Heloisa Viscaino Fernandes Souza Pereira
Rev Ped SOPERJ. 2017;17(1):4-5.
PDF PTCristina Lemos; Denise Bastos Arduini; Valéria Saraceni; Betina Durovni
Rev Ped SOPERJ. 2017;17(1):6-7.
PDF PTLuccas Fernandes Queiroz; Letícia Lemos Leao; Laís Araújo Silva Furquim; Marcelo Gomes Judice; Renato Canevari Dutra da Silva
Rev Ped SOPERJ. 2017;17(1):8-14.
Resumo PDF PTOBJETIVO: verificar a relação do peso ao nascimento e da idade gestacional sobre as complicações respiratórias de neonatos em uma maternidade do sudoeste goiano.
MÉTODOS: foi realizada uma pesquisa de estudo descritivo-analítico, retrospectivo, com o método quantitativo, por meio de levantamento, utilizando-se dos prontuários hospitalares, nos serviços de arquivos médicos de uma maternidade do sudoeste goiano. Foram utilizados 1.416 prontuários de recém-nascidos de janeiro a dezembro de 2013, sendo excluídos prontuários rasurados e incompletos. Todo o conjunto de dados coletados foi organizado em uma planilha eletrônica do Excel®. Após a preparação de toda a planilha, os dados foram transferidos para outra do Statistical Package for Social Sciences (versão 16.0) e processadas as análises estatísticas descritivas. Para os testes de correlação entre as variáveis utilizou-se a correlação Pearson com intervalo de confiança de 95%.
RESULTADOS: no que se refere às correlações realizadas entre a existência de complicações respiratórias e peso dos recém-nascidos ao nascer, idade gestacional e IG x peso, pôde ser observada correlação estatisticamente significativa em todas as situações, o que implica que para a determinada amostra: quanto menor o peso ao nascimento e idade gestacional, maior a possibilidade de desenvolver complicações respiratórias (p = 0,000 e p = 0,004, respectivamente). A prevalência de complicações respiratórias foi de 81,70% sendo a mais encontrada a síndrome do desconforto respiratório em 11,80% dos recém-nascidos.
CONCLUSõES: pôde-se identificar que quanto menor o peso ao nascimento e idade gestacional, maior a possibilidade de desenvolver complicações respiratórias bem como uma maior relação idade gestacional x peso.
Palavras-chave: Recém-nascido de baixo peso. Doenças respiratórias. Fatores de risco. Recém-nascido.
Joao Antonio Barbosa dos Santos; Vilneide Maria dos Santos Braga Diègues Serva; Maria de Fátima Costa Caminha
Rev Ped SOPERJ. 2017;17(1):15-20.
Resumo PDF PTOBJETIVO: descrever o perfil socioeconômico e demográfico das doadoras do Banco de Leite Humano e Centro de Incentivo ao Aleitamento Materno do Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira e determinar a parcela de mulheres que foram orientadas ainda no pré-natal sobre aleitamento materno (AM)/doação de leite humano em diferentes classes econômicas.
MÉTODO: estudo de corte transversal, cuja coleta de dados foi realizada de março a maio de 2015. A amostra foi composta por 155 doadoras. Os dados foram obtidos por meio da aplicação de um formulário elaborado pelos pesquisadores. Na análise de dados foram utilizados os softwares SPSS 13.0 para Windows® e o Excel® 2010.
RESULTADOS: apenas 57 (36,8%) mulheres receberam orientação sobre aleitamento/ doação de leite durante a gestação. Destas, 51 (89,5%) foram orientadas por profissional de saúde. Das 94 (60,6%) que possuíam renda per capita (RPC) ≥ 0,5 salário mínimo (SM), 37 (39,4%) receberam orientação durante a gravidez. Neste grupo, 33 (89,2%) foram orientadas por profissional de saúde. Das 61 (39,4%) que possuíam RPC < 0,5 SM, 20 (32,8%) foram orientadas, sendo os profissionais de saúde referidos por 18 (90%) nutrizes.
