia, tendo esta papel importante na fisiopatologia da síndrome metabólica. Em um contexto de prevalência crescente de obesidade infantil, a acantose nigricans seria bom indicativo da síndrome, devido à facilidade diagnóstica.
OBJETIVO: Determinar se acantose nigricans é bom marcador de síndrome metabólica e resistência insulínica em pré-púberes.
MÉTODOS: Estudo transversal com 272 crianças (93±17 meses): 65 eutróficas, 43 com sobrepeso, 97 obesas e 67 obesas graves, 69 com e 203 sem acantose nigricans, provenientes de ambulatório de Hospital Universitário. Os grupos com e sem acantose nigricans foram comparados quanto à frequência de hiperinsulinemia, hipertrigliceridemia, HDL baixo e síndrome metabólica. Compararam-se as médias de idade, escore Z de IMC (ZIMC), triglicerídeos, HDL, pressão arterial sistólica (PAS), pressão arterial diastólica (PAD), HOMA-IR, insulina e leptina entre os grupos. Foi avaliada associação de idade, sexo, circunferência da cintura, HOMA-IR, HDL, triglicerídeos e leptina com acantose nigricans, por regressão logística multivariada.
RESULTADOS: Houve diferença entre os grupos estudados quanto à frequência de hiperinsulinemia, hipertrigliceridemia, HDL baixo e síndrome metabólica (p<0,001). Os grupos diferenciaram-se quanto às médias de idade, ZIMC, circunferência da cintura, PAS, PAD, HOMA-IR, triglicerídeos, HDL, insulina e leptina (p<0,001). Na regressão logística, apenas circunferência da cintura (OR 13,49; IC 4,22-43,08; p 0,001) e HOMA-IR (OR 5,52; IC 1,71-17,81; p 0,003) associaram-se com acantose nigricans.
CONCLUSÕES Foi encontrada frequência maior de hiperinsulinemia e de síndrome metabólica, bem como de alguns de seus componentes, no grupo com acantose nigricans. Nesse grupo, também foram maiores as médias de insulina, leptina, ZIMC e dos componentes da síndrome metabólica. Esses achados, aliados à associação de circunferência da cintura e HOMA-IR com acantose nigricans, indicam que a última seria um bom marcador da síndrome e da resistência insulínica em crianças, podendo ser considerada importante ferramenta clínica diagnóstica.
Responsável
ALICIA SALES CARNEIRO
Palavras-chave:
Michelle L. C. Gonin
Revista de Pediatria SOPERJ - V.13, Nº2, p77-89, Dezembro 2012
ResumoOBJETIVOS: atualização dos principais aspectos da sepse relacionados ao diagnóstico e tratamento por meio da implementação de medidas terapêuticas baseadas em evidências científicas de qualidade com finalidade de reduzir mortalidade.
FONTES DE DADOS: revisão não sistemática de literatura médica,artigos selecionados na base de dados MedLine, PubMed. Foram analisadas as diretrizes da Campanha de Sobrevivência à Sepse de 2004, 2008 e parcial 2012 e as da Associação Médica Brasileira de 2011.
SÍNTESE DE DADOS: a sepse pediátrica é de difícil reconhecimento precoce, com perfil hemodinâmico diferente do adulto.O conhecimento dessas peculiaridades e a implementação de diretrizes que visam à otimização hemodinâmica (SvcO2) e melhora da perfusão tecidual (lactato) têm impacto na melhor sobrevivência. A restauração da macro e microcirculação é fundamental para evitar o desenvolvimento das disfunções orgânicas. A abordagem precoce, o suporte hemodinâmico rápido, a antibioticoterapia precoce e a adesão ao pacote de ressuscitação de 6 horas são importantes pilares na abordagem dessa síndrome letal.As medidas terapêuticas baseiam-se na reposição volêmica, na antibioticoterapia, nas drogas vasoativas, nos corticoides, nas medidas de manutenção de viabilidade biológica aos sistemas e no suporte nutricional.
CONCLUSÃO: os avanços significativos da Terapia Precoce Guiada por Metas,as intervenções das diretrizes de tratamento da Campanha Sobrevivendo à Sepse,que geram indicadores de qualidade assistencial norteando tratamento, e o necessário cuidado pleno a cada sistema orgânico possibilitaram uma significativa melhora de parâmetros clínicos, hemodinâmicos e perfusionais. Na atualidade, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado baseado em protocolos estabelecidos permanecem a melhor garantia de boa evolução.
Palavras-chave: sepse/diagnóstico; sepse/terapia; disfunção orgânica; hemodinâmica.
Lima, A.R.; Pereira, D.M.; Lauriano, D. F.; Souza, G.D.; Botelho, N.O.; Costa, C.R.O.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.13 (supl 1), Nº2, p40, Dezembro 2012
Palavras-chave:
Leal, T.M.P.B.; Veiga, F.P.L.F; Boechat, R.A.; Goettenauer, R.B.; Freitas, L.S.; Rocha, M.M.B.S.; Azevedo, C.E.S.; Barbosa, S.S.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p124, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: Nevos epidérmicos são hamartomas oriundos do ectoderma embrionário cujas células diferenciam-se em queratinócitos e células formadoras de anexos epidérmicos. As lesões geralmente surgem ao nascimento, são intensamente ou levemente pigmentadas, uni ou bilaterais. Podem acometer mucosas oral e conjuntival. O nevo epidérmico verrucoso prevalece no sexo feminino. Inicialmente são estrias ou placas aveludadas pigmentadas que vão escurecendo com a superfície mais ceratótica. Predominam no tronco, raramente cruzam a linha média. Nos membros tendem a ser lineares.
OBJETIVO: Relatar 2 casos dessa dermatose em crianças, alertando os médicos para lesões sugestivas do NEV, favorecendo diagnóstico precoce.
MATERIAL E MÉTODO: Caso 1- LCA, 6 anos, sexo feminino, branca, natural do RJ, história de alergia ao leite e grande "mancha" cutânea. Apresenta placas pigmentadas, acastanhadas, ceratóticas na região inguinal esquerda, com faixa de continuidade à parte interna da coxa e perna esquerdas. Na perna esquerda apresenta-se como mancha hipocrômica, estendendo-se até o pé esquerdo. As lesões surgiram aos 2 meses como mancha hiperemiada, posteriormente formando crosta, seguida de aspecto ceratótico compatível com NEV. Caso 2 - JPCM, 11anos, sexo masculino, negro, natural do Rio de Janeiro. Investigando macrocefalia sem alterações neurológicas. TC de crânio normal. Aos 3 anos apresentava lesões cutâneas maculares hipercrômicas lineares da escápula ao 2º quirodáctilo esquerdo Áreas com lesões papuloverrucosas no trajeto linear, principalmente no cotovelo e dorso do 2º quirodáctilio sendo diagnosticado NEV.
RESULTADOS: Os casos são exemplos clássicos de NEV com lesões extensas e de aparecimento precoce. Quando não identificadas corretamente podem causar confusão diagnóstica e investigações desnecessárias.
CONCLUSÃO Diante dessas lesões cutâneas potencialmente deformantes, causadoras de estresse psicossocial, torna-se primordial o diagnóstico precoce e acompanhamento especializado. Salienta-se a importância do acolhimento da criança e seus familiares, como medida fundamental para o êxito da conduta, melhor prognóstico e, sobretudo, a melhor qualidade de vida dos pacientes.
Responsável
VERENA ANDRADE BALBI
Palavras-chave:
Costa, C.R.O.; Meirelles, R.M.S.; Soares, I.C; Vieira, E.M.S.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.13 (supl 1), Nº2, p38, Dezembro 2012
Palavras-chave:
Faro, L.R.T.; Camargo, B.N.S.; Loureiro, L.G.; Cristino, A.C.B.; Mageste, P.S.; Costa, C.J.; Rodriguez, M.S.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p55, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: Contagiantes - Doutores palhaços é um projeto contínuo e filantrópico da Liga Acadêmica de Humanização do curso de Medicina do UniFOA que teve início em 20 de março de 2013 e atualmente conta com uma equipe de dezenove acadêmicos de medicina do UniFOA que se caracteriza de palhaço e frequenta dois hospitais municipais: São João Batista e Munir Rafful.
OBJETIVO: Com a nobre missão de levar alegria por onde passam, os doutores palhaços objetivam minimizar o sofrimento das exaustivas rotinas as quais enfermos estão submetidos no ambiente hospitalar, sendo estes acolhidos com amor e alegria.
MATERIAL E MÉTODO: As visitas acontecem nas enfermarias pediátricas três vezes por semana. Para assegurar a qualidade de suas intervenções, os "Contagiantes" passaram por um treinamento de dois meses e após serem aprovados, foram admitidos na equipe.
RESULTADOS: É muito gratificante despertar o sorriso dessas crianças através de brincadeiras, músicas, contos de histórias e fantasias infantis. Mais que maquiagem, roupas coloridas e o inconfundível nariz vermelho, é preciso uma boa dose de sensibilidade para encantar multidões. Pode-se perceber que a gratidão não vem apenas das crianças, mas também dos pais e dos próprios profissionais de saúde. É possível notar uma melhora no quadro geral das crianças, que ficam mais dispostas, animadas e apresentam menor resistência ao tratamento. Os resultados não ficam restritos àqueles assistidos na intervenção, mas também a seus intérpretes, sendo estes beneficamente impactados, relatando sensações de bem estar após realizar este trabalho voluntário.
CONCLUSÃO O trabalho realizado tem obtido respostas muito positivas ao tornar o ambiente hospitalar um lugar mais descontraído para as crianças e profissionais de saúde. Para o acadêmico, ele se torna uma oportunidade única e diferenciada em que estes futuros médicos vivenciem de forma privilegiada a relação médico-paciente.
Responsável
ISABELA RAIMUNDO PARANHOS
Palavras-chave:
Sias, S.M.A.; Franco, C.L.; Firme, L.H.C.; Lombardi, P.I.M.L.; Luz, C.A.; Oliveira, V.F.; Lucas, M.G.O.; Pinto, A.L.B.L.F.; Vasconcellos, C.C.A.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p67, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: A Tuberculose é uma doença endêmica de países em desenvolvimento. No Brasil, estima-se que 15% dos casos ocorram em menores de 15 anos. Aproximadamente 80% das formas pulmonares não tem confirmação bacteriológica. A dificuldade em coletar escarro na criança e a escassez de bacilos dificultam o diagnóstico. Atualmente, utiliza-se uma tabela de pontuação que avalia dados clínicos, epidemiológicos, (história de contato com adulto bacilífero), teste tuberculínico, estado nutricional e radiografia alterada apesar da antibioticoterapia, indicando ou não o tratamento específico.
OBJETIVO: Relatar a importância da broncoscopia em detectar alterações específicas na árvore traqueobrônquica e/ou isolar o microorganismo na secreção ou no lavado broncoalveolar, contribuindo para o diagnóstico.
MATERIAL E MÉTODO: D.O.S., 5 meses, sexo masculino, branco, apresentando febre, dispneia e tosse produtiva. Foi diagnosticado pneumonia na emergência e indicado internação. Após 8 dias de Cefepima sem melhora (uso prévio de Ampicilina e Amoxicilina + Clavulanato), foi transferido ao Hospital Universitário com relato de três amostras de escarro BAAR negativo e PPD não reator. Pai em tratamento ambulatorial para tuberculose. Na admissão, apresentou-se bom estado geral, taquipneia, sibilos difusos e estertoração subcrepitante em hemitórax direito. À radiografia, manteve hipotransparência em 1/3 superior do hemitórax direito. TCAR de tórax com redução volumétrica do pulmão e consolidação em lobo superior direito, com desvio ipsilateral do mediastino. Exames laboratoriais sem alterações significativas. A broncoscopia mostrou protrusão granulomatosa em parede medial do brônquio lobar superior direito e identificado bacilo de Koch ao exame direto e cultura. Iniciado esquema RIP com melhora evolutiva e acompanhamento ambulatorial.
RESULTADOS: Diante do diagnóstico, ressalta-se a broncoscopia como ferramenta auxiliar no diagnóstico pulmonar na criança pela possibilidade de identificação do microorganismo e pela visualização direta das lesões brônquicas.
CONCLUSÃO A Tuberculose deve sempre ser lembrada nos casos de pneumonia e atelectasia refratária à antimicrobianos usuais e que apresentem discrepância entre os dados clínicos e radiológicos
Responsável
LAURA CRISTINA MACHADO RIBEIRO DE SOUZA
Palavras-chave:
Costa., C.R.O.; Diório, R.A.; Gonçalves. T.C.; Soares, I.C.; Vieira, E.M.; Villela,T.F.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.13 (supl 1), Nº2, p46, Dezembro 2012
Palavras-chave:
Varandas, P.A.W.; Varella, C.P.; Giffoni, M.; Silva, R.A.S.; Silva, M.S.C.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p78, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: A doença falciforme tem maior morbidade e complicações na infância, sendo o sequestro esplênico um índice de mortalidade de 12% no primeiro episódio e 20% no segundo episódio. As infecções virais podem precedê-las.
OBJETIVO: Relatar um caso de sequestro grave associado à dengue.
MATERIAL E MÉTODO: V.G.A, 2 anos e 4 meses, portadora de doença falciforme (Sß-tal), internada com quadro de febre há 2 dias. Encontrava-se em regular estado geral, hipocorada (2+/4+), hidratada, ACV: BNF. RR2T. SS (2+/6+) em BEE. Abdome: Fígado a 1.5cm do RCD e baço a 2.0cm do RCE. Iniciado antibioticoterapia e hidratação venosa. Radiografia de tórax normal, hemograma evidenciando leucopenia, plaquetopenia e hematócrito 30%. Coletados hemocultura, urinocultura e sorologia para Dengue. No sexto dia (1º dia sem febre) apresentou vômitos, dor abdominal, prostração, palidez cutaneomucosa acentuada, hipotensão, taquicardia e esplenomegalia com baço a 6.5 cm do RCE e fígado a 3.0 cm do RCD. Novo hemograma apresentava HT=10%; Hg=3.3 g/dl; 49.000 leucócitos; 8% bastões; 26% segmentados; 51% linfócitos; 89.000 plaquetas e 32.8% de reticulócitos. Diagnosticado sequestro esplênico sendo instituído hemotransfusão, expansão volêmica e tratamento de suporte. Criança evoluiu com estabilidade hemodinâmica e redução do baço. Sorologia para dengue IGM positiva.
RESULTADOS: Há relato na literatura, da associação deste vírus com a doença falciforme e suas formas graves, como síndrome do choque da dengue, um quadro grave com alto índice de mortalidade. Não encontramos relatos do vírus da dengue como desencadeador do seqüestro esplênico.
CONCLUSÃO É relevante o diagnóstico precoce da dengue, nos portadores de doença falciforme, por ser um fator de risco para a síndrome do choque da dengue ou para o sequestro esplênico. Nestes pacientes, devemos valorizar todas as infecções, bacterianas ou virais, e ficarmos atentos às complicações, que podem ser letais.
Responsável
MARCELA GOMES FREIRES
Palavras-chave:
Soffé, B.A.C.; Figueiredo, C.F.; Watson, P.; Freires, M.G.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p33, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: O vírus linfotrópico de células T humanas (HTLV) está relacionado a diversas patologias, como a dermatite infecciosa associada ao HTLV-I (DIH), um tipo de eczema infectado e recidivante que incide em crianças que adquirem verticalmente a infecção.
OBJETIVO: Mostrar um caso de DIH precoce no lactente.
MATERIAL E MÉTODO: S.K.O.S, três meses, quadro de febre, diarreia, vômitos, rinorreia hialina e sibilância. Lesões cutâneas eczematosas eritemato-descamativas e micropapulas, xerodermia difusa, otorreia espessa, leitosa e fétida. Diagnosticaram-se dermatite com infecção secundária e otite externa eczematosa. Foram investigadas diversas causas de dermatite no lactente, com positividade para HTLV e MRSA em swab de nasofaringe. Iniciaram-se anti-histamínicos, corticoterapia sistêmica e tópica, amoxicilina por 7 dias. Houve alta após 20 dias de internação e melhora do quadro. A paciente foi rinternada após 2 meses, com recidiva cutânea, e foi tratada com sulfametoxazol-trimetropim e alta com dose profilática. Apresentou recidivas frequentes com descontinuação da terapêutica.
RESULTADOS: O diagnóstico de DIH foi firmado com base nos critérios de La Grenade. A doença está sempre associada à infecção pelo Staphylococcus aureus ou Streptococcus beta hemolíticos, com boa resposta a sulfametoxazol-trimetropim. Não se sabe por que crianças infectadas desenvolvem doença, a maioria permanecendo assintomática. Existe a possibilidade de que o desenvolvimento esteja ligado a fatores genéticos ou relacionados a interação do vírus com o portador
CONCLUSÃO Estima-se que haja cerca de 2,5 milhões de pessoas infectadas no Brasil. A via de transmissão favorece o desenvolvimento de doenças específicas associadas ao HTLV1, sendo o aleitamento a principal, ocorrendo de 20% a 30% dos lactentes amamentados por mães infectadas. O risco está associado ao tempo de amamentação. O prognóstico das doenças a ele relacionadas é reservado, em termos de sobrevida e qualidade de vida, sendo a triagem pré-natal fundamental na prevenção da disseminação da infecção.
Responsável
CINTIA PUGLIESE VARELLA
Palavras-chave:
Fernandes, C.R.; Paiva, F.T.; Melo, J.M.; Sampaio, M.C.; Santanna, R.C.; Percope, F.L.; Junqueira, J.C.F.; Valladares, M.A.B.; Carvalho, S.R.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p45-46, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: A desnutrição ainda é uma doença prevalente nos países em desenvolvimento. Trata-se de uma doença de origem multifatorial que se manifesta pela ingestão insuficiente de proteínas e calorias, seja porque a ingestão alimentar desses dois nutrientes é menor que a necessária para o crescimento normal, seja porque as necessidades para o crescimento são maiores do que o que pode ser oferecido, mas que, em outras circunstâncias, teria sido adequado para o crescimento.
OBJETIVO: Descrever caso de paciente com desnutrição proteico-calórica, complicada por enterite e suas repercussões.
MATERIAL E MÉTODO: Lactente de 1 ano de idade, sexo masculino, foi atendido no ambulatório de gastroenterologia pediátrica do IPPMG, com história de baixa estatura, dificuldade em ganhar peso e diarreia com sangue e muco. Aleitamento materno exclusivo até os 6 meses de idade. À primeira consulta, apresentava alimentação hipocalórica, rica em hidratos de carbono e pobre em proteínas. Substituía algumas refeições por leite materno e não fazia uso de leite de vaca. Ao exame, irritado, hipocorado, edemaciado, taquicárdico, abdomen distendido, dermatite perianal, peso entre p3 e p15 (em queda) e estatura abaixo do p3. Hemograma com anemia hipocrômica e microcítica, trombocitose, leucometria com eosinofilia, hipoalbuminemia, hiponatremia, coprocultura positiva para aeromonas. Diante do quadro clínico e laboratorial, aventou-se hipótese de desnutrição associada à enterite. Durante a internação, o paciente recebeu transfusão de concentrado de hemácias, tiabendazol, metronidazol e dieta adequada para a idade com suplementação. Apresentou melhora da anemia com alta para o acompanhamento ambulatorial em uso de sulfato ferroso e dieta hipercalórica. Evoluiu com ganho ponderal satisfatório.
RESULTADOS: A desnutrição geralmente se inicia nos 2 primeiros anos de vida e é decorrente do desmame precoce ou da introdução incorreta de alimentação complementar associada, muitas vezes, à privação alimentar e à ocorrência de repetidos episódios de doenças infecciosas. A forma edematosa (Kwashiorkor) pode ocorrer, inicialmente, com manifestações vagas, como, por exemplo, letargia, apatia ou irritabilidade. Quando avança, ocorre insuficiência de crescimento, falta de vitalidade, perda de tecido muscular, aumento da susceptibilidade às infecções, vômitos, diarreia, anorexia, flacidez do tecido subcutâneo e edema. O edema ocorre precocemente, podendo mascarar a incapacidade para ganhar peso. A dermatite é comum. O cabelo é escasso e fino, e podem se formar listras avermelhadas ou acizentadas. Finalmente, ocorrerá estupor, coma e morte. Os motivos pelos quais algumas crianças manifestam a forma não edematosa e outras desenvolvem a forma edematosa não são conhecidos. O tratamento inclui 3 fases. Primeira fase (1-7 dias): estabilização. A desidratação é corrigida, e inicia-se o tratamento para controlar infecções bacterianas ou parasitárias. A alimentação oral deve ser iniciada com fórmula altamente calórica - 75 kcal/100 ml com progressão para 100 kcal/100 ml (dieta de reabilitação). Se houver suspeita de intolerância à lactose (diarreia iniciou-se ou não se resolve), deve-se substituir a fórmula em uso por uma fórmula sem lactose. Pacientes anêmicos podem necessitar de transfusão de concentrado de hemácias. Segunda fase (semanas 2-6): reabilitação. Manter a oferta de 100 kcal/kg/dia e tratamento com antibióticos se foram necessários. A administração de alimentos por sonda nasogástrica é preferível ao uso de nutrição parenteral. A terceira fase é realizada em casa, com alimentação ad libitum.
CONCLUSÃO O caso demonstra que, ainda hoje, é imprescindível um alto grau de suspeição, além de uma abordagem intensiva, abrangente e multidisciplinar para reduzir a taxa de mortalidade associada à desnutrição proteico-calórica.
