Trabalho Original
Práticas Nutricionais em Crianças com Menos de Cinco Anos
Cabral, F.S.; Girianelli, I.R.; Souza, P.R.; Henney, D.R.; Santos, J.B.; Couri, M.Z.; Frascari, M.C.; Stolnicki, D.K.; Bellotti, M.
Escola de Medicina Souza Marques (FTESM)
Resumo
INTRODUÇÃO: As doenças crônicas não transmissíveis são causa de óbito em 74% da população brasileira, sendo a nutrição um dos principais pilares para reverter essa situação.
OBJETIVO: Descrever as práticas nutricionais em uma população de mães de crianças com idade até 5 anos.
MATERIAL E MÉTODO: Foram entrevistadas 186 mães de forma aleatória no Município do Rio de Janeiro, concordantes com a pesquisa, por meio de um questionário estruturado com perguntas fechadas, preenchido diante da pesquisadora. O pacote de dados do SPSS foi utilizado para análise descritiva do corpus.
RESULTADOS: As mães apresentavam idade de 29±7,5 anos e 10±4 anos de estudo. Porém 54% moravam nas comunidades carentes próximas ao Itanhangá. A média da idade das crianças por habitação é de 30±17 meses, em 51% do sexo feminino. 79,5% das mães têm até 2 filhos, e 81,2% têm 1 filho menor que 5 anos . 8,3% recebem alimentos batidos; 51,4% comem até 3 tipos de legumes ou verduras; 62,9% recebem legumes diariamente, mas 14% recebem 1 x por semana ou nunca. 58,1% recebem danoninho sempre ou quase sempre, 22% bebem sempre ou quase sempre refrigerante, e 30,7% chupam sempre ou quase sempre balas. 30% tomam sempre ou quase sempre bebidas açucaradas que não refrigerantes. 66,9% amamentaram exclusivamente até os 6 meses (o que indica um problema na introdução da alimentação complementar), 42,5 % comem biscoito sempre ou quase sempre.
CONCLUSÃO Nessa amostra, a amamentação exclusiva até os 6 meses é preponderante; porém, observam-se sérios problemas na alimentação complementar. Essas práticas não devem se associam a nível de educação materna, já que a maioria tem nível fundamental completo, mas possivelmente a fatores culturais. Os dados apontam para a importância de uma entrevista nutricional detalhada e de um diálogo mais profundo para intervir adequadamente nessas práticas equivocadas.
Responsável
GLAUCIA MACEDO DE LIMA