CONCLUSÃO: embora poucas mulheres estejam recebendo orientação sobre AM/doação durante o pré-natal, a maioria das mulheres orientadas referenciou os profissionais de saúde como principal fonte de conhecimentos. Esses dados ajudam a prever a importância destas orientações e fortalecem o embasamento de que é necessário capacitação constante desses profissionais para garantir a qualidade das informações prestadas.
Palavras-chave: Aleitamento materno. Lactaçao. Leite humano.
Danillo Gonçalves de Barros; Olga Maria Bastos; Ana Cláudia Mamede Wiering de Barros
Rev Ped SOPERJ. 2017;17(1):21-28.
Resumo PDF PTOBJETIVO: análise de indicadores materno-infantis relacionados à Rede Cegonha em hospital público do Rio de Janeiro.
MÉTODOS: estudo retrospectivo dos prontuários de gestantes adolescentes e seus bebês, por meio de questionário estruturado.
RESULTADOS: a maior parte das adolescentes morava com o companheiro, possuía Ensino Fundamental completo e frequentava escola. O pré-natal foi adequado na maioria das pacientes. As intercorrências mais relatadas foram: gemelaridade, toxoplasmose, infecção pelo HPV e/ou HIV. O índice de cesáreas foi elevado. Em relação aos bebês, a maioria nasceu com boa vitalidade e adequados para a idade gestacional. As principais complicações foram: malformação fetal, prematuridade, sofrimento fetal e infecções congênitas. A taxa de aleitamento materno exclusivo por seis meses foi baixa. A maioria manteve acompanhamento ambulatorial no hospital de nascimento e obteve crescimento e desenvolvimento adequados, além da caderneta de vacinação atualizada.
CONCLUSÃO: a Rede Cegonha permite a captação precoce das adolescentes através do acesso facilitado ao pré-natal, minimizando o risco de complicações evitáveis e facilitando vínculo entre a mãe e o profissional, com consequências positivas para o bebê por meio de melhor acompanhamento deste no serviço de saúde.
Palavras-chave: Gravidez na adolescência. Saúde materno-infantil. Saúde da criança. Saúde do adolescente.
Keydma Brasil Macedo; Selma Maria de Azevedo Sias; Licínio Esmeraldo da Silva; Gesmar Volga Haddad Herdy
Rev Ped SOPERJ. 2017;17(1):29-33.
Resumo PDF PTOBJETIVO: conhecer o perfil das crianças asmáticas atendidas no ambulatório de pneumologia pediátrica.
MÉTODOS: estudo transversal, retrospectivo e descritivo, com revisão de prontuários e análise de questionário Asthma Control Test (ACT), entre 2012 e 2015. Dentre 105 pacientes portadores de asma acompanhados no ambulatório de pneumologia pediátrica do Hospital Universitário Antônio Pedro, selecionou-se 61 com idade entre sete e 19 anos (média de idade = 12,21 anos) e que tinham prova funcional respiratória (PFR).
RESULTADOS: 37 (60,66%) eram masculinos; 21 (34,42%) pacientes foram expostos ao tabagismo e 50 (81,97%) relataram controle ambiental inadequado; 58 (95,08%) apresentavam rinite alérgica; nove (14,75%) alergia a insetos; cinco (8,19%) dermatite atópica; cinco (8,19%) esofagite eosinofílica; três (4,92%) conjuntivite alérgica; três (4,92%) alergia alimentar e um (1,64%) alergia medicamentosa. Testes cutâneos para alérgenos ambientais foram realizados em 22 (30,06%), 18 (81,81%) dos quais foram positivos. PFR detectou distúrbio obstrutivo leve em 42 (68,85%), moderado em um (1,64%) e em 18 (29,51%) o exame foi normal. Dos 33 (54%) que tinham o ACT respondido, 23 (69,69%) apresentavam asma controlada.
CONCLUSÕES: o estudo documentou: predomínio do sexo masculino, a maioria dos casos estava associada à rinite alérgica, distúrbio obstrutivo leve e escore de asma controlada. Destaca-se a insuficiência da rede básica de saúde no diagnóstico e tratamento destes casos, que não deveriam, a priori, ser referenciados a hospital de maior complexidade. Os adolescentes encontravam-se no grupo dos não controlados, ressaltando a adolescência como complicador no tratamento de doença crônica.
Palavras-chave: Asma. Criança. Medicina do adolescente.
Barbara Neffá Lapa e Silva; Cleo Bragança Cardoso Tammela; Maria Emmerick Gouveia; Camila Medeiros de Almeida; Fernanda Cristina de Carvalho Garcia; Miguel Luis Graciano; Valeria Schincariol; Luciano Abreu de Miranda Pinto
Rev Ped SOPERJ. 2017;17(1):34-37.
Resumo PDF PTOBJETIVO: expor os aspectos clínicos e a abordagem do pseudo-hipoaldosteronismo tipo 1, por meio do caso de uma lactente jovem com distúrbio hidroeletrolítico, inicialmente diagnosticada com hiperplasia adrenal congênita.
DESCRIÇÃO DO CASO: este relato descreve o caso de uma lactente jovem, do sexo feminino, que apresentou episódio de desidratação refratária, hiponatremia e hipercalemia. Após extensa investigação, comprovou-se ser um quadro compatível com pseudo-hipoaldosteronismo tipo 1.
DISCUSSÃO: o pseudo-hipoaldosteronismo tipo 1 é uma síndrome rara de resistência aos mineralocorticoides caracterizada clinicamente, no período neonatal, por vômitos, desidratação e ganho pôndero-estatural insatisfatório. Os pacientes acometidos apresentam hiponatremia, hipercalemia e acidose metabólica associada a níveis elevados de aldosterona e renina no plasma. A forma sistêmica do pseudo-hipoaldosteronismo é a mais grave e os sintomas persistem por toda a vida. A forma renal tem apresentação clínica mais leve, com necessidade de suplementação de doses baixas de cloreto de sódio, com regressão dos sintomas no final do primeiro ano de vida.
Palavras-chave: Pseudo-hipoaldosteronismo. Hiperplasia suprarrenal congênita. Hiperpotassemia. Hiponatremia.
Cecy Dunshee de Abranches; Simone Gonçalves de Assis
Rev Ped SOPERJ. 2017;17(1):38-42.
Resumo PDF PTOBJETIVO: diante da magnitude dos impactos da violência na saúde juvenil, investigou-se a (in)visibilidade da ocorrência da violência psicológica (VP) familiar.
MÉTODOS: estudo transversal quantitativo, com amostra de 229 adolescentes usuários de serviços ambulatoriais de um hospital pediátrico público terciário e da revisão de seus prontuários.
CRITÉRIO DE INCLUSÃO: usuário de 12 a 18 anos, acompanhado e sem deficiência cognitiva. A revisão dos prontuários foi realizada após a ocorrência das entrevistas, por meio do arquivo médico, em 172 prontuários (75,1% dos adolescentes entrevistados).
RESULTADOS: em 98% dos relatos verbais encontrou-se a exposição à VP familiar, sendo 26,4% dos pacientes em seu grau mais severo, sem nenhuma referência nos prontuários. Não se constatou associação estatística entre VP familiar e problemas clínicos atuais e pregressos, embora tenha sido elevada a sua associação com problemas de saúde mental.
CONCLUSÕES: devido à elevada ocorrência de VP familiar na amostra investigada, sugere-se a inclusão da averiguação dos maus-tratos juvenis no relacionamento familiar no diagnóstico pediátrico diferencial, assim como a necessidade de se ter mais estudos sobre os efeitos da violência sobre a saúde física.
Palavras-chave: Violência doméstica. Medicina do adolescente. Psicologia do adolescente. Consultórios médicos. Registros médicos.