Responsável
FERNANDA PÉRCOPE
Palavras-chave:
RACOSKI, K.B.; LOUREIRO, E.C.M.; NADAF, M.I.V.; SILVA, A.G.; SANDRIN, C.E.O.G.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p77, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: Dextrocardia é a má-formação cardíaca de ocorrência rara, estimada em 1/12.000 gestações, em que o maior eixo do coração encontra-se voltado à direita, não como consequência de anormalidade extracardíaca, mas como resultado de um mau posicionamento congênito.
OBJETIVO: Descrever os achados cardíacos em um caso de dextrocardia.
MATERIAL E MÉTODO: Gestante de 39 anos, secundigesta, um filho saudável de 13 anos. Realizou 7 consultas de pré natal, afastando infeções congênitas específicas, diabetes gestacional, ingestão de álcool ou drogas. A ultrassonografia morfológica de 22 semanas com dextrocardia fetal. Ecocardiograma fetal de 27 semanas interrogando tetralogia de Fallot. Cariótipo de líquido amniótico 46, XY. Parto cesareana indicado por trabalho de parto com 40 semanas associado a mecônio e malformação cardíaca fetal. Recém-nascido, sexo masculino, APGAR 8 e 8, Peso de nascimento: 3090 g, demais perímetros dentro da normalidade. Bom estado geral, evoluindo nas primeiras horas de vida com tiragem intercostal discreta, cianose central, saturação: 60%, com sopro sistólico 2+/6 em borda esternal direita. Foi realizado raio X de tórax que evidenciou dextrocardia, do tipo situs solitus. Iniciaou-se prostaglandina endovenosa, e realizou-se ecocardiograma que confirmou dextrocardia com átrio único, conexão átrio-ventricular com 2 valvas, presença de comunicação interventricular, via de saída ventricular única do tipo truncus arteriosus. Ultrassom transfontanela e abdome total foram normais.
RESULTADOS: Os defeitos de lateralidade não sindrômicos, do tipo heterotaxia, tem a dextrocardia comumente associada à outros defeitos cardíacos, dentre os quais, o truncus arteriosus, presente neste caso.
CONCLUSÃO Embora o fenótipo e cariótipo tenham sido normais, a associação do truncus arteriosus à dextrocardia implicou na necessidade de realização de cateterismo cardíaco e transferência para serviço especializado de cirurgia cardíaca, o que, em um país de distâncias continentais como o Brasil, aumenta em muito a morbimortalidade.
Responsável
MAIRA ALMEIDA ZAITUNE
Palavras-chave:
Fernanda Fragoso Guia; Ana Rizia Agra de Castro; Cintia de Mello Carvalho; Patricia Santana Correia; Ivany Terezinha Rocha Yparraguirre; Castro, A.R.A.; Carvalho, C.M.; Correia, P.S.; Guia, F.F.; Yparraguirre, I.T.R.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.13 (supl 1), Nº2, p113, Dezembro 2012
Palavras-chave:
Pelegrina, P.R.D.; Araujo, P.A.; Reis, F.A.; Oliveira,V.S.C.; Santana, B.P.; Souza, R.L.C.; Freitas, A.L.S.; Valete, C.O.S.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p112, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: Pacientes internados para tratamento de pneumonia, que mantém sintomatologia clínica apesar do tratamento, devem sempre ser investigados quanto à outras patologias clínicas que possam justificar o quadro. Hérnias diafragmáticas não podem ser excluídas dos diagnósticos diferenciais a serem abordados.
OBJETIVO: Descrever caso de Hérnia de Morgagni
MATERIAL E MÉTODO: Paciente de 9 meses, prematuro de 33 semanas, gemelar, com ileostomia devido à enterocolite necrotizante neonatal. Internado para tratamento de pneumonia, mantendo esforço respiratório apesar de antibióticoterapia venosa (amoxicilina+clavulanato). Em uma nova radiografia de tórax há manutenção da imagem de hipotransparência arredondada. Uma tomografia de tórax sem contraste evidencia uma massa em terço inferior do mediastino anterior. Opta-se pela realização de uma biópsia com radiologista intervencionista, cujo resultado mostra presença de células hepáticas. Por fim, realiza-se uma ressonância de abdome que traz como laudo: Formação expansiva sólida com sinal semelhante ao fígado protuindo pelo trígono esterno costal direito e se insinuando anteriormente ao mediastino. Sem impregnação anômala de contraste. Aspecto sugere Hérnia de Morgagni com herniação hepática.
RESULTADOS: A Hérnia de Morgagni é responsável por 2 a 6% das hérnias diafragmáticas. Causada por defeitos no diafragma e localiza-se atrás do osso esterno. A malformação é obliterada pelo pericárdio, portanto, a maioria das hérnias estão localizadas à direita. Grande parte dos casos é assintomático e a hérnia pode ser encontrada acidentalmente em uma radiografia. Por outro lado, alguns pacientes podem manifestar sintomas de dor retroesternal, dispnéia e tosse. Recomenda-se o reparo cirúrgico para todos os pacientes.
CONCLUSÃO Apesar de ser uma patologia com uma incidência pequena, pacientes com imagem suspeita em exame de imagem e com manifestação clínica devem sempre ser investigados e avaliados quanto à possibilidade de alguma má formação anatômica que justifique a manutenção do quadro clínico.
Responsável
POLLIANY ROBERTA DORINI PELEGRINA
Palavras-chave:
Teixeira, C.; Roiseman, M.M.; Assef, C.C.; Batista, L.C.; dellOrto, F. ; Chalfun, D.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p35, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: A síndrome hepatopulmonar é caracterizada pela tríade clínica que consiste em: doença hepática e ou hipertensão portal, anormalidades da oxigenação arterial e dilatações vasculares intrapulmonares (DVIP). Em relação ao diagnóstico das DVIP, a ecocardiografia com contraste é o método de escolha, pois é de fácil realização e permite quantificar a gravidade. O tratamento da síndrome hepatopulmonar (SHP) pode variar desde terapia farmacológica, intervencionista, como a embolização das DVIP (molas), e cirúrgica, como o shunt portossistêmico intra-hepático transjugular (TIPS) ou o transplante hepático.
OBJETIVO: Descrever um caso clínico de um portador de síndrome hepatopulmonar e a indicação da ecocardiografia contrastada como exame complementar.
MATERIAL E MÉTODO: Paciente masculino, 9 anos, com o diagnóstico de doença hepática crônica, internado com quadro de gastroenterite aguda que evoluiu com ascite e icterícia. Apresentou piora do quadro com desorientação e agitação (encefalopatia hepática). Apresentava-se em estado regular, emagrecido, baqueteamento digital, SatO2 84% e leve dispneia. Ausculta pulmonar e o aparelho cardiovascular sem alterações. Abdome ascítico. A ultrassonografia abdominal confirmou a ascite,hepatopatia crônica e esplenomegalia. A TC de tórax mostrou alterações vasculares calibrosas e tortuosas opacificadas pelo meio de contraste compatível com má formação arteriovenosa. Na TC de abdome, o fígado apresentou contornos lobulados por hepatopatia crônica. O ecocardiograma transtorácico não havia shunts intracardíacos. Devido à hipótese de SHP, foi realizado o ecocardiografia com contraste, utilizando uma solução salina agitada.
RESULTADOS: O resultado da ecocardiografia contrastada foi considerada positiva, pois ocorreu a opacificação do átrio esquerdo e posterior o ventrículo esquerdo no 3º ciclo cardíaco, após o aparecimento do contraste (microbolhas) nas câmaras cardíacas direitas. Esses achados, portanto, confirmam a existência de dilatação vascular intrapulmonar.
CONCLUSÃO Ressalta-se a importância da ecocardiografia contrastada nesses casos, assim como na conduta terapêutica.
Responsável
ELIANE LUCAS
Palavras-chave:
Ana C.B. Domingues; Rosanna V. Mannarino; Flavio S. Souza
Revista de Pediatria SOPERJ - V.6, Nº1, p19-23, Junho 2005
ResumoOBJETIVO: A endoscopia respiratória vem sendo cada vez mais indicada para o diagnóstico e terapia das doenças respiratórias pediátricas.O presente artigo tem como principal objetivo detalhar informações sobre o exame a fim de ampliar o conhecimento do pediatra, que na maioria das vezes é o solicitante do exame.
MÉTODO: Revisão da literatura (1985 a 2004 ;Medline) e descrição da experiência pessoal.
RESULTADO: Oconhecimento dasindicações,contra-indicações,complicações e,informações sobreatécnicadaendoscopiarespiratória,poderápermitirqueopediatra faça umaindicação mais precisa, além de fornecer uma melhor orientação aos pais sobre este procedimento.
CONCLUSÃO: A laringotraqueobroncoscopia é uma técnica de fácil utilização, que quando realizada sob condições ideais oferece baixos índices de complicações, o que justifica a sua importância como método diagnóstico e terapêutico das doenças respiratórias pediátricas.
Palavras-chave: sucçao, sucçao nao nutritiva, pré-termos
Alexandra P. de Q. C. Araújo
Revista de Pediatria SOPERJ - V.4, Nº2, p15-17, Agosto 2003
ResumoOBJETIVO: esta revisão tem como objetivo oferecer aos pediatras noções atualizadas referente à enxaqueca.
MÉTODO: baseou-se este artigo em uma revisão não sistemática da literatura médica a partir de levantamento de artigos indexados no MEDLINE, através da busca pelo PUBMED. Foram incluídos os artigos com enfoque na avaliação e conduta, tanto históricos quanto mais recentes.
RESULTADOS: A enxaqueca é uma das principais causas de cefaléia recorrente na criança e no adolescente. Tem importantes repercussões na qualidade de vida deste indivíduo. Pode ser diagnosticada e tratada pelo pediatra geral, na maioria dos casos com medicamentos simples.
Palavras-chave: enxaqueca, criança, adolescente, diagnóstico, tratamento
Geisel, N.R.; Oliveira, T.A.; Vitor, J.M.G.; Silva, R.A.S.; Silva, C.T.F.; Silva, M.A.G.; Soffe, BAC; Natasha Geisel Pimenta
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p90, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: Eritema nodoso (EN) é uma paniculite septal caracterizada pelo aparecimento súbito de vários nódulos subcutâneos, inflamatórios, dolorosos e bilaterais, localizados, principalmente, nas superfícies pré-tibiais, podendo acometer também outras localizações. Sua etiologia é variável, podendo ser de causa idiopática, infecciosa e não infecciosa.
OBJETIVO: Alertar os profissionais a pensarem na hanseníase como uma provável causa de EN, já que a mesma é uma doença endêmica em países em desenvolvimento, como o Brasil
MATERIAL E MÉTODO: Escolar de 11 anos, sexo feminino, história de nódulos em membros inferiores há 2 semanas com acometimento posterior de membros superiores e face. Após uma semana, iniciou febre alta, dor em região pré-tibial, claudicação e artralgia. Na admissão, apresentava-se prostrada, com nódulos subcutâneos difusos, eritematosos e dolorosos à palpação (principalmente em extremidades), com algumas lesões em face, além de lesão hipocrômica em região pré-tibial à esquerda, sem alteração de sensibilidade. Diante da apresentação clínica, foi sugerido como diagnóstico EN. Para tentar elucidar a causa do EN foi realizada a biópsia de um dos nódulos que evidenciou "dermatite granulomatosa superficial e profunda, com linfócitos não epitelióides, vacuolados, apresentando frequentes micobactérias: hanseníase lepromatosa".
