Adauto Dutra Moraes Barbosa
Rev Ped SOPERJ. 2018;18(3):1.
PDF PTAndré Ricardo Araujo da Silva; Igor Duque Gonçalves da Silva; Juliana de Freitas Fonseca; Nicole Maria Davi Gonçalves; Laene Oliveira Gomes; Cristiane Henriques Teixeira
Rev Ped SOPERJ. 2018;18(3):2-7.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO: as hemoculturas são consideradas o padrão-ouro para detectar infecções de corrente sanguínea.
OBJETIVO: descrever os resultados das hemoculturas coletadas durante um ano de seguimento em um hospital pediátrico.
MÉTODOS: conduzimos um estudo transversal em um hospital terciário pediátrico do estado do Rio de Janeiro, realizando uma análise descritiva sobre a taxa de positividade e contaminação das amostras e das bactérias multirresistentes encontradas.
RESULTADOS: no ano de 2016, foram coletadas 2.668 hemoculturas, das quais 1.445 (54,2%) das enfermarias de pediatria, 949 (35,6%) oriundas da unidade de terapia intensiva pediátrica e 274 (10,3%) da unidade de terapia intensiva neonatal. Cento e sete hemoculturas foram positivas (4% do total), sendo o percentual de positividade maior na unidade de terapia intensiva pediátrica (46/949; 4,8%) [IC 95% de 0,4581 a 3,7163] quando comparada ao encontrado (41/1.445; 2,8%) nas enfermarias de pediatria (p = 0,0101) e na unidade de terapia intensiva neonatal (20/274; 7,3%) [IC 95% de 1,7902 a 8,2775] também comparada às enfermarias de pediatria (p = 0,0002). Do total de isolados positivos, 33/107 (30,8%) apresentaram perfil de multirresistência e, entre estes, o Staphylococcus aureus resistente à meticilina foi o mais frequentemente isolado (27/33; 81,8%). O Staphylococcus aureus resistente à meticilina foi o agente mais isolado tanto na unidade de terapia intensiva pediátrica quanto na unidade de terapia intensiva neonatal com 27 e 12 isolados, respectivamente. Em 151 (5,7%) amostras foram encontrados três ou mais germes, ou germes classificados como contaminantes de pele.
CONCLUSÕES: concluímos que a positividade global das hemoculturas foi baixa, sendo verificada maior proporção de amostras positivas nas unidades críticas.
Palavras-chave: Hemocultura; Pediatria; Infecçao hospitalar.
Norma Elizabete Rattes; Mauricio Afonso Vericimo; Glaucia Macedo de Lima; Adauto Dutra Barbosa; Israel Figueiredo Jr.
Rev Ped SOPERJ. 2018;18(3):8-12.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO: o peixe foi e sempre será uma importante fonte de proteína na alimentação.
OBJETIVO: verificar se a quantidade de peixe ingerida durante uma gravidez normal pode influenciar na idade gestacional e peso ao nascimento.
MÉTODOS: estudo-piloto retrospectivo com análise de dados gerados e armazenados em banco de dados após aplicação de questionário estruturado e avaliação de prontuários de puérperas e seus recém-nascidos. Foram recolhidos elementos relacionados à gestação, ao recém-nascido e informações referentes à ingestão de peixes e frutos do mar. Após a aplicação dos critérios de exclusão, foi testada a relação entre variáveis categóricas com o teste de qui-quadrado e Kruskal-Wallis para as variáveis contínuas, todos com significância de 0,05.
RESULTADOS: entre 309 binômios mãe-filho 40 foram selecionados, sendo que a maioria morava em Niterói (38/40). A média de idade foi de 24,8 anos e o número médio de consultas de pré-natal foi de 5,7. Nenhum recém-nascido precisou de reanimação e a média da idade gestacional e do peso ao nascimento foram, respectivamente, 39,2 semanas e 3.224,2 gramas. A maioria ingeriu pescados esporadicamente (n = 11; 32,5%). Sete (17,5%) declararam ingerir peixe duas vezes ou mais por semana. A idade gestacional de nascimento foi significativamente diferente (p = 0,012) quando comparadas às mães que referiram baixa e alta ingestão de peixe.
CONCLUSÕES: a maioria das mulheres analisadas não ingeriu a quantidade recomendada de peixe durante a gravidez. O consumo de peixe não influenciou significativamente no peso neonatal, entretanto a idade gestacional de nascimento foi menor no grupo que referiu maior ingesta de pescados.
Palavras-chave: Peso ao nascer; Ingestao de alimentos; Gravidez; Recém-nascido; Recém-nascido prematuro; Peixes.
Maria de Fátima Bazhuni Pombo March; Alexandre Nicolau Galvao
Rev Ped SOPERJ. 2018;18(3):13-24.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO: a incorporação da vacina antipneumocócica 10 valente no calendário vacinal brasileiro em 2010, no Programa Nacional de Imunizações, gerou a redução de doenças pneumocócicas, como meningites e pneumonia adquirida na comunidade, e da colonização de orofaringe e mucosa nasal pelo pneumococo (Streptococcus pneumoniae).
OBJETIVO: realizar um estudo de revisão sobre etiologia, quadro clínico, complicações, conduta e medidas preventivas das pneumonias adquiridas na comunidade, e discutir a resistência do pneumococo aos antibióticos.