Clarissa Campolina de Sá Mattosinho; Anna Tereza Miranda Soares de Moura; Sima Esther Ferman; Nathalia Grigorovski; Evandro Lucena; Arlindo José Portes
Rev Ped SOPERJ. 2017;17(1):43-44.
Resumo PDF PTINTRODUÇÃO: o retinoblastoma é a neoplasia intraocular mais comum da infância e sua incidência é de um caso por 15.000 a 20.000 nascidos vivos. O sucesso do tratamento do retinoblastoma depende principalmente da detecção precoce da doença. Os pais são geralmente os primeiros a perceber os sinais iniciais da doença e relatam dificuldade por parte dos profissionais de saúde em valorizar a sintomatologia, passando por um período prolongado de apreensão até o diagnóstico.
OBJETIVOS: identificar as características da trajetória pré-diagnóstica das crianças com retinoblastoma matriculadas no Instituto Nacional do Câncer (Inca) entre janeiro 2006 e setembro 2013, assim como os aspectos sociodemográficos, epidemiológicos e clínicos desses pacientes.
MÉTODOS: estudo retrospectivo de uma série de casos, por meio de um questionário semiestruturado aplicado presencialmente aos pais ou cuidadores de pacientes portadores de retinoblastoma. Os participantes foram convidados após as consultas no Ambulatório de Oncologia Ocular ou por contato telefônico.
RESULTADOS: foram estudados 85 pacientes, sendo 43 (50,6%) do sexo masculino. Cinquenta e nove (69,4%) eram portadores de retinoblastoma unilateral e 26 (30,6%) eram bilaterais. A idade média na matrícula foi de 1,9 anos (desvio-padrão: 1,3). Os pais foram os primeiros a perceber os sinais iniciais em 60 (75%) casos. A leucocoria foi o sinal inicial citado, com 60 (70,6%) casos, seguido pelo estrabismo com 23 (27,1%) casos. Ao diagnóstico, 67 (78,8%) casos eram intraoculares, 13 (15,3%) extraoculares e cinco (5,9%) metastáticos. Apenas 33 (38,8%) dos cuidadores afirmaram que a criança tinha sido submetida ao Teste do Reflexo Vermelho para rastreamento, e somente um exame foi interpretado como alterado. O intervalo familiar (tempo entre percepção e primeira consulta) durou em média 1,8 (DP: 2,7) meses; o intervalo médico (tempo entre primeira consulta e matrícula no Inca) 5,8 (DP: 6,5) meses; e finalmente o intervalo total (intervalo familiar + intervalo médico) teve duração média de 7,6 (DP: 8,2) meses. Na análise bivariada, o intervalo médico e o intervalo total mostraram uma relação estatisticamente significativa com estadiamento avançado ao diagnóstico e com o óbito. A ausência de leucocoria como sinal inicial também mostrou, de forma estatisticamente significativa, estar relacionada com intervalos médico e total mais longos. A escolaridade dos pais se relacionou com o estadiamento inicial e também com os óbitos. As crianças foram avaliadas por mais de quatro médicos em 32% dos casos e tiveram suas queixas subestimadas em 48% dos casos. Do total de 111 olhos acometidos, 79 (71,2%) foram enucleados e 32 (28,8%) foram preservados. Durante o seguimento de 36,2 ± 35,4 meses, 15 (17,7%) pacientes vieram a óbito.
CONCLUSÃO: por meio da análise da trajetória das famílias até a chegada ao centro de tratamento oncológico, percebe-se a existência de diversos entraves que impedem o diagnóstico precoce. A baixa escolaridade dos pais, a multiplicidade de consultas e o rastreamento inadequado foram alguns destes achados. O intervalo médico prolongado merece destaque, tendo sido responsável por 76% da extensão do intervalo total. Parece que uma ação eficaz de educação médica sobre o retinoblastoma poderia aumentar o grau de suspeição e promover a rapidez no diagnóstico observada nos países desenvolvidos.
Palavras-chave: Retinoblastoma. Neoplasias. Criança. Diagnóstico precoce.