RESULTADOS: Eritema nodoso hansênico (ENH) é uma reação inflamatória aguda, sobreposta à evolução crônica e insidiosa da hanseníase, que ocorre em cerca de 25% dos casos lepromatosos, geralmente durante ou após o tratamento. No entanto, alguns casos têm sido relatados antes mesmo de iniciar o tratamento ou como a primeira manifestação clínica da doença, sendo essa forma pouco relatada na literatura científica.
CONCLUSÃO A ausência de lesões cutâneas sugestivas de hanseníase pode atrasar o diagnóstico e o tratamento específico da doença, o que torna a biópsia do nódulo imperativa para melhor elucidação da etiologia, quando não se tem uma causa claramente notória do EN.
Responsável
PRISCILLA AGUIAR DE ARAUJO
Palavras-chave:
Torbey, A.F.M.; Souza, A.L.A.A.G.; Souza, L.C.M.R.; Santos, L.P.B.; Firme, L.H.C.; Luz, C.A.; Navi, N.P.; Oliveira, V.F.; Cestari, A.B.C.S.S.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p108, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: As cardiopatias congênitas apresentam incidência de 5 -8% na população geral e em gestantes com fator de risco podem chegar a 25%. O diagnóstico pré-natal é fundamental para o melhor planejamento ao nascimento dos portadores de cardiopatias congênitas.
OBJETIVO: Determinar a evolução dos recém-nascidos cardiopatas diagnosticados através do ecocardiograma (ECO) fetal, quanto à necessidade de internação em uti neonatal, tratamento cirúrgico e sua mortalidade.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo retrospectivo dos portadores de cardiopatia congênita diagnosticados ao ecocardiograma fetal entre 2010 e 2014 no ambulatório de cardiologia fetal do Hospital Universitário Antônio Pedro. Foram estudadas as seguintes variáveis: cardiopatia congênita, necessidade de internação em UTI neonatal, cirurgia cardíaca no período neonatal e mortalidade.
RESULTADOS: Foram realizados 224 exames, em que 53 (23,6%) apresentaram alteração ao ECO fetal, sendo as mais frequentes: arritmias cardíacas (8 casos), hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo (7 casos), comunicação interventricular (5 casos), anomalia de Ebstein (4 casos), transposição dos grandes vasos da base (4 casos), coarctação da aorta (4 casos) e cardiopatia complexa (4 casos). A internação em unidade de terapia intensiva neonatal foi recomendada em 23 casos. Foram submetidos à cirurgia cardíaca no período neonatal 15 pacientes, 13 já se encontram em acompanhamento ambulatorial, e 2 permanecem internados. A mortalidade fetal foi de 5,6 % (n=3) e o óbito no período neonatal foi de 4 casos (7,5 %). Dos pacientes que evoluíram para o óbito, 3 foram encaminhados para estudo anatomopatológico, o qual mostrou concordância diagnóstica.
CONCLUSÃO O diagnóstico intra-útero e precoce das cardiopatias congênitas influencia na morbi-mortalidade dos recém-nascidos, devido ao melhor preparo da equipe para sala de parto, estabilização em unidade de terapia intensiva e programação para a abordagem cirúrgica.
Responsável
PEDRO IVO DE MOURA LEITE LOMBARDI
Palavras-chave:
Medeiros T.R; Torbey A.F.M; Barros C.A; Bulkool D.P; Coutinho R.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.13 (supl 1), Nº2, p34, Dezembro 2012
Palavras-chave:
Medeiros TR; Barros C.A; Bulkool D.P; Santana R.C; Porto L.C.C; Torbey A.F.M
Revista de Pediatria SOPERJ - V.13 (supl 1), Nº2, p39, Dezembro 2012
Palavras-chave:
Carvalho C.M; Aurilio R.B.; Pimentel A.F.M.; Costa P.F.B.; Firmida M.; Mesquita A.P.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.13 (supl 1), Nº2, p96, Dezembro 2012
Palavras-chave:
Valladares, M.A.B.; Carvalho, S.; Junqueira, J.C.; Coutinho, R.; Dias, F.; Sampaio, M.C.; Maia, J.; Fernandes, C.R.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p79, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: A Hepatite Autoimune é uma doença crônica e progressiva com idade de aparecimento que pode variar da infância à adolescência na faixa etária pediátrica. O quadro clínico pode se confundir com o de doenças infecciosas ou pode se manifestar apenas por alterações laboratoriais.
OBJETIVO: Alertar o Pediatra para o diagnóstico provável da Hepatite Autoimune em crianças com aumento das enzimas hepáticas. O diagnóstico precoce e tratamento adequado podem evitar ou retardar a evolução para cirrose hepática.
MATERIAL E MÉTODO: G.C.S., sexo masculino, 7 anos, natural de Caxias-RJ. Dor abdominal e icterícia há 2 anos, quando foi internado por 3 dias. Exames revelaram aumento de transaminases, porém, como houve melhora da icterícia recebeu alta hospitalar sem diagnóstico. As sorologias para infecção por vírus hepatotrópicos foram negativas. Durante 2 anos mantinha sempre elevação de transaminases até 20x o valor de referência, mas assintomático. Não foram feitos outros exames de investigação diagnóstica. Encaminhado ao Ambulatório de Gastropediatria onde a investigação laboratorial revelou hipergamaglobulinemia, fator antinuclear positivo e anticorpo anti-músculo liso positivo, caracterizando hepatite autoimune tipo I. Iniciou terapêutica com corticoterapia normalizando os níveis de transaminases em 2 semanas. Posteriormente tolerou redução da corticoterapia e manteve enzimas hepáticas em níveis normais. A função hepática sempre foi normal. A histopatologia hepática foi característica de hepatite autoimune com infiltrado inflamatório linfocitário leve, mas com agressão a hepatócitos da placa limitante (hepatite de interface).
RESULTADOS: Na criança, a Hepatite Autoimune pode se apresentar clinicamente de várias formas: semelhante a uma hepatite viral; de forma insidiosa com sintomas gerais de fadiga, anorexia e cefaléia, e sem sinais de doença hepática; como hepatite fulminante e tardiamente já com sinais e sintomas referentes à cirrose hepática e hipertensão porta. O curso clínico pode ser flutuante com recaídas e remissões espontâneas o que pode contribuir para o atraso do diagnóstico.
CONCLUSÃO A Hepatite Autoimune deve fazer parte do diagnóstico diferencial clínico e laboratorial em crianças. O diagnóstico mais precoce e o tratamento adequado podem melhorar a morbimortalidade desta doença em crianças.
Responsável
MARCIA ANGÉLICA BONILHA VALLADARES
Palavras-chave:
Sasse, P.P.A.; Rosário, A.A.V.; Coelho, F.C.; Fernandes, C.S.; Aurílio, R.B.; Pimentel, A.F.M.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.13 (supl 1), Nº2, p35, Dezembro 2012
Palavras-chave:
Varella, C.P.; Freires, M.G.; Cruz, G.N.; Soffe, B.A.C.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p102, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: A infecção do trato urinário é importante causa de febre no lactente e pode estar relacionada a malformações renais. É fundamental a investigação por imagem logo no primeiro episódio.
OBJETIVO: Relatar um caso de anomalia do trato urinário, ressaltando a importância do USG como primeiro método investigativo.
MATERIAL E MÉTODO: D.C.A.C., quatro meses, atendida com quadro de febre, coriza e tosse há sete dias e medicada com Amoxicilina no segundo dia de evolução. Persistiu com febre, retornando à UPA três dias depois. Foi trocado o antibiótico para Amoxicilina com Clavulanato e solicitada internação. Ao exame físico apresentava-se febril, eupneica, estertores na base direita. EAS: piócitos incontáveis, 10 a 15 hemácias por campo. Urinocultura: negativa (sexto dia de antibiótico). Hemograma: leucocitose sem desvio à esquerda. Bioquímica: normal. Hemocultura: negativa. PCR 499 mg/l e VHS 77 mm. O USG de vias urinárias evidenciou imagem cística em polo superior de rim direito, medindo 49 x 37 mm com dilatação pielocaliciana moderada. Fez Ampicilina e Gentamicina por 14 dias. Recebeu alta com cefalexina profilática e encaminhamento para avaliação da nefrologia pediátrica. Realizou-se novo USG de vias urinárias evidenciando duplicidade pieloureteral com ectasia à direita e cintilografia renal que mostrou rim direito com contorno irregular e distribuição heterogênea à custa de área de hiporradioatividade. Uretrocistografia miccional sem alterações. Paciente em pré-operatório no momento.
RESULTADOS: A duplicidade do sistema coletor representa cerca de 5% das anormalidades do trato urinário. A descoberta normalmente é pós-natal. O início de qualquer investigação é pelo USG de vias urinárias, logo após o primeiro episódio de ITU. Hidronefrose, refluxo vesicoureteral, anomalias congênitas devem ter seguimento com cintilografia renal e uretrocistografia.
CONCLUSÃO Após o primeiro episódio de ITU é fundamental o diagnóstico precoce de anomalias do trato urinário pelo USG e tratamento adequado, com o objetivo de minimizar danos renais, evolução para hipertensão arterial e comprometimento progressivo da função renal.
Responsável
PATRICIA ALMEIDA WATSON VARANDAS
Palavras-chave:
Silva, C.M.C; Oliveira, I.V.D.; Lustosa, S.A.S.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p98, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: A infecção de trato urinário (ITU) mostra-se prevalente em crianças, gerando risco de complicações que, associados à repetição do quadro, podem levar ao desenvolvimento de cicatrizes renais, com evolução para hipertensão arterial e/ou insuficiência renal.
OBJETIVO: Relatar casuística retrospectiva de 211 crianças com ITU durante encaminhamento ou seguimento de ambulatório público de nefrologia pediátrica.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo epidemiológico transversal descritivo de abordagem quantitativa. Foram coletados 211 prontuários de pacientes assistidos em ambulatório público de nefrologia pediátrica atendidas de janeiro de 2005 a dezembro de 2012, com idade entre 0 a 16 anos e diagnóstico de ITU. Foram considerados todos os pacientes encaminhados por ITU e/ou que apresentaram em algum momento do seguimento no ambulatório. As variáveis incluíram sexo, idade, sinais/sintomas, exames diagnósticos e doenças associadas.
