Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

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Relato de Caso: Escolar com Forma Aguda de Paracoccidioidomicose

Magalhaes, A.S.; Magalhaes, L.O.S.; Rossi, A.P.; Sá, A.C.S.; Moreira, T.P.; Santana, M.S.; Souza, F.A.C.; Lima, A.R.O.; DAlmeida, D.G.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p42, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: A paracoccidioidomicose (blastomicose sul-americana) é uma micose sistêmica causada pelo fungo Paracoccidioides brasiliensis, podendo se manifestar com lesões pulmonares, cutâneas, mucosas ou doença disseminada.
OBJETIVO: Relatar o caso de escolar que apresentou paracoccidioidomicose aguda.
MATERIAL E MÉTODO: Escolar, 9 anos, sexo masculino, apresentou febre há 20 dias, vômitos, colúria, inapetência, emagrecimento. Ao exame físico, constataram-se desidratação, linfadenomegalia generalizada, icterícia (+++/4+), hepatoesplenomegalia e lesões crostosas, principalmente a face e no dorso. Durante a internação hospitalar, foram solicitados exames laboratoriais que demonstraram anemia, leucocitose sem desvio para esquerda e alteração na função hepática (Gama-GT=765,5U/L, Fosfatase Alcalina=2.358,1U/L, TGO=97U/L, TGP=96U/L). A radiografia de tórax estava normal, mas a endoscopia digestiva alta revelou varizes esofágicas de fino calibre no terço inferior, sem sinais clínicos de hipertensão portal. Diante da amplitude diagnóstica, foram solicitadas sorologias para leishmaniose, esquistossomose, doença de Lyme e blastomicose. Todavia, devido à piora dos sintomas e à dificuldade para elucidação diagnóstica, foi realizada a biópsia de gânglio inguinal, diagnosticando paracoccidioidomicose. Após iniciado o tratamento com anfotericina B, a sorologia confirmou o diagnóstico como positiva apenas para paracoccidioidomicose.
RESULTADOS: A forma aguda (juvenil) ocorre em menos de 10% dos pacientes, sendo uma doença do sistema reticuloendotelial com disseminação generalizada para fígado, baço, linfonodos e medula óssea. O diagnóstico é feito por meio de culturas, mas em pacientes graves, pode ser obtido mais, rapidamente por biopsias de tecidos.
CONCLUSÃO O manejo terapêutico da paracoccidioidomicose deve, obrigatoriamente, incluir medidas de suporte às complicações clínicas associadas ao envolvimento de diferentes órgãos pela micose, além da terapêutica antifúngica específica. No caso do paciente acima, devido à gravidade do quadro, realizou-se tratamento com anfotericina B, geralmente utilizada em caso de doença disseminada e potencialmente fatal.

 

Responsável
FERNANDA APARECIDA COSTA DE SOUZA


Palavras-chave:

Síndrome do Desconforto Respiratório Agudo em Paciente com IgM Positivo para Dengue

Magalhaes, A.S.M.; Magalhaes, L.O.S.; Rossi, A.P.; Sá, A.C.S.; Moreira, T.P.; Santana, M.S.; Souza, F.AC.; Lima, A.R.O.; DAlmeida, D.G.

Revista de Pediatria SOPERJ - V.15(supl 1), Nº2, p43, Março 2015

Resumo

INTRODUÇÃO: A dengue é uma doença infecciosa febril aguda, podendo ser de curso benigno ou grave. A dengue clássica é uma enfermidade autolimitada. Outras complicações, como desconforto respiratório devido a intenso derrame pleural, disfunção do miocárdio, sangramento intenso e falência múltipla dos órgãos, inclusive síndrome de desconforto respiratório agudo (SDRA), podem representar risco à vida.
OBJETIVO: Apresentar de uma complicação grave em um paciente com dengue.
MATERIAL E MÉTODO: J.M.S., 7 anos, negra, sexo feminino, natural de Itaperuna, admitida na enfermaria pediátrica do Hospital São José do Avaí (HSJA), com tosse há 15 dias, piora progressiva e associação de febre e taquipneia. Ao exame, estava lúcida, normocorada, hidratada, anictérica. Ausculta cardíaca demonstrou ritmo cardíaco regular em 2 tempos, bulhas normofonéticas, sem sopros, FC 100 bpm. Ausculta pulmonar com estertores difusos, FR: 60 ipm. Abdome e membros normais. Ultrassonografia de tórax evidenciou condensação de parênquima pulmonar em base esquerda. Sem derrame pleural. Foram iniciados oxacilina e ceftriaxone. Após 5 dias, a paciente evoluiu com insuficiência respiratória aguda. Foi encaminhada à UTI pediátrica, realizando intubação orotraqueal e acoplamento à ventilação mecânica (VM). Radiografia de tórax evidenciou redução da transparência pulmonar bilateral. Foram iniciados, empiricamente, aciclovir e oseltamivir, suspendendo oxacilina e iniciando vancomicina. A paciente seguiu em VM por 40 dias, apresentou, nesse período, quadro de insuficiência renal aguda e realizou hemodiálise por 14 dias. Nesse período foram realizadas 2 culturas de secreção traqueal, pesquisa de BAAR, sorologia para Influenza A (H1N1) todas negativas. Sorologia para Dengue IgM foi positiva. Não foi realizado isolamento viral. O desmame ventilatório foi realizado, e a paciente recebeu alta para a enfermaria pediátrica.
RESULTADOS: A SDRA é uma apresentação pouco descrita na dengue, não sendo encontrados relatos de casos semelhantes.
CONCLUSÃO O manejo na UTI foi importante no prognóstico da paciente.

 

Responsável
FERNANDA APARECIDA COSTA DE SOUZA


Palavras-chave: