Ana Paula Horokosky Kovacs; Alexandra Prufer Queiroz Campos Araújo
Rev Ped SOPERJ. 2022;22(3):105-107.
PDF PTSofia Toss Toss; Karoline Silva Zeni; Frederico Manoel Marques
Rev Ped SOPERJ. 2022;22(3):108-112.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO: A infecção causada pelo SARS-CoV-2 também acomete a população pediátrica. O isolamento social (associado ao fechamento de creches/escolas) tornou-se essencial no enfrentamento ao coronavírus.
OBJETIVO: Relatar a relação entre o isolamento social e a diminuição das internações hospitalares pediátricas por doenças respiratórias durante um período da pandemia, no ano de 2019, comparando-o ao mesmo período no ano subsequente.
MÉTODO: Estudo quantitativo, descritivo, retrospectivo e documental, que analisou prontuários eletrônicos, coletados em um hospital pediátrico da Serra Catarinense, de internações de pacientes entre 0-15 anos diagnosticados por doenças respiratórias de 19/03/2020 a 30/06/2020, comparando com o mesmo período no ano de 2019.
RESULTADOS: O número de internações em 2019 entre março a junho por doenças respiratórias foi aproximadamente 10 vezes maior do que em 2020. Nota-se que, em ambos os anos, a doença com maior incidência foi pneumonia; hospitalizações por bronquiolite em 2019 corresponderam a 28,5% dos casos; já em 2020, esse número caiu (5,8%). Entre os anos de 2019-2020, a faixa etária mais acometida foi de 1-5 anos, seguida de 0-6 meses, 6 meses a 1 ano, 5-10 anos e por último 10-15 anos. O número de internações em 2019 de crianças que frequentavam creches/escolas foi de 92; e em 2020 foi de 5.
CONCLUSÃO: Houve, entre 2019-2020, correlação significativa entre hospitalização por doenças respiratórias, e crianças que frequentavam escolas/creches em comparação com as não frequentadoras devido ao isolamento social causado pela pandemia. Tal fato foi evidenciado devido à queda no número de internamentos.
Palavras-chave: Criança. Pediatria. Hospitalização. Covid-19. Isolamento Social.
Brunna Victória dos Santos Sá; Anna Klara Bohland
Rev Ped SOPERJ. 2022;22(3):113-124.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO: As condições crônicas complexas (CCC) são afecções que demandam cuidados especializados. Objetivo. Este trabalho objetiva descrever a morbidade hospitalar por CCC em menores de 19 anos, no estado de Sergipe, de 2004 a 2018.
MÉTODOS: Foi realizado um estudo descritivo a partir do Sistema de Informações Hospitalares do SUS. As internações por CCC foram agrupadas em 11 categorias e analisadas no Tabwin.
RESULTADOS: O total de internações por CCC foi de 14.549. O coeficiente de prevalência (por 100.000 habitantes) aumentou de 108,2 no primeiro quinquênio para 142,4 no último, sendo os maiores para malignidade (46,6), neurológicas (18,8) e cardiovasculares (16,7), e o menor para respiratórias (1,3). Os mais acometidos foram indivíduos do sexo masculino (53,9%) e os menores de 1 ano de idade (27,8%). A maioria (69,4%) permaneceu internada por até sete dias e 7,6% foram a óbito. A RS de residência e de ocorrência mais frequente foi a de Aracaju (38,5% e 92,9%, respectivamente). O custo médio por hospitalização foi de US$992,03 e o maior custo individual com doenças cardiovasculares (US$3.171,64).
CONCLUSÕES: Este estudo permitiu situar as CCC em menores de 19 anos em Sergipe, que têm caráter crescente, e evidencia que é imprescindível continuar estudando este tema.
Palavras-chave: Doença Crônica. Criança. Adolescente. Indicadores de Morbimortalidade.
Marinice Saraiva Attem; Andreza Oliveira Alvez; Débora Figueira Mendes; Luciana Eda Maximiano Hasegawa; Lady Jane da Silva Macedo; Pedro Jackson dos Santos Benício; Ana Carolina Pereira de Araújo dos-Anjos; Sileivane Alves Nunes Magalhães; Ana Rachel Oliveira de-Andrade; Vanessa Meneses de Brito Campelo; Khalina Assunção Bezerra Fontenele; Joilson Ramos-Jesus
Rev Ped SOPERJ. 2022;22(3):125-134.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO: De acordo com as evidências atuais, as enteroparasitoses são consideradas importantes problemas de saúde pública, principalmente em países emergentes. As crianças em idade escolar constituem o principal grupo afetado, podendo apresentar prejuízo no desempenho de atividades físicas, cognitivas e sociais.
OBJETIVO: Avaliar se a desnutrição oriunda de infecções parasitárias intestinais contribuem para o déficit no desenvolvimento cognitivo.
METODOLOGIA: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada a partir da busca de registros científicos de estudos em humanos, publicados entre 2016 e 2020. Foram utilizadas as bases de dados Pubmed, SciELO e Lilacs, mediante uso dos descritores "doenças parasitárias", "estado nutricional", "sinais e sintomas" e "desenvolvimento cognitivo" em português, inglês e espanhol, bem como o operador booleano "and".
RESULTADOS: Inicialmente, foram encontrados 3.203 artigos; 3.157 foram excluídos em razão da incompatibilidade com o tema central desta revisão, sendo também descartados os estudos duplicados. À leitura, foram mantidos 26 artigos, nos quais foram relacionados o desenvolvimento cognitivo de escolares com as doenças parasitárias mais comuns. O parasita mais relatado foi Ascaris lumbricoides, sendo encontrado em 19% dos artigos.