RESULTADOS: Pacientes do sexo feminino representaram 80,09% (169) dos casos, contra 19,9% (42) do sexo masculino. Lactentes com idade inferior a 12 meses representaram 18% (38) dos casos. A febre esteve presente em 60,66% (128) dos casos. Entre as queixas principais, 18,48% (39) relataram dor abdominal e 15,63% (33) disúria. As crianças assintomáticas somaram 8,05% (17). A constipação intestinal esteve associada em 26,06% (55) dos casos. O diagnóstico para ITU foi dado por exame de urina tipo I (EAS) em 73,46% (155) contra apenas 26,54% (56) por urocultura. 32,22% (68) receberam alta ambulatorial.
CONCLUSÃO A infecção urinária foi predominante no sexo feminino em acordo com a literatura, porém acima das médias encontradas nos principais estudos. Maior acometimento em lactentes com idade inferior a 12 meses, necessitando de atenção preventiva específica. A constipação intestinal mostrou-se como importante associação. Apesar do diagnóstico definitivo ser firmado por urocultura (padrão ouro), ainda é pouco utilizado se comparado ao EAS.
Responsável
NATHALIA MARINHO FERREIRA
Palavras-chave:
Silva, C.M.C; Oliveira, I.V.D.; Lustosa, S.A.S.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p97, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: As primeiras descrições de doenças renais em pediatria datam do século XIX Todavia, apenas a partir do século XX a nefrologia pediátrica se estabeleceu como especialidade médica reconhecida. O desenvolvimento de novas terapêuticas nefrológicas e acompanhamento específico possibilitaram lidar com a fisiologia e fisiopatologia dos rins e trato urinário em crianças e adolescentes, grupo etário que apresenta características constitucionais próprias.
OBJETIVO: Traçar o perfil epidemiológico do ambulatório público de nefrologia pediátrica da maior cidade da região Sul Fluminense e a terceira maior do interior do estado do Rio de Janeiro.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo epidemiológico transversal descritivo de abordagem quantitativa. Foram coletados 631 prontuários dos pacientes assistidos em ambulatório público de nefrologia pediátrica desde sua fundação (2005), até o ano de 2012, com idade entre 0 e 16 anos. Foram excluídos 14 prontuários por apresentarem dados incompletos. Foram avaliados sexo, idade, diagnóstico de encaminhamento, alta, acompanhamento, transferência, abandono e óbito.
RESULTADOS: Dos 617 prontuários avaliados, 29,17% (180) corresponderam à infecções de trato urinário, representando o diagnóstico de maior encaminhamento para avaliação e acompanhamento. Em segundo lugar, com 11,83% (73) a Enurese Noturna. A idade de maior acometimento foi 7 anos, com 9,72% (60), seguido de 8 anos, com 8,75% (54). A faixa etária de 0 a 2 anos apresentou destaque, somando 25,26% (156) dos casos. Prevalência do sexo feminino. O ambulatório apresentou 24,84% (151) de altas e 61,26% (378) de abandono.
CONCLUSÃO Os principais motivos de encaminhamento foram Infecção Urinária, Enurese Noturna e Hematúria, correspondendo a 49,75% (307) dos atendimentos da unidade, acordados parcialmente com a literatura. A importante demanda pela especialidade nefrológica pediátrica do município reforça a necessidade da manutenção do mesmo. Acreditamos que o alto valor de abandono esteja relacionado principalmente à melhora clínica destas crianças, mesmo com orientações acerca da importância do seguimento.
Responsável
NATHALIA MARINHO FERREIRA
Palavras-chave:
Meneses, C.R.M.; Machado, A.C.C.; Costa, A.P.C.; Ribas, S.A.; Darriba,V.A.; Pereira, D.S.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p52, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: O Projeto de Extensão assiste criança s(CÇ) do nascimento-5a, visando promoção/prevenção em saúde, treinar alunos e realizar pesquisa. O objetivo da presente pesquisa é caracterizar o aleitamento matern o(AM) no 1º a e estado nutricional (EN) no 1º e 2ºa de vida.
OBJETIVO: Caracterizar o aleitamento materno (AM) no lºa e estado nutricional (EN) no 1º e 2ºa de vida.
MATERIAL E MÉTODO: Supervisores e alunos de Enfermagem (E), Fonoaudiologia (F), Medicina (M), Nutrição(N), Psicologia e Serviço Social realizam consultas conjuntas de puericultura, educação em saúde, e pesquisa. Foi realizado estudo prospectivo nos prontuários de 49CÇ que completaram la e 43 que completaram 2a e estavam em acompanhamento.
RESULTADOS: O AMAR, implantado há 7a, acompanha 184CÇ. Foram realizadas 2814 consultas (M:l47l; E:448; N:448; F:447). A frequência (F) de orientação sobre AM no pré-natal foi 93%; F de orientação sobre AM na maternidade 100%; F e média (M) de tempo (T) de AM com qualquer T de duração ao longo do 1º ano de vida 97,5% e 8,7+3,7m. F de AM nos 49 com la 36,7%(18); F e M de T de AM exclusivo (AME) 93,8% (46) e 3,8+2m; F de AME aos 6m 26,5% (13). Idades M de introdução de água, suco ou chá 5+1,1m; outro tipo de leite 3,7+2,2m; alimento complementar (AC) 5,5+1m. F de uso de fórmula inadequada no 1ºa 44,8% (22). Classificação quanto ao EN com 1 e 2a: eutrofia 81,6% (40) e 48,8% (21); risco para sobrepeso 12,2% (6) e 41,8% (18); sobrepeso 0% e 9,3% (4) obesidade: 6,1% (3) e 0%.
CONCLUSÃO O AMAR proporciona abordagem integral à CÇ e troca de saberes. O incentivo ao AM deve ser implementado, mesmo no Hospital amigo da CÇ. A introdução do AC não se dá satisfatoriamente, apesar das orientações da equipe. Há F significativa de excesso de peso. A pesquisa demonstra a importância da equipe multidisciplinar no acompanhamento da saúde da CÇ, mas outros fatores também podem influenciar (leis trabalhistas, mídia, preço de fórmulas lácteas apropriadas). As F e M de tempo de AM e AME foram significativas, mostrando a relevância da orientação dada pela equipe.
Responsável
ISABEL REY MADEIRA
Palavras-chave:
Rubini, N.P.M; Liberal, E.F.; Neto, C.P.L.; Velasco, C.; Barboza, N.S.; Coelho, A.C.C.S.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p116, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: Agamaglobulinemia de Bruton é uma imunodeficiência primária (IDP) rara, de herança recessiva ligada ao X, com incidência de 1/100.000, caracterizada pela redução/ausência de células B e imunoglobulinas, levando, principalmente, à maior suscetibilidade de infecções bacterianas graves.
OBJETIVO: Descrever um paciente com Agamaglobulinemia de Bruton, cuja apresentação clínica inicial foi caraterizada por otite média (OM) de repetição.
MATERIAL E MÉTODO: Criança de 4 anos, sexo masculino, branco, com histórico de OM de repetição a partir dos 5 meses de vida, com 23 episódios até o quarto ano de vida. Havia relato de pansinusite aos 2 anos e conjuntivite bacteriana aos 3 anos. Aos 3 anos e 8 meses foi indicada cirurgia para implantação de tubo de ventilação. Nos exames pré-operatórios, foi observada ausência de adenoide e amígdalas, sendo o paciente encaminhado para imunologista. Nos antecedentes familiares havia relato de óbito de tio avô materno aos 4 meses de vida por pneumonia. Avaliação imunológica: CD3 - 4.602 (96%), CD19 - 48 (1%), CD4 - 3.403 (71%), CD8 - 959 (20%); IgG - 164 mg/dL, IgA - 27 mg/dL, IgM, IgE e subclasses de IgG indosáveis. A agenesia de adenoides e amígdalas, redução de linfócitos B e produção de imunoglobulinas, ao lado do histórico familiar, possibilitaram o diagnóstico de Agamaglobulinemia de Bruton. O paciente iniciou o uso de imunoglobulina humana aos 4 anos, evoluindo bem até o presente.
RESULTADOS: Merece destaque a permanência do paciente até os 4 anos, sem diagnóstico e tratamento adequado, apresentando apenas IVAS recorrentes, em especial OM, sem infecções bacterianas graves. Certamente, o uso frequente de antibioticoterapia para tratamento de OM atuou como profilaxia para infecções bacterianas invasivas.
CONCLUSÃO Este relato ressalta a importância de pediatras e otorrinolaringologistas considerarem no diagnóstico diferencial de OM de repetição a possibilidade de IDP.
Responsável
RAFAELA MENDES DE ALMEIDA ARAÚJO
Palavras-chave:
Osório, L.E.M.V.; Braga, T.P.C.; Ribeiro, A.L.; Dantas, A.B.L.; da Silva, J.P.; Pacheco, M.C.; Januzzizequi, S.; Beserra, I.C.R.; de Azevedo C.E.S.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p58, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: As Ligas Acadêmicas representam ótimo exemplo de protagonismo juvenil, sendo orientadas por docentes, dentro da realidade educativa e universitária. Nesse contexto, se insere a LAPed UFRJ, que foi formada no segundo semestre de 2009 e iniciou suas atividades no primeiro semestre de 2010. As atividades da LAPed UFRJ consistem de: aulas teóricas semanais ministradas por especialistas de excelência, atividades práticas nos hospitais da UFRJ (Instituto de Pediatria e Maternidade Escola), pesquisa científica e atividades de extensão.
OBJETIVO: Descrever o funcionamento, as principais facilidades e dificuldades, bem como pontos positivos e negativos da LAPed UFRJ e avaliar o perfil dos alunos nos cinco anos de funcionamento.
MATERIAL E MÉTODO: Estudo descritivo. Foram utilizados como ferramentas de coleta de dados as fichas de inscrição dos alunos, as listas de presença de cada semestre e questionários de avaliação discente.
RESULTADOS: As dificuldades encontradas foram: os critérios de inscrição e seleção dos membros, a instalação de atividades práticas e o seu controle de frequência, assim como a conclusão de projetos científicos. Como pontos positivos, destacam-se o enorme apoio dos docentes do Departamento de Pediatria, o ambiente físico favorável e a força de vontade dos integrantes da LAPed. Nas duas primeiras turmas a procura da LAPed foi maior por alunos de períodos avançados do Curso de Medicina e com interesse específico na área da pediatria. Nas turmas mais recentes aumentou o número de alunos de períodos iniciais do curso e com interesse não só em pediatria, mas também em outras áreas médicas.
CONCLUSÃO Não obstante a existência de obstáculos, com o apoio dos docentes e com a determinação e esforço dos integrantes da Liga, a LAPed UFRJ tem conquistado um número de alunos cada vez maior, com o destacado interesse do alunado de períodos iniciais do curso de medicina.
Responsável
IZABEL CALLAND RICARTE BESERRA
Palavras-chave:
Elias, C.F.; Santos, F.K.; Hammad, S.F.; Moraes, D.S.D.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p26, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: Há uma grande demanda para serviços médicos especializados, superando a capacidade de oferta. Reconhecer as condições de vida e sua influencia na saúde é de extrema importância, assim como, medidas preventivas e oportunas são eficazes. Entender as relações entre o perfil de atendimento ambulatorial e a sua correlação com o quadro de morbimortalidade é bastante necessário.