FONTES DE DADOS: livros, artigos e diretrizes considerados relevantes nos últimos 21 anos, indexados nos bancos de dados PubMed, Medline, Lilacs e SciELO, com os descritores 'pneumonia', 'criança' e 'vacinas pneumocócicas' nas línguas portuguesa, inglesa e espanhola.
SÍNTESE DOS DADOS: todos os casos de pneumonia adquirida na comunidade grave necessitam de hospitalização e, em geral, uso de ampicilina ou penicilina cristalina como primeira escolha. A amoxicilina é indicada no tratamento ambulatorial na dose de 50 mg/kg/dia de 8 em 8 horas. Estudos nacionais identificaram que um ano após sua introdução na rede pública houve redução das hospitalizações de crianças por pneumonia adquirida na comunidade no Brasil.
CONCLUSÕES: o tratamento das pneumonias adquiridas na comunidade ainda é um desafio e a instituição de um fluxograma de tratamento pode ser útil, priorizando a penicilina e seus derivados, ainda considerados drogas de escolha em todas as diretrizes nacionais e internacionais. O estabelecimento da vacina antipneumocócica 10 valente no calendário vacinal trouxe redução das internações por pneumonia adquirida na comunidade e deve ser incentivada pelo pediatra.
Palavras-chave: Pneumonia; Criança; Vacinas pneumocócicas.
Henrique Augusto Lino; Higor Kenedy Ramos; Maria Amália de Miranda Pereira; Síura Aparecida Borges Silva
Rev Ped SOPERJ. 2018;18(3):25-29.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO: a enterocolite necrosante é uma emergência pediátrica multifatorial, existindo controvérsias sobre o papel das transfusões sanguíneas em sua etiopatogenia.
OBJETIVO: nosso objetivo foi descrever dois casos nos quais se observou uma relação temporal consistente entre as transfusões e o desenvolvimento da doença, ou seja, em até 48 horas após a transfusão.
DESCRIÇÃO DO CASO: nos dois casos abordados, os neonatos apresentavam níveis baixos de hemoglobina e evoluíram para enterocolite necrosante após a administração do concentrado de hemácias. O neonato 1 apresentou distensão abdominal e sinais de instabilidade hemodinâmica cinco horas após a transfusão. Radiografia abdominal evidenciou distensão de alças, áreas sugestivas de pneumatose intestinal e alça fixa, com indicação de laparotomia exploradora. O neonato 2, decorridas oito horas da transfusão, apresentou distensão abdominal e instabilidade hemodinâmica súbita grave e refratária ao tratamento, o que levou o paciente a óbito. À radiografia, observou-se pneumatose intestinal.
DISCUSSÃO: não está definido na literatura se a anemia pré-estabelecida ou a transfusão são elementos da patogenia ou apenas marcadores de enterocolite necrosante iminente. O acompanhamento dos casos apresentados sugere que pacientes com fatores de risco para a condição sejam observados de forma rigorosa nas primeiras 48 horas após uma transfusão, com o objetivo de detectar precocemente sinais sugestivos da doença e iniciar-se seu tratamento imediatamente.
Palavras-chave: Enterocolite necrosante; Transfusao de sangue; Fatores de risco.
Alexsandra Ferreira da Costa Coelho; Glidiane Silva do Nascimento; Ana Rita Marinho Ribeiro Carvalho
Rev Ped SOPERJ. 2018;18(3):30-32.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO: a hérnia diafragmática congênita é caracterizada pela formação incompleta do diafragma e sua incidência neonatal é cerca de 1:3.000 a 1:5.000 nascidos vivos. Cerca de 90% dos pacientes apresentam disfunção respiratória nas primeiras 24 horas de vida.
OBJETIVO: enfatizar a importância do diagnóstico precoce, estabelecido primordialmente durante o pré-natal, para uma conduta terapêutica adequada e demonstrar a importância dos exames de imagem para o diagnóstico em casos de manifestação tardia.
DESCRIÇÃO DO CASO: lactente de 5 meses deu entrada em uma emergência localizada na zona agreste de Pernambuco, apresentando dispneia súbita, irritabilidade e gemência. A radiografia de tórax demonstrou dilatação do brônquio fonte esquerdo, que sugeriu aspiração de corpo estranho. O lactente foi transferido para um hospital de referência para realização de broncoscopia, sendo admitido com estado geral grave, importante desconforto respiratório e queda da saturação de oxigênio. A equipe médica solicitou de urgência uma tomografia de tórax cujo resultado foi sugestivo de hérnia diafragmática. Em seguida, o lactente foi submetido à videotoracoscopia para correção do defeito congênito, através da herniorrafia diafragmática. O lactente evoluiu com evidente melhora do desconforto respiratório após o procedimento, recebendo alta hospitalar no terceiro dia do pós-operatório.
DISCUSSÃO: a hérnia diafragmática congênita com manifestação tardia pode ter apresentação clínica variável o que dificulta o seu pronto-diagnóstico e aumenta as chances de complicações. Para o diagnóstico diferencial, os exames de imagem tornam-se importantes, sobretudo a radiografia contrastada e a tomografia computadorizada de tórax, pois complementam o estudo de uma condição menos comum.
Palavras-chave: Hérnia diafragmática; Dispneia; Anormalidades congênitas.