Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Número atual: 13 (supl 1)(2) - Dezembro 2012

Anais do X Congresso de Pediatria do Estado do Rio de Janeiro

Miosite ossificante: relato de caso

 

Souza PG; Gomes HF; dell\\\'Orto FC

Hospital Estadual Adao Pereira Nunes.

 

 

RESUMO

INTRODUÇÃO: A Miosite ossificante (MO) é uma neoformação óssea não neoplásica em tecidos moles extra-esqueléticos. Considerada uma complicação do traumatismo local ou de lesões do SNC.
OBJETIVO: Alertar os pediatras para esta patologia que pode ser confundida com as neoplasias.
DESCRIÇÃO DO CASO: Menina, 3 anos de idade, admitida na emergência com relato de queda de aproximadamente 3 metros de altura. Exame físico: afundamento de crânio, demais aparelhos sem alterações. TC crânio (TCC): fratura fronto-temporal esquerda com afundamento de crânio. Realizado esquirulectomia e cranioplastia, evoluindo com rebaixamento do nível de consciência. TCC pós-cirurgia: hematoma subdural fronto-temporal esquerdo. Após drenagem, paciente evoluiu com sequelas neurológicas. No 35º dia de internação, observou-se edema, dor e limitação funcional do membro superior esquerdo (MSE); à palpação presença de massa dura em antebraço próximo ao cotovelo. TC MSE: calcificações grosseiras adjacentes às regiões proximais radio-ulnar e interosseo (Figura 1). Realizado exérese de fragmentos da lesão para estudo anatomo-patológico que firmou o diagnóstico de MO. Paciente obteve alta para o ambulatório de Ortopedia.
COMENTÁRIOS: A patogênese da MO é desconhecida, mas vários fatores vêm sendo estudados como responsáveis pela atividade osteoblástica da doença, sobretudo o traumatismo local e as lesões do SNC. O diagnóstico precoce pode evitar a perda da mobilidace articular, compressão de feixes vasculo-nervosos, entre outros. Recomenda-se o tratamento conservador, visto que a ressecção da massa de ossificação heterotópica pode ocasionar maior agressão dos tecidos e novas recidivas.
CONCLUSÕES: Apesar de pouco frequente, esta entidade deve estar presente quando se avaliam crianças com traumatismos musculares e/ou TCE. A importância deste relato ressalta-se não só a raridade da doença, mas também as dificuldades diagnósticas nessa faixa etária.

 

Responsável
Patrícia Gomes de Souza