OBJETIVO: O interesse deste estudo surgiu da convivência dos profissionais no núcleo de regulação, tendo por objetivo descrever as características clínicas e sociodemográficas da população atendida nos últimos 4 anos.
MATERIAL E MÉTODO: É um estudo descritivo, retrospectivo com abordagem quantitativa, cujos dados foram obtidos a partir das fichas de atendimento, consolidadas no programa Gerenciador de Informações Locais (GIL), de pacientes atendidos no ambulatório de um hospital pediátrico, durante o período de 1º de janeiro de 2011 a 31 de junho de 2014. Ao consolidar os dados desse período. a unidade teve 128.052 atendimentos. Selecionaram-se as variáveis município, sexo, diagnóstico e idade para a comparação entre os anos.
RESULTADOS: Verificou-se que a distribuição se mantinha estável no que tange à variável sexo, em 2014 e 2013; 56% eram do sexo masculino e 44% do sexo feminino, em 2011 e 2012, o equivalente a 57% e 43%. A mesma relação foi encontrada na variável idade, em que se percebeu uma maior prevalência de atendimentos de 5 a 9 anos, estabelecendo uma média entre 29% e 32% dos atendimentos nesses anos, seguida de 10 a 14 anos, estabelecendo uma média de 21% a 23% dos atendimentos. Apesar de se um hospital pediátrico, possuiu 112 atendimentos a usuários maiores de 20 anos. Julga-se que essas pessoas permaneceram em atendimento, devido ao caráter crônico do diagnóstico que apresentaram. Os diagnósticos de maior prevalência dessa população são: gastroenterite, rinite, asma e epilepsia.
CONCLUSÃO A partir dos resultados, conclui-se que faz necessária a implementação de estratégias na atenção primária para melhor acompanhamento da criança, evitando a mortalidade por causas como doenças respiratórias e gástricas. Devemos repensar a regionalização, visto que a distância do local de atendimento pode interferir na aderência ao tratamento, comprometendo, assim, a eficácia terapêutica.
Responsável
CARMEN LUCIA LEAL FERREIRA ELIAS
Palavras-chave:
Elias, C.F.; Costa, C.P.M.; Hammad, S. F.; Moraes, D.S.D.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p27, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: Os serviços de saúde devem ser estruturados a partir das necessidades da população a que se pretende atender, propiciando uma relação produtiva entre oferta e demanda. Uma estratégia relevante para a adequação desses serviços consiste em conhecer o perfil sociodemográfico da população que recorre a uma dada unidade de saúde.
OBJETIVO: Descrever o perfil dos pacientes acolhidos em um hospital pediátrico de referência do município do Rio de Janeiro. Apesar de não contar com serviço de emergência pediátrica, a referida unidade tem amplo serviço ambulatorial, de que diversas vezes emerge a necessidade de internação hospital para tratamento ou investigação diagnóstica, além das internações por meio de regulação municipal.
MATERIAL E MÉTODO: O estudo é de tipo descritivo, retrospectivo, referente ao atendimento realizado entre os anos de 2008 e 2014, e engloba mais de 20 mil internações hospitalares. As informações foram obtidas a partir dos programas do Datasus (SISAIH e Tabnet).
RESULTADOS: A partir da organização dos dados selecionados em gráficos e tabelas, observamos que 59% dos pacientes internados nessa unidade são do sexo masculino. A faixa etária predominante é aquela compreendida entre o intervalo de 10 e 14 anos, com 46% das internações hospitalares, seguida da faixa etária entre 1 e 4 anos, com 32%. Cerca de 83% dos pacientes atendidos nesse hospital são provenientes do município do Rio de Janeiro. As principais causas de internação estão relacionadas, em primeiro lugar, com as doenças infecciosas e parasitárias (19%), seguidas das doenças do aparelho respiratório (17%), das deformidades congênitas e das anomalias cromossômicas (12%). Cerca de 98% dos procedimentos realizados durante a internação são considerados de média complexidade.
CONCLUSÃO Este levantamento realça a necessidade de estruturar o serviço, procurando adequá-lo às necessidades de uma clientela predominantemente masculina e atender com qualidade pessoas com idades em faixas distintas. As causas de internação demonstra a necessidade de reforçar uma retaguarda capaz de acolher pacientes acometidos principalmente por doenças infecciosas e parasitárias e do aparelho respiratório.
Responsável
CARMEN LUCIA LEAL FERREIRA ELIAS
Palavras-chave:
Costa, D.S.; Nanci, N.O.; Barbosa, D.P.; Leão, J.H.H.; Tonassi, C.L.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p40, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: A internação de crianças em enfermarias pediátricas, entre outros motivos, visa à investigação de sintomas não diagnosticados e, principalmente, ao acompanhamento evolutivo diário das morbidades, promovendo o cuidado ideal às crianças enfermas, de tal forma a propiciar a cura das doenças, bem como favorecer o crescimento e desenvolvimento salutar dos pacientes.
OBJETIVO: Conhecer as principais causas de internação na enfermaria pediátrica do Hospital Geral de Nova Iguaçu (HGNI) no período de maio a agosto de 2014.
MATERIAL E MÉTODO: Os dados foram coletados a partir da consulta de prontuários referentes a 224 internações, sendo 130 (58%) do sexo masculino e 94 (42%) do sexo feminino, todos incluídos na faixa etária de 0 a 12 anos de idade.
RESULTADOS: A causa mais frequente de internação na enfermaria foi a infecção de vias aéreas inferiores (27%), subdivididas em pneumonias e suas complicações (35%), bronquiolites isoladas (32%) e bronquiolites associadas a pneumonias (33%). Em segundo lugar sobressaíram as lesões decorrentes de traumas (20%), e a grande maioria envolveu lesões osteomusculares, incluindo fraturas e lesões de partes moles (80%), seguidas por queimaduras (18%) e TCE (2%). Em destaque, observam-se também as piodermites (15%) entre todas as internações, incluindo em grande parte, as celulites (58%), os abscessos (36%) e os impetigos (6%). As demais causas de internação mais importantes foram os pós-operatórios de apendicectomia (13%), as infecções do trato urinário (5%), as infecções osteoarticulares (3%) e as internações por outras causas de menor prevalência, mas não menos importantes (20%).
CONCLUSÃO Os dados levantados indicaram a alta prevalência de internações por infecções de vias aéreas inferiores, lesões traumáticas, piodermites e pós-operatórios de apendicectomias e poderão subsidiar estudos futuros, visto que há pouca literatura sobre o perfil epidemiológico de pacientes internados em enfermarias pediátricas. Além disso, poderão subsidiar a atuação prática do próprio serviço.
Responsável
ELIZABETH ZARONI MEGALE
Palavras-chave:
Paranhos, I.R.; Oliveira, C.C.; Lemos, M.T.; Araujo, T.P.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p54, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: As mudanças recentes nos hábitos alimentares e sociais da população brasileira resultaram no aumento da incidência de doenças crônicas não infecto-contagiosas. Para quantificar estas condições desfavoráveis, foram coletados dados antropométricos e analisados gráficos preconizados pela organização mundial da saúde (OMS) identificando valores inferiores ou superiores ao padrão de normalidade em uma população-alvo.
OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é calcular as dimensões de peso e estatura, identificar a população de risco, prevenir o desenvolvimento de doenças iminentes e tratar condições impróprias já estabelecidas, tais como: obesidade, sobrepeso, baixo peso e desnutrição.
MATERIAL E MÉTODO: No período de 05 à 22 de agosto de 2014 realizamos uma coleta de dados antropométricos com 164 crianças de 04-12 anos em uma escola pública do município de Volta Redonda-RJ com medição de peso e altura. A partir destes dados, foi possível quantificar o Índice de Massa Corpórea (IMC) e os percentis de idade x peso, idade x estatura e idade x IMC de acordo com o que é indicado pelo Ministério da Saúde.
RESULTADOS: Com a análise do IMC na faixa etária de 4-7 anos, dois meninos (7,14%) encontravam-se no
p85 - p97, apontando sobrepeso e quatro (14,28%) no p>97, indicando obesidade. Para o sexo feminino não houve nenhuma menina obesa, entretanto, duas (6,9%) exibiram sobrepeso. Na faixa etária de 8-12 anos, sete meninos (14,58%) foram classificados como obesos e cinco (10,41%) apresentaram sobrepeso. Para o sexo feminino, oito meninas de 8-12 anos (13,56%) estão com sobrepeso, cinco (8,47%) apresentaram obesidade e três (5,08%) desnutrição, equivalente ao p<3.
CONCLUSÃO Tais resultados apresentaram crianças com estado nutricional inadequado, evidenciando a importância de realizar o acompanhamento sistemático do crescimento e desenvolvimento das crianças, o que permite identificar distúrbios e doenças que afetam o crescimento. Desta maneira é possível conhecer o perfil nutricional deste grupo e intervir o mais precocemente possível, evitando consequências negativas futuras.
Responsável
ISABELA RAIMUNDO PARANHOS
Palavras-chave:
Franco, C.L.; Souza, L.C.M.R.; Lombardi, P.I.M.L; Arbex, M.B.B.; Simões, P.F.; Fernandes, R.B.A.; Guerra, I.P.; Soares, M.V.; Soares, V.K.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p14, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: As infecções respiratórias agudas, principalmente pneumonias, são a segunda causa de óbito em crianças menores de 5 anos no Brasil. A pneumonia adquirida na comunidade possui vários agentes etiológicos; em até 60% dos casos, o patógeno não é identificado, sendo indispensável conhecer o perfil etiológico para orientar a terapêutica.
OBJETIVO: Chamar atenção para o Mycoplasma pneumoniae como agente de pneumonia complicada.
MATERIAL E MÉTODO: E.M.N, 3 anos, sexo masculino, natural de Niterói, internado com história de febre e tosse, em crises, há 7 dias. História prévia de asma. Estava em bom estado geral, afebril, taquipneico, murmúrio vesicular diminuído em base esquerda com sibilos e estertores crepitantes. Radiografia e ultrassonografia tórax: consolidação na base esquerda com lâmina de líquido pleural. Hemograma normal. Recebeu penicilina cristalina e broncodilatadores. Como não houve melhora, trocou-se o antibiótico para cefuroxima e claritromicina. Solicitou-se pesquisa de crioaglutinina sérica (título 1:256). Evoluiu bem, com alta hospitalar com claritromicina para completar 14 dias. Na consulta ambulatorial, 2 semanas após, persistia com crepitação à esquerda. Solicitou-se tomografia do tórax, que evidenciou redução volumétrica e padrão em mosaico, principalmente no pulmão esquerdo, com área hipotransparente em segmento basal posterior, sugestivo de bronquiolite obliterante (BO).