CONCLUSÃO: Com base nas evidências atuais, é notória a relação entre as parasitoses intestinais e a desnutrição em escolares com atraso no desenvolvimento cognitivo. Assim, o cuidado na redução dos fatores de risco, juntamente com as políticas públicas de desparasitação e nutrição adequada, são essenciais para o sucesso do crescimento e desenvolvimento cognitivo das crianças.
Palavras-chave: Doenças Parasitárias. Estado Nutricional. Sinais e Sintomas.
Rinaldo Fábio Souza Tavares
Rev Ped SOPERJ. 2022;22(3):135-142.
Resumo PDF PTOs canabinoides sintéticos (CS) compõem um grupo crescente das assim chamadas "designer drugs". Seu consumo tem aumentado em muitos países, inclusive o Brasil, com a expansão do comércio ilegal e a falsa percepção entre os jovens de que são compostos "naturais" ou "legais". Contribui para esse cenário a dificuldade de detecção desses novos compostos em testes de triagem convencionais. São abordadas neste artigo as principais manifestações clínicas e toxicológicas do uso dos CS. Atenção especial é dada a alguns riscos do uso desses produtos, incluindo alucinações, psicose, estados confusionais, convulsões, sintomas cardiovasculares, lesão renal e lesão pulmonar. O pediatra que atende adolescentes deve estar atento para o diagnóstico e manejo correto das novas situações de risco.
Palavras-chave: Canabinoides. Toxicidade. Drogas Ilícitas.
Bruno Antunes Contrucci; Gustavo Rogério Pinato; Augusto Oliveira Silva; Bruno Barboza de-Oliveira; Jordana Bueno Resende; Debora de Cássia Tomaz Fernandes; Regina Célia Ajeje Pires de-Albuquerque
Rev Ped SOPERJ. 2022;22(3):143-148.
Resumo PDF PTClassificada como síndrome neurocutânea, a esclerose tuberosa é caracterizada pela formação de hamartomas, de forma multissistêmica, decorrente de alteração gênica de supressores tumorais. A presença de crises convulsivas devido a alterações variadas em sistema nervoso central, lesões dermatológicas hipocrômicas, rabdomiomas cardíacos e, raramente, alterações de motricidade ocular, são possíveis apresentações fenotípicas da esclerose tuberosa. O diagnóstico é realizado a partir da presença de critérios clínicos e/ou teste genético, ocorrendo, geralmente, na idade pré-escolar, sendo pouco relatada em neonatos a partir de sinais e sintomas clínicos. Os autores relataram o diagnóstico precoce em recém-nascido com apresentação clínica inicial de forma não habitual e pouco relatada na literatura, com opsoclônus associados a pequenas máculas hipocrômicas. Após exames complementares, evidenciaram-se nódulos cardíacos, túberes corticais e subcorticais. Confirmado o diagnóstico durante o primeiro mês de vida, foi possível permitir o acompanhamento multidisciplinar e periódico do paciente, havendo impacto direto na qualidade de vida de todo o contexto familiar. O manejo de tal condição clínica é dependente de centro especializado para atender necessidades psicossociais dos pacientes, famílias e cuidados, além de realização de exames regulares para avaliar a progressão de lesões intrínsecas à esclerose tuberosa.
Palavras-chave: Esclerose Tuberosa. Síndromes Neoplásicas Hereditárias. Síndromes Neurocutâneas. Epilepsia. Manifestações Neurocomportamentais. Transtornos da Motilidade Ocular.
Charbell Haddad Kury; Cinthia Guimaraes Leandro; Barbara Soares de Oliveira Souza; Franci Mara Guarabu Scarpini; Michele Silva Thomaz; Vivian Beghini Correa; Aline Reis Bereta
Rev Ped SOPERJ. 2022;22(3):149-153.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO:A malformação arteriovenosa da veia de Galeno (MAVG) representa cerca de 1% das malformações vasculares intracranianas, apresentando duas classificações de acordo com a localização da fístula: coroide e mural. O subtipo coroide é visto na maioria dos neonatos e comumente evolui com insuficiência cardíaca (IC) grave, associando-se a altas taxas de mortalidade neonatal.
OBJETIVO: Apresentar o caso de um recém-nascido (RN) que deu entrada em unidade de terapia intensiva com quadro de IC de difícil manejo secundária a MAVG.
DESCRIÇÃO DO CASO: RN com diagnóstico antenatal de MAVG por ecografia obstétrica, nascido as 40 semanas e 4 dias por parto cesáreo, Apgar 6 e 8, realizada reanimação neonatal com boa resposta. Após 48 horas de vida, evoluiu para IC de alto débito. Por agravamento clínico, foi necessário recorrer a ventilação mecânica e terapêutica com diuréticos e inotrópicos. RN evoluiu com taquicardia supraventricular no 7º dia de vida não responsiva a adenosina, necessitando de cardioversão elétrica. Faleceu ao 23º dia de vida.
DISCUSSÃO: A apresentação clínica da MAVG depende da idade em que a doença se manifesta. O paciente em questão apresentava uma MAVG do tipo coroide, causando disfunção cardíaca no RN precocemente. O manejo da IC nesse paciente é um desafio e perpassa a utilização de inotrópicos, vasodilatadores e diuréticos. A combinação desfavorável de MAVG com IC grave, associada a apresentação precoce dos sintomas, explica o motivo da deterioração rápida do quadro clínico desse paciente.de exames regulares para avaliar a progressão de lesões intrínsecas à esclerose tuberosa.
Palavras-chave: Malformações da Veia de Galeno. Insuficiência Cardíaca. Doenças do Recém-Nascido.