Revista de Pediatria SOPERJ

ISSN 1676-1014 | e-ISSN 2595-1769

Logo Soperj

Número atual: 16(supl 1)(3) -  2016

Infectologia

RELATO DE CASO: OSTEOMIELITE PÉLVICA POR PSEUDOMONAS EM CRIANÇA SAUDÁVEL

 

BARBARA SILVA (UFF); ADRIANA LABUTO (UFF); GUSTAVO CANDIDO (UFF); DANIELLE BULKOOL (UFF); MARIA CRISTINA PINTO (UFF)

 

P-096

INTRODUÇÃO: Osteomielite é uma infecção bacteriana óssea, que acomete todas as faixas etárias e resulta de um trauma penetrante ou pela propagação de um local contíguo de infecção. Na faixa pediátrica, o mecanismo de infecção mais comum é por via hematogênica em ossos longos tubulares, com maior prevalência do patógeno Staphylococcus aureus. Envolvimento dos ossos pélvicos é raro, com incidência variando entre 6,3% dos casos.
RELATO: Escolar previamente hígido, iniciou quadro de dor abdominal aguda, associado a febre, sendo diagnosticado clinicamente com apendicite aguda na emergencia e submetido a apendicectomia. História prévia de trauma leve durante prática esportiva. No terceiro dia pós operatório paciente referiu dor intensa em quadril e membro inferior direito, com claudicação e febre. Após realização de RNM e cintilografia óssea, diagnosticou-se osteomielite em ramo do isquio direito, além de marcadores inflamatórios alterados e leucocitose importante. Iniciou-se portanto oxacilina, pela maior prevalência do Staphylococcus aureus sensível à meticilina (MSSA). Após 96h de antibioticoterapia intravenosa, permanecia quadro álgico intenso, febre e exames laboratoriais alterados, além de piora radiológica. Optouse por realização de biópsia para definição do quadro, com conclusão microscópica de osteomielite e cultura do fragmento óssea com Pseudomonas aeruginosa multisensível. Trocado esquema antibiótico para Cefepime, com boa resposta terapêutica.
DISCUSSÃO: Osteomielite pélvica é incomum na pediatria, com diagnóstico normalmente tardio pelo confundimento com outras patologias, como neoplasia, apendicite aguda, osteocondrite de Van Neck-Oldeberg, entre outros, sendo necessário exames de imagem específicos para elucidação. O tratamento deve ser instituído empiricamente com oxacilina devido à alta prevalência do MSSA.
CONCLUSÃO: Pseudomonas aeruginosa é um agente pouco frequente na osteomielite pélvica, necessitando de alto grau de suspeição nos pacientes que não apresentam evolução clínica satisfatória. A biópsia óssea e cultura do fragmento se faz necessária para identificação do patógeno e terapêutica adequada.