RESULTADOS: A pneumonia por M. pneumoniae é transmitida por aerossóis, acometendo, principalmente, escolares e adolescentes, mas pode ocorrer em pacientes menores. Raramente evolui com complicações, como BO. Não há achados clínicos ou radiológicos que permitam certeza. Títulos de crioaglutinina superiores a 1:128 sugerem diagnóstico, que pode ser confirmado por meio da dosagem de anticorpos (IgG e IgM) para esse agente. Tratamento de escolha são macrolídeos.
CONCLUSÃO Importante pensar em BO quando houver anormalidade estrutural tardia. O diagnóstico é realizado por tomografia de tórax de alta resolução e ocorre mais em casos de infecções respiratórias agudas com hospitalização, quadro clínico de mais difícil resolução e nos pacientes mais jovens.
Responsável
ANA BEATRIZ CAMINADA SABRA STRAUB CESTARI
Palavras-chave:
Carvalho, C.T.; Roiseman, M.M.; Abrahão, D.; Assef, C.C.; Leite, M.F.M.; Aranha, A.L.; Correa, M.P.A.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p36, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: O pseudoaneurisma do ventrículo esquerdo é uma entidade rara, sobretudo na infância, caracterizada por formação aneurismática com paredes compostas de tecido pericárdico e ausência completa de fibras miocárdicas (presentes no aneurisma verdadeiro). O pseudoaneurisma pode evoluir para ruptura e morte, tornando essencial o diagnóstico precoce.
OBJETIVO: Descrever uma rara complicação da endocardite infecciosa e o pseudoaneurisma do ventrículo esquerdo, assim como a orientação terapêutica.
MATERIAL E MÉTODO: I.S.L, sexo feminino, 9 anos, portadora de insuficiência renal crônica, internou por edema agudo de pulmão responsivo à hemodiálise. O ecocardiograma evidenciou grande imagem cavitária na região póstero-lateral do ventrículo esquerdo, justa mitral, comunicante ao ventrículo, medindo 3,9 x 2,3 cm, com características de pseudoaneurisma. Há 4 meses, a paciente havia tratado endocardite infecciosa com boa resposta clínica. A ressonância magnética (RM) confirmou a imagem na parede livre do ventrículo esquerdo. Foi submetida à cirurgia, com o preenchimento da cavidade aneurismática com BIOGLUE®, fechado colo com retalho de pericárdio bovino e plastia da valva mitral. No pós-operatório observou-se o completo fechamento do pseudoaneurisma. Atualmente, encontra-se assintomática.
RESULTADOS: O ecocardiograma pode demonstrar as características de pseudoaneurisma; porém, é importante a diferenciação com o aneurisma verdadeiro, sendo difícil quando se localiza em região posterior do coração. A RM também contribui para o diagnóstico, caracterizando, inclusive, as formações localizadas mais posteriormente; portanto, é indicada nesses casos apesar do alto custo e da baixa acessibilidade.
CONCLUSÃO Ressalta-se a importância do diagnóstico precoce do pseudoaneurisma do ventrículo esquerdo por meio de exames de imagens como o ecocardiograma e a ressonância magnética cardíaca.
Responsável
ELIANE LUCAS
Palavras-chave:
Vitor, J.M.G; araújo, P.A; Geisel, N.R; Silva, C.T.F; Soffe, B.A.C
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p60, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: A doença de Kawasaki (DK) é uma vasculite que acomete vasos de pequeno e médio calibres, sendo a principal causa de cardiopatia adquirida na infância nos países desenvolvidos.
OBJETIVO: Mostrar a importância do tratamento precoce e acompanhamento dos pacientes com diagnóstico de DK.
MATERIAL E MÉTODO: M.A.S, 8 meses, sexo masculino, internado com Histórico de febre alta (7º dia) e exantema maculopapular generalizado. Apresentava-se irritado, com fácies de sofrimento agudo, hiperemia labial e conjuntival, discreto exantema generalizado, eritema palmar bilateral e febre alta. Como apresentava cinco critérios para DK, foram iniciadas Imunoglobulina e Aspirina em dose anti-inflamatória resultando no desaparecimento da febre e na melhora do estado geral, evoluindo posteriormente com descamação de mãos e pés. Após a realização de um Ecocardiograma, foi evidenciado dilatação no óstio da coronária esquerda. Recebeu alta no 9º dia de internação e, como mantinha provas de atividade inflamatórias elevadas, optou-se pela manutenção da Aspirina em dose anti-inflamatória, que foi posteriormente reduzida para dose antiagregante plaquetária, após normalização laboratorial. Manteve-se acompanhamento na Reumatologia e Cardiologia pediátricas, com realização de ecocardiogramas sequenciais e, nove meses após o diagnóstico de DK, observou-se a regressão do aneurisma de coronária.
RESULTADOS: A DK é uma doença aguda que apresenta evolução benigna e autolimitada, com exceção das alterações cardíacas que podem ser permanentes e progressivas. No entanto, cerca de 50% dos aneurismas regridem dentro de 1 a 2 anos, atentando para o tratamento adequado na fase aguda, manutenção do uso de aspirina e seguimento a longo prazo de todas as crianças.
CONCLUSÃO Este relato objetiva destacar a importância do seguimento rigoroso dos pacientes que tiveram diagnóstico de DK, sendo recomendado o acompanhamento cuidadoso desses pacientes, mesmo daqueles que não tiveram diagnóstico de aneurismas, pois existe a possibilidade de persistirem com alguma disfunção endotelial e risco de aterosclerose prematura.
Responsável
JÚLIA MARIA GOMES VITOR
Palavras-chave:
Takano, O.A.; Nadaf, M.I.V.; Lima, L.; Zaitune, M.A.; Sandrin, C.E.O.G.; Torres, F.V.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p61, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: A sífilis congênita (SC) é o resultado da disseminação do espiroqueta no feto, via placentária, da gestante infectada não-tratada, ou inadequadamente tratada para o seu concepto.
OBJETIVO: Descrever sinais e sintomas de um caso precoce de SC.
MATERIAL E MÉTODO: Tercigesta, 21 anos, com partos normais e saudáveis, realizou 7 consultas de pré-natal, sorologias com 28 semanas demonstrando VDRL positivo com titulação de 1/8. No parto foi realizado teste rápido de HIV que apresentou não reagente não e VDRL materno de 1:64, sem tratamento prévio. O RN com VDRL no sangue periférico de 1/64. O pré- termo foi de 36 semanas e 5 dias, parto normal, APGAR 7 e 8, Peso de nascimento: 2.135 g, comprimento: 43 cm, Perímetro Cefálico: 30 cm, perímetro torácico: 28 cm e perímetro abdominal: 29 cm. Palidez cutâneo-mucosa, cianose de extremidades, petéquias em face e tronco, sufusões hemorrágicas em transição de palato duro e mole, sem outros sangramentos evidentes, hepatimetria de 9 cm e baço a 4 cm do rebordo costal esquerdo. Genitália feminina com lesão de aspecto granuloso, consistência firme. Recebeu suporte intensivo neonatal e tratamento com penicilina cristalina. Apresentou hipoglicemia sintomática, hemorragia digestiva alta e cor anêmico. O exames revelaram anemia, leucocitose com predomínio de linfócitos, presença de atipia e plaquetopenia severa e proteína Creativa aumentada. Com 28 dias de vida VDRL sangue periférico 1/4 negativo no líquor.
RESULTADOS: Na SC precoce sintomática as lesões de pele com sufusões hemorrágicas variadas, descamação palmo plantar e condiloma plano peri orificial são comumente descritas, bem como a hepatomegalia isolada ou associada a esplenomegalia, a prematuridade e o baixo peso.
CONCLUSÃO A soroprevalência de Treponema pallidum entre as gestantes brasileiras é elevada, sendo a implementação de realização da testagem por ocasião do parto imperiosa na detecção de casos não abordados durante o pré-natal.
Responsável
KALLYNA BARBOSA RACOSKI
Palavras-chave:
Fernandes, M.A.; Cardoso, C.A.A.; Fontoura, D.L.; Branco, L.G.; Cerqueira, L.F.; Prieto,V.A.P.; Firme, L.H.C.; Santos, L.P.B.; Luz, C.A.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p12, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: Espondiloartropatias soronegativas incluem a artrite reativa, uma oligoartrite periférica asséptica associada a antecedente infeccioso extra-articular. Síndrome de Reiter consiste em subtipo raro de artrite reativa.
OBJETIVO: Relatar um caso de síndrome de Reiter em adolescente jovem.
MATERIAL E MÉTODO: G.M.S.B, 14 anos, sexo masculino, procurou emergência por dor articular, hiperemia conjuntival e lesões genitais indolores e não pruriginosas. Quadro precedido por disúria, diarreia, vômitos e febre. Atividade sexual recente, sem proteção. Ao exame: dor à mobilização do tornozelo esquerdo, joelho direito e articulação coxo-femural esquerda com sinais flogistícos, hiperemia conjuntival bilateral, lesões hipocrômicas, puntiformes e descamativas em prepúcio e glande peniana. Discreta leucocitose, PCR 9,2 e VHS 39. EAS com piúria e leucocitúria. Culturas (sangue, urina e fezes) negativas. Sorologias virais e TORCH negativas. Evoluiu com uretrite, piora das lesões penianas, das alterações oculares e da artrite. Histopatológico de lesão do prepúcio: balanite circinada. Não foi possível realização do antígeno HLA B27. Iniciado antibiótico para uretrite e AINES (naproxeno) pela persistência dos sintomas articulares. Evoluiu com melhora e alta hospitalar. Controle ambulatorial após 3 meses demonstrou regressão quase completa dos sintomas, apenas discreta dor à compressão das articulações sacroilíacas, sem limitar atividades habituais. Suspenso AINES e mantido acompanhamento ambulatorial.
RESULTADOS: Síndrome de Reiter consiste em oligoartrite periférica associada a acometimento ocular (principalmente conjuntivite) e mucocutâneo (úlceras orais, ceratoderma blenorrágico, balanite circinada e alterações ungueais psoríase-like). Ocorre, principalmente, em adultos jovens, cerca de 1 a 4 semanas após infecções gastrointestinais ou genitourinárias. Não há alterações significativas no hemograma, e leucocitose é variável. PCR e VHS geralmente elevados. Em aproximadamente 2/3 dos pacientes, a remissão espontânea dos sintomas ocorre em 6 meses. Na fase aguda, repouso e prescrição de AINES (primeira linha) podem ser úteis para alívio dos sintomas articulares.
CONCLUSÃO Importante ressaltar que a síndrome de Reiter é um subgrupo das artrites reativas e espondiloartropatias.
Responsável
ANA BEATRIZ CAMINADA SABRA STRAUB CESTARI
Palavras-chave:
Obadia, D.A.; Provitina, C.F.; Souza, R.L.C.; Santana, B.P.; Oliveira,V.S.C.; Reis, F.A.; Rego, J.D.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p111, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: A Deficiência Seletiva de IgA é bastante freqüente e os pacientes podem apresentar-se assintomáticos ou com quadros de infecções de repetição graves (vias aéreas superior e inferior e gastrointestinais).
OBJETIVO: Descrever caso de sepse em paciente com imunideficiência
MATERIAL E MÉTODO: Escolar de 7 anos, histórico de 2 episódios de pneumonia, inúmeras sinusites e gastroenterite por rotavírus, diagnosticada com deficiência de IgA há 1 ano. Deu entrada no CTI com gastroenterite aguda após ingestão de comida japonesa. Evoluiu com choque hipovolêmico, acidose metabólica, distúrbio hidroeletrolítico e falência renal. Iniciou-se antibioticoterapia de largo espectro, aminas vasoativas e hemodiálise contínua. A coprocultura isolou uma estirpe de Shigella sensível a ciprofloxacino e cefepime. Após 17 dias apresentou boa progressão clínica, estabilização hemodinâmica e recuperação das funções renal e pulmonar, permitindo suspender os suportes de aminas vasoativas, ventilatório e da terapia de substituição renal.
RESULTADOS: A IgA nos protege contra microorganismos invasores (vírus e bactérias) na superfície das mucosas. A incapacidade de produzi-la pode ser parcial ou total. É total quando seu nível sérico é menor do que 5 mg/dl, com IgM e IgG normais, e não há produção de IgA secretora. Na parcial, o nível sérico é maior do que 5 mg/dl, porém, dois desvios-padrões menores do que o valor normal para a idade. Apesar da maioria dos pacientes serem assintomáticos, alguns apresentam infecções de repetição levando ao rastreio imunológico permitindo o diagnóstico. O tratamento das infecções deve ser realizado com antibiótico adequado e devem ser evitadas transfusões sanguíneas devido ao risco aumentado de reações devido à presença de anticorpos anti-IgA. A reposição de imunoglobulinas não está indicada.
CONCLUSÃO Devemos atentar aos quadros de infecções de repetição e investigar possíveis imunodeficiências. As crianças que possuem esse diagnóstico devem ser acompanhadas por estarem sob risco maior de desenvolvimento de doenças autoimunes e evolução para Imunodeficiência Comum Variável.
Responsável
POLLIANY ROBERTA DORINI PELEGRINA
Palavras-chave:
Campos, C.G.U.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p25, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: Sequestro pulmonar é uma malformação congênita rara, caracterizada por uma massa de tecido pulmonar não funcionante separada da árvore traqueobrônquica normal e vascularizada por uma artéria anômala, geralmente derivada da aorta torácica, do tronco celíaco ou das artérias intercostais. Pode apresentar-se de duas formas: intralobar ou extralobar, dependendo da localização dentro da pleura visceral. A forma mais comum é a intralobar.
OBJETIVO: Relatar um caso de sequestro pulmonar, chamando atenção para os principais exames diagnósticos.
MATERIAL E MÉTODO: I.L.D.S.P., sexo feminino, parda, 7 meses, natural do Rio de Janeiro. Foi admitida em 11/09/2014, com diagnóstico de pneumonia e história de febre alta, coriza, tosse e taquidispneia há 48 horas. Foram realizados hemograma e raio-x de tórax, que mostraram, respectivamente, 22.400 leucócitos (0/1/0/0/12/45/38/4) e grande imagem hipotransparente de formato arredondado em lobo inferior do hemitórax esquerdo. Solicitou-se tomografia computadorizada (TC) de tórax, observando formação expansiva em base pulmonar esquerda com densidade média de 22UH antes do contraste e 54UH após, com vaso nutridor emergindo da aorta. Dessa forma, fechou-se o diagnóstico de sequestro pulmonar. Foi solicitada angiogrfafia por ressonância magnética (angioRNM) para melhor avaliação do caso.
RESULTADOS: A maioria dos sequestros pulmonares são assintomáticos; por isso, muitas vezes são diagnosticados acidentalmente. A radiografia de tórax é o principal exame no diagnóstico, sendo complementado pela TC e angioRNM. A imagem mais frequente é de uma opacidade homogênea em lobo inferior. Na TC com contraste, visualizam-se o vaso arterial de comunicação com o sequestro e alterações no parênquima pulmonar. O tratamento recomendado é a ressecção cirúrgica da lesão.
CONCLUSÃO Apesar de rara, essa malformação deve sempre fazer parte do diagnóstico diferencial em pacientes com esses achados radiológicos, para que sejam possíveis avaliação e tratamento adequados.
Responsável
BÁRBARA CARVALHO SANTOS DOS REIS
Palavras-chave:
Paula C. Chicralla; Camila Q. Guedes; Marçal Carvalho Jr.; Eduardo Jorge C. da Silva; Maria de Fátima M. P. Leite
Revista de Pediatria SOPERJ - V.6, Nº1, p4-9, Junho 2005
ResumoINTRODUÇÃO: até 15% das crianças e adolescentes apresentam pelo menos um evento de síncope entre 8 e 18 anos de idade. Antes de 6 anos de idade,a síncope é incomum, exceto no contexto de distúrbios convulsivos, perda de fôlego e arritmias cardíacas primárias. O sintoma síncope é responsável por, aproximadamente, um em 2 mil atendimentos de emergência em pediatria. Sua incidência em crianças e adolescentes, em acompanhamento médico, é de 0,125%, sendo mais freqüente em meninas, com pico entre 15 e 19 anos. Em muitos casos, mesmo após extensa avaliação, a causa permanece indeterminada. Apesar de benigna na maioria das vezes, a síncope gera ansiedade e insegurança ao paciente, à família e ao meio em que vivem(1).
OBJETIVO: abranger os principais tipos de síncope, resumindo suas principais causas, diagnóstico diferencial, avaliação do paciente e tratamento.
MÉTODOS: revisão bibliográfica através do MEDLINE e levantamento dos melhores artigos de revistas brasileiras no período de 1994 a 2004.
CONCLUSÃO: A síncope é recorrente em cerca de 35% dos casos,a maior mortalidade está presente na síncope cardiovascular.
Palavras-chave: síncope, crianças e adolescentes, morte súbita
Gomes, C.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p103, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: Caso da síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada(SVKH) ocorrido em paciente de doze anos com abertura de quadro com acometimento exclusivamente oftalmológico e melhora eficaz pelo tratamento proposto. Tal síndrome consiste em uma enfermidade rara que pode atingir os tecidos que contêm melanócitos, como os olhos, sistema nervoso central, orelha interna e pele, com provável etiologia autoimune. Há, dessa forma, destruição dos melanócitos desses tecidos por processos inflamatórios.
OBJETIVO: Mostrar as particularidades dessa patologia e seus acometimentos isolados, com grande dificuldade diagnóstica na maioria das vezes.
MATERIAL E MÉTODO: LASM, doze anos, branca, natural e residente no Rio de Janeiro. Apresentou-se com a queixa inicial de vermelhidão e turvação nos olhos no início de janeiro de 2014. Teve diagnóstico de conjuntivite por duas vezes consecutivas, fazendo uso de colírio antibiótico, sem melhora do quadro. Após o segundo episódio, começou a apresentar cefaléia e piora da turvação ocular. Procurou novamente oftalmologista que realizou, desta vez, a aferição de pressão intra- ocular. que estava aumentada. Foi prescrito nessa ocasião Maleato de Timolol por dez dias. Nesse intervalo perdeu progressivamente a visão, chegando a outro hospital em 24/02/14 com essa queixa e cefaléia de forte intensidade. Foi atendida, em primeira instância, pela emergência pediátrica e encaminhada para a oftalmológica, onde diagnosticou-se o descolamento bilateral de retina e suspeitou-se da SVKH. Nesse momento foi internada e iniciou-se o tratamento com corticóide e imunossupressores.
RESULTADOS: A paciente teve alta com dez dias de internação, ainda com baixa acuidade visual e prescrição de Prednisolona VO , fazendo uso desta por noventa dias e obtendo melhora de 100% do descolamento da retina. Cabe ressaltar que não houve demais alterações em outros sistemas e que encontra-se ainda em acompanhamento severo pela Pediatria, Oftlmologia e Endocrinologia.
CONCLUSÃO Trata-se de um caso relevante por sua raridade clínica de peculiar diagnóstico e sua boa resposta ao tratamento proposto.
Responsável
PATRICIA ELOAN DA SILVA MONTEIRO
Palavras-chave:
Santanna, R.C.; Fernandes, C.R.; Dias, F.C.S.; Paiva, F.T.; Melo, J.M.; Percope, F.L.; Junqueira, J.C.F.; Valladares, M.A.B.; Carvalho, S.R.
Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p44, Março 2015
ResumoINTRODUÇÃO: A telangiectasia hemorrágica hereditária (THH) ou síndrome de Osler-Weber-Rendu é um distúrbio vascular autossômico-dominante, cujas manifestações clínicas são epistaxe, sangramento do trato gastrintestinal e anemia ferropriva, associados à telangiectasia mucocutânea (lábios, mucosa e pontas dos dedos). Shunts e malformações arteriovenosas ocorrem comumente nas circulações pulmonar (50%), hepática (33%) e cerebral (10%). A doença de Crohn (DC) é uma doença inflamatória intestinal (DII) ao lado da retocolite ulcerativa e da colite indeterminada. Afeta qualquer segmento do tubo digestivo com inflamação focal ou transmural, estendendo-se da mucosa à serosa. Fístulas, abscessos e estenoses normalmente complicam a DC.
OBJETIVO: Descrever o caso de uma paciente com THH que, posteriormente, apresentou quadro clínico e laboratorial compatível com DC, confirmado por biópsia.
MATERIAL E MÉTODO: Paciente feminina, iniciou quadro de sangramento intestinal e fissura anal no 1º ano de vida. Após extensa investigação, diagnosticou-se telangiectasia hemorrágica hereditária. Evoluiu com manutenção de episódios intermitentes de hematoquezia, dor ao evacuar, epistaxe e úlceras em palato durante acompanhamento. Com 1 ano e 10 meses, realizou colonoscopia, sugestiva de DII. Iniciou-se o corticoterapia com melhora parcial, mantendo sangramentos intermitentes, sendo associada sulfassalazina. Exames posteriores definiram DC. Após surgimento de fístula sem resposta ao uso de azatioprina, antibioticoterapia e novos cursos de corticoide, iniciou-se infliximabe. No momento, sem sintomas.
RESULTADOS: A THH é responsável por sangramento do trato gastrointestinal em até 44% dos pacientes, devido às telangiectasias presentes na mucosa do trato digestivo. O sangramento retal não é a apresentação principal da DC, mas está presente em 20% dos casos.
CONCLUSÃO Apresentamos 2 etiologias distintas de sangramento intestinal manifestadas em um único paciente. Não encontramos, na literatura, associação entre essas duas entidades, sendo esse, portanto, o primeiro caso descrito de THH e DC.
Responsável
FERNANDA PÉRCOPE
Palavras-chave: